Paulah
Passei por um grupo de crianças que brincavam na calçada. Elas pulavam corda, rindo alto, os cabelos balançando ao vento. Fiquei parada por alguns segundos, observando. Será que elas sabem onde estão crescendo? Se tivessem a chance de escolher, gostariam de ter uma vida fora daqui? Longe desse lugar que parecia consumir tudo e todos!
Balancei a cabeça, afastando o pensamento. Eu não podia me dar ao luxo de sonhar por elas, nem posso sonhar uma vida para o bebê que cresce dentro de mim.
Continuei andando até sentir um movimento estranho atrás de mim. Um homem se aproximou, carregando uma pequena caixa de veludo. Ele não parecia um dos seguranças de Benício, mas também não era um estranho qualquer. Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, ele me entregou a caixa e se afastou
