Benício Mendelerr
O resto do trajeto segue em silêncio, mas minha mente trabalha o mais rápido possível.
Chego em casa e subo as escadas com passos firmes, indo diretamente ao quarto de Paulah.
A porta está entreaberta e a vejo lá dentro, ocupada com sacolas e caixas espalhadas pela cama. Está arrumando as coisas que comprou, dobrando roupas com cuidado e colocando-as no armário.
— Por que não pediu ajuda às empregadas? — pergunto, entrando sem anunciar.
Ela se vira rapidamente, visivelmente surpresa com minha chegada repentina.
— Eu gosto de fazer isso — responde, dando de ombros. — Me distrai um pouco.
Cruzo os braços, observando-a.
— Distrai? Não é exatamente o que eu chamaria de passatempo.
— Às vezes é bom ter o que fazer — ela comenta, sem deixar de fazer o trabalho — Além
