Capítulo 01

1755 Words
5 anos depois... | Anna — Senhora. — Miran entra na sala, carregando inúmeros papéis em seus braços. — O doutor Marcel pediu para que eu entregasse esses papéis a senhora. Ele disse que é de extrema importância que sejam assinados hoje. — Sobre o que são? — Pergunto, enquanto continuo anotando as coisas importtantes do último contrato. — Sobre a última reunião que a senhora não pôde participar. — Ela coloca tudo sobre a minha mesa. — A empresa Lewis&Co. está muito interessada em contratar a empresa para a construção de um novo resort no hawai. Eu levanto o meu rosto, engolindo em seco. Eu não ouvia esse nome a anos — talvez, seja por ter me isolado depois de todos os últimos acontecimentos. Eu não tinha que ter feito isso, não quando eu sabia como isso poderia me afetar. — E, quem está responsável pelo trabalho? — Questiono, pegando todos os papéis trazendo a minha visão. — O senhor Lewis está solicitando a sua presença em um jantar onde ele será premiado. — Ela explica. — Ele quer que fechem. Marcel disse que é de extrema importância que a senhora compareça, é um trabalho grande, para pessoas importantes. — Pode chamar Marcel aqui? — Pergunto, olhando-a. — Claro. — Ela se vira, saindo da minha sala. Eu, com certeza, estava muito insatisfeita com tudo o que estava acontecendo agora. Quero dizer, eu sabia o quanto uma pessoa como Adam Lewis podia influênciar no mundo da arquitetura e mais ainda, por saber que o fato de ter me fundido com Marcel e Andyn, me dava o bônus de ter a minha própria empresa de arquitetura e construção. Crescemos no mercado e estamos subindo rumo ao topo. Não é segredo para ninguém que já estivemos em diversas capas de revistas pelas nossas inúmeras construções. Casas de artistas e milionários são rotina entre nós. Os mais famosos, ou melhor, os que estão dispostos a pagar mais caro, exigem que eu mesma assine os seus projetos e supervisione. No entanto, mesmo com tudo isso, eu ainda não tinha me revelado ao público. A minha aparência é um mistério. Não me admirava que Adam quisesse que eu e a minha equiper fizéssemos o trabalho, muito diferente disso, era muito esperado. Ele sempre quis o melhor e o pouco tempo que passamos juntos me provou isso. — Oi. — Marcel entra na sala, um sorriso enorme e iluminado em seu rosto. — Você sabe que eu não posso pegar esse projeto. — Eu murmuro. — AH! Isso mais uma vez. — Ele murcha. — Eu tentei fazer de tudo para que o Adam Lewis desistisse de tudo, mas veja... — ele me entrega a única folha que estava nas suas mãos. — Esse valor é mais do que nós já ganhamos em toda a nossa história. Um trabalho dessa magnetudo nos levaria ao topo e você chegaria onde você quer chegar. — Mas não assim. — Eu abaixo os meus olhos. — Não custando tendo que lidar com o passado. — Pare de fugir! — Ele diz, sua voz sai dura. — Até quando vai se esconder como um rato? Pelo amor de Deus, você vai mesmo permitir que ela viva a sua vida, com o seu filho nos braços? Eu sinto meus olhos lacrimejarem. Isso sempre acontecia. — Você já é rica. Você já tem poder, você pode enfrentar ela agora. — Ela se aproxima de mim. — E, eu vou dizer mais... Ele abaixa um pouco mais o seu tom de voz. Eu pressiono os meus lábios uns nos outros. — Eu soube que Edmundo Lewis está cedendo esse valor como um emprestimo ao Adam. — Ele explica. — Ele já não pode mais lutar contra você. Você os têm na palma das suas mãos. — E por qual motivo Edmund faria isso? — Questiono. — Eles se odeiam! Eu me lembro bem de como eles tinham uma rixa. — Você sabe, Edmund quer muito a empresa Lewis&Co., ele trabalhou muito por isso e por todas essas coisas. — Comento. — Ele tem dinheiro e Adam afundou a empresa do seu próprio pai, ninguém sabe o motivo. Mas, ele está a beira da falência, o valor e a penhora da empresa, caso Adam não consiga pagar tudo. — Eu não entendo ainda. Como você sabe de tudo isso? — Pergunto. — Todos estão comentando sobre isso. Acho que você saberia se frequentasse o clube. — Ele dá de ombros. — Edmund fez questão de espalhar para todos o quanto o "seu primo perfeito" — faz aspas com os dedos. — conseguiu destruir tudo que a sua família tinha. Pisco, ainda em choque e mordo a minha bochecha. Eu não sabia de nada disso, mas não é como se eu procurasse também. Fingir que qualquer Lewis nao existia já tinha deixado de ser uma dureza e se tornado um hobbie. — E, o que eu teria que fazer em um jantar com ele? — Pergunto. — Você sabe, quando o cliente é exclusivo a esse nível, você é uma das exigencias. A sua assinatura. — Ele murmura. — Só que... você não pode usar o projeto como uma vingança contra ele. — Eu não tinha pensando nisso, mas você sabe que eu sou profissional. Jamais mancharia a nossa imagem por um homem tão ridículo quanto ele; — Grunhi. — E você não pode mais usar esse vocabulário. — Um sorriso brincalhão cresce no seu rosto. — Estou odiando cada segundo disso. — Eu resmungo. Naquele momento, a porta se abre. Andyn entra. O irmão mais novo — dois anos — de Marcel. — O noivo chegou! — Anuncia e eu levanto uma das sobrancelhas. — Quem é a maluca? — Pergunto. — Você mesma. — Ele sorri. — Do que você está falando? — Olho para Marcel com os olhos comprimidos. — Achei que você não iria querer sair por baixo, e como eu sou publicamente noivo, sabe que eu não poderia ajudar você com algo assim. — Ele me encara. — Marcel! — Reclamo. — Se não quiser, eu não ajudo... mas aposto que aquela azinha' vai se encher de raiva e inveja; — Ele dá um sorriso presunçoso. — Cá entre nós, eu sou uma delicia. — Já ouviu falar de Narciso? — Olho para ele, debochando. — Háhá. — Reviro os meus olhos. — Eu vou aceitar, mas só porque eu preciso mesmo. Eu também não quero parecer uma i****a na frente de todas aquelas pessoas que me odeiam. Eu suspiro, passando a mão na minha testa. Estou cansada. — x — — Você está linda. — Andyn murmura. — Obrigada, você também não está nada m*l. — Dou um sorriso de canto. — Eu acho mesmo que Adam perdeu a oportunidade da vida dele. — Comenta, me oferecendo o seu braço. — Não precisa tentar me animar, isso vai ser bastante incomo e nada vai fazer eu me sentir melhor. — Eu suspiro. Ele para no meio do caminho, da sala da minha casa enorme e vazia. Era assim que eu me sentia. — Você sabe que não precisa dele. — Segura as minhas mãos. — Eu quase não consigo ser uma pessoa séria e você sabe, mas eu posso jurar que você vai conseguir o seu filho de volta. — Eu sei. — Solto um suspiro cansado. — Eu preciso do meu filho de volta. Eu mereço isso, ela me fez... — meus olhos lacrimejam. — Não! Eu não vou chorar! Ele assente e me puxa para os seus braços, onde me aninha. Eu me seguro, enquanto apoio a minha mão no seu peito. Esse era um lado raro de Andyn, então acho que preciso aproveitar bastante. — Vamos fazer essa ser a sua melhor noite. — Ele sorri abertamente. Sai de dentro da casa e andamos juntos em direção ao carro enorme e caro na frente da minha casa. Era impressionante como, no final, nada disso faria nenhum sentido para mim. A alguns anos, eu nunca me imaginaria longe de tudo aquilo que eu conheço e agora, veja onde eu cheguei. Todas as coisas que eu construi e conquistei. Todas essas coisas me preenchem, me deixam assustada e com a sensação de que é tudo muito novo ainda. Cinco anos foram o suficiente para que eu saísse do nada — que foi como eu fui deixada —, para me tornar uma das mulheres mais ricas e impressionantemente requisitadas do meu ramo. Eu não entendo os propósitos da vida, mas esse, sem dúvidas, é o mais doloroso. Acordar e perceber que o meu filho não estava ali, enquanto todas aquelas pessoas queriam jurar para mim que eu nunca tinha gestado me levou a beira de um colapso. Eu era somente uma menina, eu tinha tido o meu filho roubado de mim e fui largada em um hospital psiquiátrico. E então, um dia eu aprendi a fingir. Não por necessidade extrema, mas por saber que eu nunca reencontraria o meu bebê lá dentro. Eu tinha saído a quatro anos, tinha tido o meu filho roubado a cinco. Ele tinha quatro anos e meio. Eu sempre deixava que a minha cabeça divagasse sobre o que tinha acontecido com ele, porque tinham feito isso, mas então... Adam e Lia anunciaram o casamento. Estão juntos desde então, ostentando uma criança que é minha. Uma criança que eu gestei. Eu sofri, mas me reergui. Comecei a trabalhar e com a ajuda da família de Andyn e Marcel, eu consegui a minha faculdade. Juntos, abrimos uma pequena empresa e depois, fundimos com a empresa da família deles. Um tem mantido o outro. Um tem erguido o outro desde então. Eu nunca pensei que cinco anos seriam o suficiente para que a minha vida mudasse completamente. Agora, eu tenho tudo e mesmo assim, eu ainda me sinto vazia. Eu me sinto oca. Eu queria muito ter uma perpesctiva de futuro, mas não tenho e isso me deixa confusa. Eu acho que só vou ter alguma paz novamente quando tiver o meu filho comigo. Eu só espero que não seja tarde demais. Sinto um toque em minha mãe. Olho para o lado, enquanto Andyn cruza seus dedos nos meus. Ele me dá um daqueles seu sorrisos de conforto e eu volto a olhar para a janela. Eu sabia que seria uma longa noite. — x — Me sigam no ** @aut.may. Leiam Pietra e Ethan na plataforma "Dreame e PortReader". Procure por "Mayara Beatriz" nas buscas, se necessário <3
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD