Vicky: Mascarado

1068 Words
Enquanto caminhamos pela vila, sinto uma leveza no coração. Cada passo ao lado de YaoWei é como se estivéssemos dançando novamente, mas agora em um cenário tranquilo e encantador. O sol brilha suavemente, iluminando os rostos dos moradores que se movem de um lado para o outro, suas vidas entrelaçadas em uma rotina simples e bela. — Olha aquela loja! — exclamo, apontando para uma pequena boutique com cores vibrantes. — Devemos dar uma olhada. YaoWei concorda, e entramos na loja. O aroma de incenso e as prateleiras cheias de artesanato local criam uma atmosfera acolhedora. Enquanto ele examina uma peça de cerâmica, aproveito para observá-lo. Há algo de encantador na forma como ele se concentra, a maneira como seu rosto se ilumina ao descobrir algo novo. — O que você acha? — pergunto, segurando uma pequena escultura. — É linda, mas nada se compara ao que estou vendo agora — ele responde com um sorriso, fazendo meu coração disparar. Continuamos a explorar, e a cada objeto que admiramos, sinto que estamos nos conhecendo mais. Ele compartilha histórias sobre sua infância, e eu conto sobre as minhas, entre risadas e olhares cúmplices. É como se o mundo tivesse parado e tudo o que importasse fosse aquele momento. Ao sairmos da loja, YaoWei sugere que visitemos o lago próximo. A ideia me encanta, e logo estamos caminhando por uma trilha cercada por árvores altas e flores silvestres. O som da água suave nos acompanha, e quando chegamos ao lago, fico sem fôlego. — É lindo aqui! — digo, maravilhada. A água reflete o céu azul, e pequenas ondas dançam na superfície. YaoWei se aproxima e senta-se na borda, e com seus pés na água me convida para se juntar a ele. Sento ao seu lado, e a proximidade é eletrizante. Ele olha para mim, e por um momento, tudo parece estar em perfeita harmonia. — Sabe, Vicky, eu nunca imaginei que pudesse sentir algo tão forte por alguém tão rapidamente — diz ele, a sinceridade em sua voz me toca profundamente. — Eu também não — respondo, sorrindo timidamente. — Mas aqui, tudo parece tão certo. Ele segura minha mão, e o calor do seu toque me passa segurança. O lago, as árvores, o céu, tudo parece conspirar para criar um momento perfeito. Sinto uma onda de gratidão por ter encontrado alguém tão especial em um lugar inesperado. — Vamos fazer um pacto — sugere YaoWei, olhando nos meus olhos. — Prometemos nos lembrar sempre deste dia e do que sentimos um pelo outro. — Um pacto? — repito, intrigada e animada ao mesmo tempo. — Sim, um pacto de viver cada momento como se fosse único. Concordo, o coração cheio de esperança. O futuro pode ser incerto, mas, ao lado dele, sinto que posso enfrentar qualquer desafio. — Então, que comecemos agora — digo, apertando sua mão. À medida que o sol começa a se pôr, tingindo o céu de laranja e rosa, sinto que estamos apenas no começo de uma linda jornada. Com um sorriso no rosto e o coração aberto, estou pronta para explorar meus sentimentos por ele... eu acho. Enquanto estamos sentados à beira do lago, de repente, sinto algo agarrar meu pé. Olho para baixo e vejo um peixe prateado se debater, tentando me puxar para a água. Aos poucos entro na água, mas tento me segurar em YaoWei, um grito sai da minha boca, mas engulo água e, em um instante, a força do peixe me arrasta com tudo, fazendo com que eu mergulhe completamente no lago. Com a visão embaçada por conta da água, consigo ver YaoWei se levantar, preocupado, gritando meu nome. Como um borrão em meus olhos percebo o pânico tomar conta dele. Sem pensar duas vezes, ele pega uma arma que carrega, mas hesita em usá-la, com medo de me atingir. Em desespero, ele pula na água, tentando me alcançar, mas o peixe me leva cada vez mais fundo. Perco o fôlego, lutando para subir, e, em meio ao caos, sinto meu corpo se entregar à escuridão. Quando abro os olhos novamente, estou em uma caverna escura, cercada por teias de aranha e baratas que se arrastam pelas paredes. Assustada, olho ao redor e, de repente, um homem mascarado aparece diante de mim. Sua voz é profunda e firme. — Sei que você não é uma personagem do jogo e também sei que conseguiu a chave para voltar ao mundo humano. Meu coração dispara. A chave? Um momento de pânico me invade, lembrando que a escondi no bolso de YaoWei sem que ele percebesse. — Eu… não sei do que você está falando — consigo dizer, a voz trêmula. Ele se aproxima, sua presença intimidante. — Não minta, entregue a chave por bem ou por m*l. Sinto a pressão em meu peito aumentar. Como posso explicar isso? E se ele machucar YaoWei? — Eu não… eu não tenho a chave! — tento argumentar, mas ele parece inflexível. O homem dá um passo à frente, e eu recuo, sentindo a parede fria e úmida atrás de mim. O medo toma conta, mas em meio ao desespero, uma ideia surge na minha mente: preciso encontrar uma maneira de escapar e proteger YaoWei. — Espere! — grito, tentando ganhar tempo. — Posso ajudá-lo, mas precisamos fazer isso juntos. Ele para, os olhos escondidos sob a máscara avaliando-me. — O que você sugere? Olho para o lado nervosa e tento pensar o que responder. Finalmente alguém se ascende em minha mente: — Eu juro que não estou com a chave, mas sei onde está! — Digo com firmeza, tentando manter uma boa postura, mas ainda olhando para o lado. — Eu vi você com a chave na floresta, eu segui vocês. — Disse ele, seu tom é brusco. Ele segura em meu queixo e me faz olhar em seus olhos. — Vai me entregar ou você prefere o jeito difícil? Sinto meu corpo tremer com o medo, minha respiração perde o rumo e eu tento não manter contato visual. — A chave não está comigo... eu perdi — Disse eu, hesitante e torcendo para que ele acreditasse. — Eu estava dançando na vila e caiu, pode olhar. Viro meus bolsos para fora, para que ele tenha certeza de que a chave não está comigo. Ele olha no fundo dos meus olhos com raiva. Não consigo ver seu rosto, mas seus olhos é penetrante.
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