Após Vicky ser levada por um peixe no lago, eu corri até a vila, a angústia crescendo a cada momento em que eu não encontrava ela, a única pessoa que me fez sentir algo sincero, sem que seja por minha família. O olhar dos moradores refletia minha preocupação, mas ninguém parecia ter pistas sobre o que aconteceu e onde ela foi parar. Desesperado, eu começo a perguntar por ela, minha voz embargada:
— Alguém pode me dizer o que era aquele peixe e para onde ele levou a Vicky?
Uma jovem se aproximou, percebendo a aflição em meu rosto.
— Eu posso ajudar! — disse ela, com um olhar determinado. — Vamos ao lago.
Assenti, a esperança renascendo. Juntos, nós corremos até o pequeno barco dela, que balançava suavemente na margem. Assim que subimos, ela começou a remar, a ansiedade em meu peito crescendo a cada braçada.
O lago, antes tão festivo, agora parecia sombrio e vazio.
— Onde ela pode estar? — murmurei, sentindo o desespero tomar conta.
Depois de algum tempo procurando, sem sinal dela, a frustração explodiu.
— Não pode ser! Eu não posso deixá-la para trás!
A garota parou o barco e virou-se para mim, percebi a compaixão em seu olhar.
— Calma, YaoWei. Vamos encontrá-la. Não desista. Acredite que ela pode estar bem.
As palavras dela, embora simples, trouxeram um pouco de consolo. Respirei fundo, tentando me acalmar, mas a preocupação ainda me consumia.
— Eu vou acreditar — disse eu, buscando força na determinação da jovem ao meu lado.
Enquanto remávamos para cada vez mais longe da margem, a inquietação pulsava dentro de mim. O barco balançava suavemente, mas meu coração estava em tempestade. A vila parecia cada vez mais distante, como se o mundo tivesse se tornado um lugar imenso e hostil.
— Você sabe o que aquele peixe é? — pergunto, o desespero crescendo em mim.
— Sim, é Mordecai, o vilão mais poderoso desse mundo, mas eu acho que ele não vai machucá-la. Ele apenas quer a chave de libertação desse mundo.
— A chave? — murmurei, abaixando a cabeça, cada vez mais preocupado.
Enquanto ela remava, eu olhava para as águas escuras, imaginando onde ela poderia estar. Cada onda parecia sussurrar seu nome, e a angústia me consumia. A frustração explodiu quando o silêncio se instalou.
— Eu preciso dela... — disse eu, a voz embargada.
A garota parou o barco novamente e outra vez virou-se para mim.
— Calma, eu prometo que vamos encontrá-la. Não desista.
As palavras dela me tocaram. Por um instante, o desespero se dissipou, dando lugar a um fio de esperança.
— Obrigado por estar aqui — respondi, buscando força na determinação dela. O lago ainda estava sombrio, mas com alguém ao meu lado, a carga parecia um pouco mais leve. Eu não ia desistir.
— Seu nome é Elizabeth, né? Eu vi acima da sua cabeça quando decidiu me ajudar.
Ela concorda com a cabeça e dá um sorriso suave, ela continua remando a procura de Vicky.
3 dias depois...
A busca por Vicky se tornava cada vez mais desesperadora. Cada dia que passei sem notícias dela fez meu coração afundar ainda mais. Elizabeth e eu exploramos cada canto do lago todos esses dias, mas a água permanecia silenciosa, guardando seus segredos.
— Vicky, onde você está? — sussurrei, a frustração me consumindo.
Elizabeth, ao meu lado, percebia minha angústia.
— Vamos continuar. Não podemos desistir.
6 dias depois...
Seis dias se passaram desde que a vi pela última vez. A dor da sua ausência se transformou em um peso constante em meu peito. Elizabeth, com sua presença calma e firme, se tornou um porto seguro em meio à tempestade. Ela me trouxe comida, me forçou a descansar e me lembrou que a esperança ainda existia.
— Não posso surtar, não posso deixar isso me vencer — pensei, grato por sua companhia.
Certa noite, enquanto olhávamos as estrelas refletindo na superfície do lago, Elizabeth disse:
— Você sabe, Vicky deve ser forte. Ela vai voltar.
Essas palavras foram um bálsamo para minha alma. Comecei a perceber que a conexão entre nós havia crescido. Elizabeth não era apenas uma amiga; ela se tornara meu suporte.
— Obrigado por estar ao meu lado e por ter cuidado de mim — disse, com sinceridade.
— Estamos juntos nessa — ela respondeu, um sorriso suave nos lábios.
Enquanto a semana se arrastava, minha esperança oscilava, mas Elizabeth sempre encontrava um jeito de reacendê-la. Com ela, aprendi a lidar com a incerteza. Embora Vicky ainda estivesse desaparecida, sentia que, de alguma forma, a força de Elizabeth me impedia de cometer loucuras.
E assim continuamos, explorando, esperando e, acima de tudo, acreditando que um dia veríamos Vicky voltar.
Na manhã do sétimo dia, decidimos nos afastar do lago e explorar a floresta ao redor. A luz filtrava-se através das árvores, criando um mosaico de sombras e luz. Cada passo que dávamos parecia ecoar em meu peito, a esperança e o desespero se entrelaçando.
— Olhe! — disse Elizabeth, apontando para algo brilhante entre as folhas. Aceleramos o passo, mas era apenas uma pedra refletindo a luz. Um suspiro coletivo escapou de nossos lábios.
Continuamos, nossos sentidos aguçados, ouvindo cada estalido, cada murmúrio do vento. Uma inquietação crescente tomou conta de mim. A mente, atormentada, começou a divagar. E se algo tivesse acontecido a Vicky? O que faríamos se não a encontrássemos?
— Precisamos acreditar — Elizabeth disse, como se pudesse ler meus pensamentos. Suas palavras, embora encorajadoras, não podiam afastar a sombra de medo que se abatia sobre mim.
À medida que o dia avançava, decidimos escalar uma pequena colina para obter uma visão mais ampla da área. Ao chegarmos ao topo, o panorama nos deixou sem fôlego: o lago se estendia abaixo, cercado por árvores densas e uma beleza serena que contrastava com nossa ansiedade.
— Vamos gritar o nome dela — sugeri, a voz tremendo. Elizabeth assentiu, e juntos chamamos por Vicky, nossa voz se perdendo na imensidão. O eco retornou, vazio.
Naquela noite, sentados ao redor de uma fogueira improvisada, a sensação de impotência era palpável. Elizabeth, percebendo meu silêncio, disse:
— Às vezes, as respostas estão escondidas onde menos esperamos. Precisamos continuar explorando, juntos.
Suas palavras, embora encorajadoras, não conseguiam silenciar o peso que sentia. A conexão entre nós era forte, mas a ausência de Vicky continuava a me atormentar. Fechei os olhos, tentando vislumbrar um futuro onde ela estivesse de volta, mas a realidade persistia: ainda estávamos longe de encontrá-la. A noite avançava, e a busca, embora incansável, parecia apenas começar.