Além de uma vida

Rosália

- Finalmente você chegou! Preparei um almoço bem gostoso para você! Nossa você está um caco! Tem comido o quê? Macarrão instantâneo?

Aquela mulher baixinha, de olhos grandes, sorriso largo e algumas suaves rugas, foi em direção a Josh e o abraçou calorosamente.

- Oi Rosália, não deu tempo nem de sentir sua falta! Falou revirando os olhos.

- Eu também te amo meu menino! Disse se afastando!

Rosália, sempre foi a pessoa que mais apoiou o relacionamento de Tracy e Josh. Ela era uma prima distante de Tracy, que veio do interior ainda adolescente, para estudar na capital. Seus primos, ofereceram moradia para que a assim, não precisasse gastar com aluguel e alimentação. Os pais de Tracy, não pediram nada em troca, mas Rosália decidiu que deveria ajudar na dinâmica da casa, pois seus primos tinham uma garotinha linda e bem arteira de 7 anos. Assim, Rosália ajudou na criação de Tracy, mais tarde tornando-se grandes amigas.

Durante a adolescência, quando Tracy começou a namorar Josh, foi Rosália quem ajudou os dois, convencendo os pais de Tracy que Josh era um bom rapaz.

Rosália, tornou-se a pessoa mais importante para Josh, após a morte de Tracy. Ela fora a única pessoa que não o culpou pelo acidente e não o abandonou. Sabia o quanto Tracy o amava e que ele precisaria de alguém para ser sua família. Rosália, decidiu que agora cuidaria de Josh e fez isso por todos esses anos.

- Obrigada pelo almoço, mas sabe que não precisa vir toda semana, eu ainda consigo me virar!

- Como comendo comida congelada?

- Estou bem, minha baixinha! Em um tom carinhoso.

- 10 anos Josh e você parou no tempo. Seu trabalho sempre foi algo que te deixou feliz e hoje você n...

- Rosá! A voz de Josh era firme. – Não quero falar sobre isso, não hoje! Talvez nunca mais!

Rosália deu um beijo na testa de Josh, pegou sua bolsa e disse:

- Suas roupas estão passadas, sabe onde me encontrar se precisar de alguma coisa.

Ela saiu batendo a porta atrás de si e Josh acompanhou a sua única amiga ir embora, sentindo alívio, pois queria viver sua dor novamente. A dor era sua única e verdadeira companheira.