Irmandade

1270 Words
Heloísa Salvatore -Porque está distante? - Minha irmã me pergunta ao entrar no meu quarto. - Assim fica difícil de entender você, Helena. Quando eu fico atrás de você, a senhora reclama que não lhe dou espaço e quando me afasto, você vem atrás de mim. Helena fica vermelha de vergonha e eu sorri de suas bochechas coradas... - Essas semanas foram cheias, estava estressada e quando fico assim, geralmente desconto nas pessoas perto de mim. Por isso me afasto, não quero ser rude com você. Helena é um poço de irritação quando está caçando, ela fica nervosa e em modo ativo até achar o alvo. Também tenho teorias que ela precisa urgentemente sentar em um homem gostoso para relaxar. - Já transou essas semana? - Helena sorri. - Está preocupada com a minha vida s****l? - Claro, você sem t*****r fica igual a um porre de bebida barata...- Rimos. - Sabe que não gosto de falar da minha vida s****l com a minha gêmea. Te vejo como uma boneca no meio daquelas roupas chiques que você gosta de desenhar. Sou estilista, tenho meu próprio ateliê, Helena odeia que eu fico querendo a transformar em uma modelo. - Então me diga com quem você irá falar, pois acredito que nosso pai não é um candidato. Nós duas rimos mais ainda, Ícaro Salvatore tem um infarto no momento em que souber que não somos mais puras. - Tá louca, claro que não! Nosso pai nos tem como duas bebês que ainda precisam dele para tudo, mesmo eu tirando o seu recorde de tiro. Helena é uma ótima soldado, foi uma luta para Ícaro Salvatore nos deixar participar da máfia como soldadas, claro que mais a Helena, eu gosto mais do meu trabalho como estilista. Quase não se tem mulheres na máfia em cargos como soldados ou poder, as que geralmente temos em nosso meio, não são casadas, têm treinamento iguais aos dos homens e não querem ter diferenças por causa dos seus gêneros, são ótimas em seus afazeres, mas são muito poucas ainda. Meu pai não queria deixar que eu ou Helena fizessemos o treinamento, Ícaro Salvatore nos proibiu até um atentado a nossa vida quase levar Helena da gente, foi a primeira vez que vi o lado escuro do meu pai. Tínhamos aproximadamente doze anos... " - Helena, temos que ir embora, o soldado já deve estar nos aguardando na porta da escola... Eu gritava para a Helena que queria tirar satisfação com um garoto que me perturbava na escola. Ele estava passando dos limites, até aperta a minha b***a o desgraçado ousou fazer. Contei para Helena, grande erro meu, ela quer matar meu colega de turma. Por sermos gêmeas, não podemos ficar na mesma turma, mas Helena acha que deve comprar as minhas brigas. - Me diga quem é ele, Heloísa? Não saio daqui até eu dar um soco na cara dele! - Helena tinha até dobrado as mangas da camisa do uniforme, estava em posição de luta e se garantia nas aulas dadas pelos nossos primos mais novos. Davi e Daniel ensinaram tanto a mim, como a Helena a nos defender com alguns golpes além dos ensinados por nossos pais, sabemos o básico de defesa pessoal, mas Helena queria muito mais... - Não é para arrumar confusão, ele quer isso, que meu nome fique em evidência, não ligo para os apelidos, não ligo por ele ser um i****a, mas não quero que você fique encrencada por causa de mim...- Não dá tempo de terminarmos de falar, ouvimos tiros no lado de fora da escola. - Helena...- Ela me puxou para o banheiro masculino e ficamos em uma das cabines esperando o tiroteio acabar. Helena tampava a minha boca e eu a abraçava forte, não queria sair de perto da minha gêmea, ela sempre cuidava de mim e levava a culpa quando eu roubava biscoitos. Fora do banheiro ouvimos vozes masculinas, estavam procurando algo... - Quem te falou que elas estudavam aqui? Cadê as garotas do subchefe? - Ouvimos um cara gritar. -Eu não sei! Nós garantiram que elas estudam aqui, meu filho estuda aqui e vivia implicando com a mais nova, ele descobriu por acaso que ela é filha do subchefe...- Sem querer meu pé entra no vaso fazendo um grande barulho, logo os homens estão dentro do banheiro. -Quem está aqui? - Ele abre cada porta com um chute e quando vai abrir a nossa, Helena entra na minha frente, a porta vai contra o seu corpo. Minha irmã mesmo machucada vai para cima do homem, o mesmo a pega pelo pescoço e aperta até eu ver a minha irmã roxa na minha frente, sem pensar muito eu pego a minha mochila e jogo no homem. Os dois caem, o outro homem vêem em minha direção, mas a visão do meu pai vindo para cima deles, igual a um touro, não faz jus a tudo que aconteceu naquele banheiro. Meus tios aparecem e levam Helena para o hospital, quase perdi a minha irmã e vi meu pai matar os dois homens com suas próprias mãos. Quando meu pai voltou a realidade, ele achou que eu teria medo, mas o abracei e agradeci por ele ter chegado a tempo. Helena ficou internada um tempinho, por ter ficado um tempo sendo sufocada, mas logo ela votou para casa. Depois de quase a perder eu tomei uma grande decisão, queria ser tão boa quanto a minha tia Aretha e a tia Mia. Então o meu primeiro alvo aconteceu aos meus treze anos, estudei durante um ano venenos letais, fiz o meu dever de casa corretamente e uma bela manhã está sendo noticiado que um garoto morreu ao ingerir chocolate que lhe foi deixado na porta de sua casa. O garoto que fazia bullying comigo, ele tinha contado para o pai e o tio que eu era da máfia. Eles achavam que poderiam nos sequestrar e pedir resgate, mas não contavam que tanto eu como Helena não éramos fáceis, não facilitaria a vida deles, não iríamos de boa. Os dois ganharam o que mereceram, e o menino que vivia me perturbava também, pois eu no começo relevava suas atitudes, sabia o que aconteceria se eu falasse para alguém, assim, eu me calei e resolvi eu mesma, queria poder fazer algo por mim. Não era algo para uma menina fazer, mas eu sou filha de mafioso, nada é normal em minha criação. Aguentaria calada o bullying, mas ele coloca a vida da minha irmã em perigo por causa de dinheiro, isso eu não admito. Meu tio sempre soube e obrigou meu pai a ensinar tudo para nós duas, Ártemis e as outras meninas também aprenderam a matar apenas com um lápis ou alguma coisa pontiaguda. - Somente me preocupo com você, somos irmãs, dividimos a barriga da nossa mãe por nove meses e pertubamos a vida do nosso pai juntas. - Estou bem, somente preciso de uma boa noite de sono e precisava te ver um pouquinho... Abraço a minha irmã mesmo que ela não goste de demonstrações de afeto. - Deita aqui, vamos dormir...- Nos aconchegamos na mesma cama, eu faço carinho em minha irmã que anda mais misteriosa que o normal. - Se você arrumar um namorado você me diria sim? - Que pergunta é essa... - E você me diria? - Helena sorri. - Entendi Helô, não vou me meter em seu relacionamento... - Eu não tenho um relacionamento! - E eu sou a pessoa mais alegre que existe na face da terra Helô, vamos dormir, amanhã tenho ordens para cumprir. Será que Helena sabe sobre Matteo?
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