Capítulo 05*

1537 Words
Hoje faz 1 mês que estou no morro e trabalhando no posto,com a ajuda da Nathália consegui uma vaga na creche pra Júlia poder ficar,a creche fica no meio do caminho entre minha casa e o posto,aos poucos estou reconstruindo minha vida e conseguindo colocar as coisas no lugar,graças a Deus está dando tudo certo até aqui. - Vai fazer o que hoje? - Nathália aparece na ala da enfermagem. - Que eu saiba nada,por que?- ela sorri. - Ótimo por hoje iremos nos divertir um pouco,vai ter um pagode hoje na quadra e nos vamos. - me engasgo com a água. - Nó.... nós o que Nathi. - falo gaguejando. - Isso mesmo nós iremos,você é nova e eu me recuso a deixar você se acabar com essa sua beleza nesse pijama ridículo. - olho pra ela de cima a baixo. - Você sabe que usa um igual né. - rimos - Mas eu me permito viver,e você também vai,quem sabe você não conhece alguém e da uns beijinhos, aliás eu acho que é isso que você está precisando. - ela me olha pensativa. - Do que estou precisando Nathália. - pergunto rindo. - t*****r minha amiga,você está precisando de uma noite quente liberar essa endorfina que esta gritando querendo sair. - caímos na gargalhada. - Muito obrigada mas na última vez que saí voltei pra casa com a Júlia na barriga,então não obrigada. - ela revira os olhos. - Me desculpa mas naquela época você era burra hoje garanto que não, então você vai sim,e antes que você coloque a Júlia como desculpa,ela vai ficar com a Rosa. - ela sorri mostrando os dentes,fico encarando ela por alguns segundos e já sei que não vai adiantar ficar achando desculpas. - Você venceu,que horas e onde? - ela sorri enquanto pula e bate palma. - Esteja pronta as 20:00,não se preocupe coma Júlia,já pedi pra Rosa buscar ela na creche pra você não ter a desculpa de desistir ou se atrasar. - antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ela sorri e sai da ala da enfermagem. Trabalho até um pouco mais tarde hoje e quando dá 18:30 vou pra casa,não tenho muito o que me arrumar,só vou mesmo nesse pagode pra Nathi me deixar em paz,desde que engravidei parei com essa vida de curtição,tive amadurecer muito rápido e como eu não lembro quem era o cara com quem eu transei por que estava muito bêbado nem a pensão que é direito da minha filha eu posso cobrar. Chego em casa super cansada,jogo a bolsa no sofá e vou para o banheiro tomar um banho,lavo o cabelo e assim que termino visto um vestido coral frufru com um leve babada na parte de baixo tomara que cai mas com o detalhe de uma alça em volta do pescoço,calço o tênis all star,penteio o cabelo deixando solto pra secar naturalmente,pego minha bolsa transversal e saio de casa,fico esperando Nathi que me manda uma mensagem dizendo que vai se atrasar e que era pra eu ir na frente pra segurar uma mesa pra gente,bufo e faço o que ela pede. Subo a mais e ladeira e subo a escada de um beco,logo assim que chegou na parte de cima já estou com os bofes pra fora,paro pra respirar um pouco quando vejo um clarão que me cega e um barulho de moto que para abruptamente na minha frente, forço os olhos para abrir e vejo o Atos parado na minha frente,ele está lindo,com uma camisa preta,uma bermuda jeans um tênis da reserva no pé,um boné com a aba pra trás,uma corrente de prata, e um perfume amadeirado que com certeza jamais irei esquecer,ele para me analisando de cima a baixo até seus olhos me encontrarem. - Está perdida? Não é seguro para uma mulher andar sozinha a noite,ainda mais você que é novata por aqui.- ele pergunta sério. - Eu sei me cuidar muito bem obrigada,a Nathália combinou comigo de irmos a esse tal pagode mas se atrasou e me pediu pra vir na frente. - ele me olha confuso. - Não estou preocupado contigo, é só um conselho e a Nathália já está no pagode,de contra a partida me encheu o saco pra vim te buscar por que você estava demorando. - ouço ele falar e fico incrédula,como a Nathália pode ser tão baixa e armar pra mim,justo com o primo dela,ela só pode está de brincadeira. - É......desculpa por isso,mas acho que vou voltar pra casa. - ele segura meu braço e sinto um arrepio gostos,olho em direção a sua mão e então ele me solta. - Sobe logo e para de graça,já que você chegou até aqui e está vestida para matar vamos logo que eu te levo,não tenho muita paciência pra ficar atirando fricote de mulher- olho pra ele e para a moto sem jeito. - Não obrigada, prefiro voltar e ir dormir,- falo rispida e ele fica calado por alguns segundos me analisando pensativo. - Você quem sabe,minha parte eu fiz agora se tu não quer que se f**a tô nem aí. - ele fala ligando a moto e sai cantado pneu, fico parado olhando na direção que ele foi e depois de alguns segundos saio do meu transe com uma barulho,olha pra trás e vejo um gato mexendo não no lixo,desço a ladeira correndo e depois de alguns minutos chego em casa,abro a porta e subo direto para o meu quarto,troco de roupa e me jogo na cama,fico pensando na conversa com Atos e meu sangue ferve de raiva. Acordo no dia seguinte faço minha higiene, tomo um banho e visto minha roupa de trabalho,faço um coque frouxo no cabelo pego minhas coisas e vou para o posto,logo que chego já encontro Nathália pegado algumas fichas para começar os atendimentos de preventivo,ela me vê e já levanta as sobrancelhas. - Nem vem que não estou a fim. - falo passando por ela e vou até a cozinha pegar um café. - Ah Rafa desculpa vai, só achei que quem sabe vocês dois podiam se conhecer melhor. - reviro os olhos e balanço a cabeça em negação. - Nathi desencana tá,primeiro que o seu primo não faz o meu tipo e eu muito menos o dele,não tenho tempo pra relacionamentos,minha vida já está toda completa. - ela começa a rir. - Eu sei que o Atos pode parecer brucutu mas ele é....- antes que ela terminasse eu a interropo. - Não, não e não, já disse que não estou a procura de homens e quando eu estiver seu primo será uma opção que eu não quero na minha lista,me desculpa mas não quero me envolver com pessoas do tipo dele,eu não.......- antes que eu pudesse completar a minha fase Atos aparece na porta. - A princesa não gosta de bandidos né,mas engraçado que veio justamente morar e trabalhar em um lugar onde quem paga o seu salário é uma e a casa que você mora é de um,fica ligada garota por que quero que você saiba que eu não fui nenhum pouco com a tua cara e se eu descobri qualquer parada errada tua daqui tu não desce nunca mais. - Atos fala bem sério olhando dentro dos meus olhos e Nathália interfere. - Atos chega,a Rafa não quiz te ofender,isso é um assunto de meninas,o que você veio fazer aqui tão cedo. - ele desvia o olhar de mim pra Nathália,confesso que me deu um certo medo,não que eu tenha alguma coisa a esconder,quer dizer na verdade tenho e por isso fico com medo e apreensiva. - Vamos ali fora que eu preciso desenrolar umas paradas contigo. - ela assente e os dois saem da sala. Tomo uma caneca de café e como um pedaço de bolo que uma da meninas trouxe,aqui sempre tem alguma coisa,cada uma faz um prato doce ou salgado e trás para o lanche,eu ainda não fiz nada por que estou sem dinheiro,mas assim que receber vou trazer algo,depois de um tempo Nathália volta e o dia segue tranquilo,ela me da alguns conselhos relacionados a Atos e eu apenas balanço a cabeça em afirmação,não quero graça com ele,além de ser bandido, dono de morro não trata as pessoas direto, é um tremendo babaca e eu não gosto disso, volto ao meu ao meu plantão flui bem e quando termina meu turno pego minhas coisas e vou buscar minha filha na creche. - Mamãe......- Júlia me vê e corre em minha direção com os bracinhos abertos,pego ela no colo e lhe dou um beijo forte. - Saudades mamãe. - ela fala e seguimos pra casa entre brincadeiras,a Júlia é o meu mundo e sem ela não sei o que faria da minha vida,posso dizer que ela me salvou de todas as maneiras,talvez se ela não tivesse aqui eu não sei o que seria de mim hoje,posso ter começado a vida adulta muito cedo mas não me arrependo de ter tido ela,a única coisa que me deixa um pouco arrependida foi de ter vindo pra cá e ela ter que ficar vendo esse monte de homens armados,a venda de drogas a cada esquina e o pior de tudo está perto do Atos sem saber que ele é o seu pai.
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