Atos ( Recomeço,Morro)

Capítulo 06*

Desde a noite que revi o Atos não estou tendo paz,estou tendo sonhos estranhos e dormindo muito m*l,desta vez sonhei que ele tirava a Júlia de mim e só de pensar nessa hipótese fico apavorada,a Júlia é o meu mundo e só de pensar em perde lá sinto um aperto no peito,por isso tenho mais certeza ainda que será seguro ele não souber de nada, aliás ninguém aqui pode sequer sonhar com isso.

- Ju minha princesa acorda. -acordo ela enquanto arrumo sua mochila,assim que termino dou um banho nela e a arrumo,em seguida tomo um banho e coloco minha roupa de trabalho,tomamos café e saímos de casa.

- Chegou mamãe chegou. - ela diz toda animada enquanto paramos em frente a creche.

- Sim minha princesa. - dou um beijo em sua bochecha e vou trabalhar

Chego no posto e já está cheio,graças a Deus hoje começa o novo médico,ele é clínico geral e a falta de um especialista faz muita falta até mesmo para procedimentos básicos e mesmo aqui sendo bem completo ninguém quer trabalhar aqui por ser comunidade,aqui é muito diferente do posto da minha cidade,se lá tivesse a metade das coisas que tem aqui acho que nunca teria vindo pra cá,entro e cumprimento todo mundo e já vou me ajeitando.

- Rafa a Nathalia está convocado todo mundo na sala de reuniões para apresentar o novo médio. - olho pra Jasmim sorrindo e já balanço a cabeça em afirmação,termino de guardar minhas coisas e caminho até lá.

- Licença. - falo e entro na sala,ao olhar em redor me surpreendo ao ver quem é o novo médico.

- Baixinha. - Fernando fala rindo e caminha em minha direção me dado um abraço e um beijo na cabeça.

- Nossa você me achou bem,que mundo pequeno. - falo e rimos, Nathalia coça a garganta e nos afastamos. - Desculpa Nathália. - falo sem graça.

- Se estamos atrapalhando alguma coisa é só falar que nos retiramos. - ela fala sério e eu olho pra ela surpresa sem entender.

- Só matando a saudade,vocês tem uma excelente profissional aqui,cuidem bem dela.- Fernando fala piscando pra mim e volta ao seu lugar.

- Então é isso pessoal,vamos dar o nosso melhor e ajudar aí o doutor Fernando no que ele precisar dentro do possível no nosso local de trabalho sem muitos exageros. - ela fala me olhando de lado e sai da sala,um clima pesado se instala na sala e todos saem um por um ficando apenas Fernando e eu.

- O que foi isso baixinha,já está arrumando confusão por aqui? - ele pergunta preocupado.

- Confesso que estou tão surpresa quanto você,mas não se preocupe vou tirar essa história a limpo agora mesmo e outra coisa seja bem vindo. - falo e dou um sorriso de canto saindo da sala,vou até a sala da Nathália mas ela não está lá, então vou até a sala das vacinas e começo o meu dia de trabalho,já quase não final do dia Nathália entra que nem um furacão indo até a sala de medicação e eu vou atrás dela.

- Agora não Rafaela. - ela fala seca.

- Está tudo bem,quer ajuda com alguma coisa? - pergunto preocupada.

- Não, está tudo ótimo, não é nada com que eu não consiga lidar,são assuntos do morro e não do posto da licença. - ela pega alguns remédios,seringas,soro e sai da sala passando por mim sem me dá confiança,fico olhando o comportamento dela sem entender nadinha,logo Fernando aparece.

- E aí baixinha vamos,quero te pagar uma bebida. - olhos pra ele com a sobrancelha levantada.

- E é assim é. - ele sorri,o Fernando é muito bonito e nós já tivemos uns lances mas nada sério,apenas pegação. - Eu adoraria mas não posso,meu maior compromisso está me esperando e não posso me atrasar. - falo e rimos.

- Sinto sua falta baixinha. - ele fala alisando minha nuca e é impossível não fechar os olhos ao seu toque.

- Não dá Fernando já conversamos sobre isso,eu tenho a Júlia e a vida que você quer...., é complicado. - ele suspira pesado e eu me afasto.

- Você tem razão, é complicado mas não custa tentar né vai que você mudou de idéia. - n**o com a cabeça.

- Ela é o meu mundo e eu não troco ela por nada e nem por ninguém,quem me quiser terá que querer ela também. - falo olhando em seus olhos e sai dali indo até o vestiário feminino buscar minhas coisas.

Como todos os dias vou até a creche e pego a Júlia,no caminho passo até a sorveteria e compro dois açaís,na saída esbarro na Lorena e peço desculpas em seguida,ela me analisando de cima a baixo com a cara feia e eu faço o mesmo.

- Você só pode ser cega né garota. - ela fala com raiva .

- Graças a Deus não,me deu esses lindos olhos e eu consigo enxergar perfeitamente. - falo ironicamente.

- Não parece,por mexeu justamente com a pessoa errada,você sabe de quem eu sou namorada? - reviro os olhos sem acreditar que aquilo realmente está acontecendo.

- Ai meu Deus é sério isso,olha pouco me importa quem é seu namoradinho,se você não tem o que fazer eu tenho e muito dá licença. - me viro pra sair e ela me segura pelo cabelo me puxando de volta.

- Nunca mais de as costas pra mim sua p*****a. - me solto dela pra meu sangue ferve.

- Você bebeu ou fumou o que miserável,nunca mais toque pra em mim por que eu não te dou essas confianças não tá ouvindo. - falo indo pra cima dela e lhe dou um empurrão,ela cambaleia pra trás e dou um tapa em seu rosto,ela coloca a mão em cima de onde bati e arregala os olhos.

- Tá se achando ne v***a do afasto,nós vamos te ensinar uma lição que você vai implorar pra gente parar. - Lorena junto com as amigas se preparam pra vir pra cima de mim e minha única preocupação e a Júlia,olho em volta procurando por ela mas não a vejo,devido a aglomeração que estava se formando ao redor,entro em desespero e quando ia sair logo sou puxada de volta e meu corpo vai com tudo ao chão,fecho os olhos sentindo o impacto e a imagem da Lorena aparece por cima de mim.

- Eu te avisei p*****a comigo ninguém mexe. - Quando ela ia montar em cima de mim ouço aquela voz grave famíliar e por alguns segundos eu agradeço por isso.

- Posso saber que p***a está acontecendo aqui? - ele fala se aproximando e em seu colo vejo Júlia.

- Amor essa p*****a me agrediu e eu só ia dar uma lição nela. - Lorena fala com voz dengosa enquanto segura no braço dele e meu estômago revira.

- Chega de confusão Lorena segue teu caminho. - o outro homem que anda com Atos pra cima e pra baixo com Atos fala.

- Está com ciúmes por que não é com você Vini? - ele balança a cabeça em negaça.

- Ficou maluca vagabunda,por mim vocês podem tudo se fuder,não dou moral pra p**a não. - ele fala apontando o dedo pra ela.

- Falar agora e fácil né mas na hora que está dentro de mim o papo é outro. - ela falar indo de lado e ele avança nela mas Atos os interrompe.

- Já mandei você parar com essas palhaçada Lorena,se eu te pegar arrumando confusão de novo vou te levar para o quartinho,e para de pagar de minha fiel,se tu continuar com essas p***a corto sua língua,raspo sua cabeça e ainda te dou uma surra pra você aprender p***a. - ela olha pra ele assustada. - Agora vaza dessa p***a,e vocês não tem nada melhor pra fazer não. - Atos fala autoritário e todos em volta se afastam.

- Vem meu amor vamos pra casa. - falo chamando Julia que está no colo do Atos.

- De nada m*l agradecida. - olho pra ele estreitando os olhos.

- Não pedi sua ajuda,veio por que quis,mas se isso te serve de consolo obrigada por ter segurado a minha filha. - ele olha pra ela com os olhos ternos e sorri,ela sorri de volta e beija sua bochecha.

- Ela é uma ótima criança,uma pena ter a mãe que tem,se ela fosse minha.....- antes que ele terminasse o interrompo.

- Ainda bem que você não tem parte com isso,sorte minha,agora se me der licença tenho mais o que fazer. - falo enquanto pego a Júlia e sigo pra casa p**a da vida,primeiro por causa daquela vagabunda e segundo por causa do Atos,a impressão que eu tenho é que de alguma forma ele e Júlia sabem que são pai e filha e isso me assusta.