Capítulo 29. Bastidores

503 Words
Bastidores do evento, após a coletiva de imprensa. Os aplausos ainda ecoavam do salão quando Theodore e Sophie saíram pelos corredores laterais, seguidos por assessores, seguranças e repórteres tentando se aproximar. — Senhor Beaumont, senhorita McGoldrick, olhem aqui! Só mais uma foto! — gritava um dos fotógrafos, enquanto eles seguiam em passos firmes até o camarim reservado. Assim que a porta se fechou, o som abafado da multidão deu lugar ao silêncio tenso. Um silêncio carregado de tudo que não fora dito em público. Sophie largou o microfone sobre a mesa com um leve clang. — Então é isso. — disse, virando-se lentamente para ele. — Você realmente fez isso. CEO da B&M, Theodore? Qual seu problema em dar o devido respeito a minha posição? Theodore removeu o paletó, jogando-o sobre uma cadeira. O olhar dele era sereno, quase provocativo. — Eu apenas fiz o que tinha que fazer. — Tinha que fazer ? — Ela riu, incrédula. — Você usou o nome da minha empresa, o trabalho da minha equipe, e os créditos vão para você ? Ele se aproximou um passo, a voz baixa, firme: — Foi um gesto de poder, Sophie, meu nome estava afundando e eu tinha que fazer isso.No mundo dos negócios, o poder é o que mantém as pessoas vivas. Ela cruzou os braços. — E você acha que pode sobreviver me usando como escudo? Theodore inclinou a cabeça, o olhar percorrendo o rosto dela com uma calma calculada. — Eu não estou te usando. Estou te oferecendo algo que ninguém jamais pôde: o nome Beaumont. A tradição. A influência. Sophie se aproximou um passo também, encarando-o de perto. — Não confunda tradição com decadência, Theodore. O mundo mudou. Você só sobreviveu até agora porque eu aceitei essa fusão não o contrário. Por um instante, o ar entre eles pareceu eletrizado. Ela estava a poucos centímetros dele, o perfume delicado contrastando com o tom frio de desafio na voz. Theodore arqueou um leve sorriso. — Você fala como se não gostasse de estar aqui. Mas seu olhar diz o contrário. Sophie respirou fundo, mantendo o controle, e respondeu com ironia afiada: — Talvez seja só o prazer de ver um homem arrogante perder a vantagem que acha que tem. Ele deu um meio riso, baixo, perigoso. — Cuidado, McGoldrick. Às vezes, quem pensa estar no controle só está dançando conforme a música... e eu sempre escolho o ritmo. Antes que ela pudesse retrucar, a porta se abriu abruptamente. Um assessor entrou: — Senhor Beaumont, senhorita McGoldrick… a imprensa quer vocês juntos para mais algumas fotos. Os dois se encararam um silêncio de segundos que valia mil palavras. Sophie ajeitou o cabelo, recuperando a postura impecável, e respondeu antes de sair: — Então vamos dar a eles o show que esperam, não é? Ela passou por ele com um leve toque de ombro, firme, proposital. Theodore observou-a sair e murmurou para si, em tom baixo: — Ah, Sophie… você ainda não entendeu que o show verdadeiro começou agora.
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