A chegada na casa de Brian

2351 Words
Ayla trocou de roupa e saiu do banheiro. Seu marido lhe deu uma olhada rápida enquanto apertava os dentes. Sem dizer uma palavra, ele se virou e saiu impetuosamente, e ela correu atrás dele submissa. A viagem de carro foi muito desconfortável, e durante o percurso, ela ficou encolhida em um canto. A atmosfera dentro do Bentley prateado estava tão tensa que a garota só podia olhar pela janela e rezar para que tudo aquilo acabasse o mais rápido possível. Cada vez que Brian se movia, por pouco que fosse, ela tremia, com medo de que ele se aproximasse sem seu consentimento. O silêncio tomou conta da maior parte da viagem. Em uma hora, eles chegaram à luxuosa vila de Brian. A casa exótica havia sido projetada exclusivamente para o homem, de maneira que só ele mesmo poderia se permitir pagar. O carro entrou na garagem e parou. Então o homem desceu e ordenou em tom rude à esposa: - "Saia do carro!" A família Qin também possuía uma vila, mas era incomparável com a grandeza daquela. A moça timidamente seguiu o marido, dando cada passo com cautela. - "Senhor, já está de volta", disse o mordomo, Ruben, que correu em direção a eles e olhou para a bela mulher atrás do homem sem dizer nada. Brian não respondeu, foi para a sala e sentou-se no sofá. Maria apareceu um pouco depois e serviu-lhe café numa xícara delicada e cara. -"Senhor, aqui está o seu café." O homem costumava tomar café o tempo todo. Brian inalou o aroma forte do café, feito com os melhores grãos de café da Jamaica, que era seu cheiro favorito. Enquanto isso, Ayla permanecia imóvel, quieta. O clima sério dentro da casa a lembrou mais uma vez que ela não pertencia àquele lugar. No entanto, o fato era que não podia fugir. De repente, a xícara de café caiu no chão e se quebrou em pedaços com grande estrondo. -"Senhor!", Maria exclamou e imediatamente foi limpar, mas parou no meio do caminho quando Brian levantou a mão. -"Você, venha aqui limpar isto!", disse o homem, chamando Ayla, dando-lhe uma ordem com toda a crueldade. A garota estremeceu de surpresa e olhou para ele estupefata. - "Senhora Arlene, o que foi? Você não ouviu? Ou pretende me desafiar?" Brian perguntou com sarcasmo. Ayla pestanejou e desviou o olhar. Mesmo que ela se negasse a fazê-lo, ele a forçaria a limpar aquela sujeira de qualquer maneira. Além disso, ela já havia feito coisas semelhantes antes, na casa da família Qin. Para Ayla, esta era uma tarefa fácil. Em silencio, a garota se abaixou e recolheu os pedaços da xícara, um por um, e os jogou no lixo. Maria deu a ela um pano de limpeza que usava para limpar o chão, depois de recolher os cacos. Ayla observava as manchas de café que caíram nos sapatos do marido. Então ela os limpou cuidadosamente com lenços de papel, temendo que o homem a chutasse se não gostasse daquilo. Mas seus cuidados não o impediram de desprezá-a. Ele não demonstraria piedade à mulher que mais odiava. No entanto, o homem não conseguia compreender por que Arlene estava sendo tão obediente. Ele nunca esperava que ela fizesse aquilo, muito menos sem questionar. De repente, Brian recolheu os pés inseguro, sem saber como deveria reagir. A garota o encarou, um pouco assustada e um tanto confusa. Será que ela tinha feito algo errado? Será que ele não ficou satisfeito? Brian se inclinou para frente e a agarrou pelo queixo com força. -"De agora em diante, você vai ficar aqui, sem fazer nenhum escândalo. Você não tem permissão para sair sem a minha autorização. Por outro lado, você vai ter que cuidar de tudo aqui na casa, desde a limpeza, até tudo o que eu quiser que você faça. Entendeu?", ele insistiu, em um tom autoritário. Ayla entendeu perfeitamente que Brian queria que ela vivesse naquela casa, como uma criada, não como a senhora Arlene da família Leng. - "Sim", respondeu Ayla assentindo com a cabeça. -"Boa menina!", afirmou o homem, antes de se levantar para sair. -"Espere, eu tenho uma coisa para te perguntar", disse ela. Vendo que ele estava prestes a sair, a moça o cercou na saída. Brian se voltou para ela. - "Se precisar de algo, pergunte a Ruben ou Maria." Brian não queria mais ter que falar com ela. - "Não! Não é nada disso." Ayla pegou a mão do seu marido e segurou-a hesitante antes de dizer: -"Estou disposta a fazer tudo o que você me pedir, mas quero ir para a faculdade." Ela queria ir para a escola? Brian ficou muito surpreso. Isso seria uma piada? - "Você quer ir à escola? Está brincando comigo? Você é Arlene Qin, ou bem, agora você é a senhora Arlene da família Leng. Você pode ter o que quiser. Então, por que deseja ir para a escola? Além disso, que eu saiba, você nunca foi uma boa aluna", bufou Brian. A garota não sabia o que dizer. Arlene nunca se importara com nada, mas Ayla era muito diferente. Ela queria ter valor por si mesma . Ela queria realizar seu sonho! -não me incomode mais!", ele disse afastando-a. Aí se virou e saiu naquele momento. - "Senhor Brian", implorou Ayla. Ela não se renderia com facilidade. Queria ir atrás dele, mas Maria a deteve, dizendo: -"Você n******e subir as escadas! n******e ir ao segundo andar sem autorização!" - "n******e ser! Por quê?" A garota precisava falar com Brian de alguma forma. Havia sido muito difícil para ela entrar na faculdade. Tinha trabalhado duro durante todas as férias de verão para ganhar dinheiro e pagar as custas do curso. Então, como poderia dar-se por vencida, assim tão facilmente? Ela subiu correndo as escadas assim que Maria se distraiu um pouco. Ao vê-la entrar em seu quarto, Brian gritou extremamente irado: - -"Quem lhe deu permissão para subir?" A garota estremeceu e se deu conta de que tinha sido imprudente. Ela não deveria ter subido as escadas sem a permissão dele. -"Saia daqui!" Brian rosnou novamente, quando viu que sua esposa ainda estava na porta. Com a brutalidade de sua fala, ela estremeceu novamente. Limitou-se a baixar os olhos rapidamente e não se atreveu a olhar para ele de novo. naquele momento ayla só queria se esconder do seu marido , sua v*****e era a de sair correndo dali , mas , estava simplesmente travada de medo . Brian entrecerrou os olhos e chegou mais perto de sua esposa. - "Dizem que você é ousada, pelo que tenho ouvido. Então, por que você está com medo agora?" -"Eu... eu só quero ir para a Faculdade..." Ayla gaguejou, abaixando a cabeça. -"Se você veio aqui para me falar sobre isso, não precisava, porque isso não vai acontecer." O homem jamais havia pensado que Arlene pediria sua permissão para estudar. Ele pensava que ela estava tentando enganá-lo para que pudesse se encontrar com seus amigos fora de casa e fazer o que quisesse. A garota sentiu-se arrasada quando ele negou seu pedido. Será que algum dia ela poderia voltar para a faculdade? Só faltavam dois anos para se formar. Se Brian não a deixasse ir agora, ela nunca poderia realizar seu sonho. Vendo que a garota ficou desnorteada, Brian a ignorou e foi para o banheiro, esperando que ela fosse embora. No entanto, quando ele saiu, ela ainda permanecia parada na porta. Realmente, Ayla era uma mulher muito teimosa. Como Brian continuava a ignorá-la, ela abaixou a cabeça. E com o coração partido, Ayla se virou para sair. - "Espere um minuto!" O homem disse, detendo-a. Imediatamente, ela se virou para ele com alguma expectativa. A esta altura, o homem estava sentado no sofá, fumando um cigarro. Seus olhares se cruzaram enquanto ela esperava que ele dissesse algo, mas ele não falou nada até terminar de fumar. Seu olhar era tão intimidante, que a menina ficou muito assustada. Ela se lembrou do que tinha acontecido na noite anterior, como se fosse um pesadelo, e não queria que aquilo acontecesse de novo. A única coisa que Ayla queria naquela hora era fugir e se esconder dele. Ao se dar conta de que ele não ia dizer nada, ela se virou novamente para sair. -"Essa é toda a paciência que você tem?" Brian perguntou, provocando-a. A voz do marido a deteve novamente, e desta vez ela não ficou parada na porta. Aproximou-se dele e perguntou: - "Então, você me dá sua permissão?" Brian se levantou e parou a trinta centímetros dela. Ele ergueu o queixo dela com a ponta do dedo e a fez mirá-lo nos olhos. -"Quantos homens estão esperando por você fora daqui? Por que você tem tanta v*****e de sair? Hein?" Ele questionou num tom de voz firme. - "O quê? Não tenho ideia do que você está falando. Eu só quero ir estudar!" Não importava o quão tímida sua resposta parecesse, Ayla não se daria por vencida. Ela sabia que tipo de pessoa era sua irmã. O motivo pelo qual ela havia se casado com esse homem em lugar de Arlene, era proteger a família Qin e seu pai adotivo Clayton. Tudo o que ela fizera até agora fora para retribuir a ele, mas não podia perder seus próprios objetivos e sonhos. - "Você sabe de uma coisa? O que mais odeio no mundo é que alguém me engane", disse Brian com aspereza. A garota assentiu prontamente com a cabeça. Ela não havia mentido para ele, exceto para encobrir sua identidade. - "Se eu descobrir que está mentindo, você nem imagina o quanto terá que pagar!", disse o homem. Brian queria ver até onde sua esposa poderia ir, ele tinha meios de pegá-la em flagrante. - "Está bem, eu compreendo. Irei para a escola e de volta para casa; não irei para qualquer outro lugar", prometeu a garota. O homem a autorizou a ir à escola, mas ela não poderia continuar com seu trabalho, pois obviamente ele não o permitiria. -"Agora saia do meu quarto!", ordenou Brian. Não lhe agradava a presença da mulher no segundo andar, especificamente em seu quarto. Ayla fez uma reverência e agradeceu: - "Obrigada, senhor Brian." Ela tampouco não queria chegar perto daquele demônio, então foi embora em silêncio. A verdade era que não havia nenhuma diferença entre viver com a família Qin e viver com a família Leng. Seus pais biológicos a haviam abandonado ao nascer. Portanto, Ayla estava convencida de que seu destino era ficar sozinha por toda a vida. Por isso, ela havia se concentrado em realizar seus sonhos para se manter sozinha. Brian não disse mais nada, e a viu desaparecer enquanto apertava os dentes. A Ayla foi dado um pequeno quarto no primeiro andar, no qual havia uma pequena cama e uma escrivaninha. Havia também uma janela, para iluminar o quarto com luz natural. Na verdade, era melhor do que o quarto que ela tinha na casa dos Qin. A única diferença aqui era que ali, ela não tinha mais sua liberdade. -"O senhor Brian me pediu para informá-la de que você n******e deixar a mansão, a menos que ele autorize. Se você precisar de algo, pode me pedir", disse Maria com toda a educação. - "Obrigada, dona Maria. Vou pedir se precisar", disse a garota. Parada no meio da sala, ela observava tudo. Ali não havia nada que lhe pertencesse. A maior parte de suas coisas ainda estava em sua antiga casa e muitas outras estavam na escola. Ayla precisava comprar alguns itens essenciais, como roupas, por exemplo. Mas ela não podia sair. Pouco tempo depois, Maria lhe trouxe algumas coisas de uso diário e roupas novas, coisas de que ela estava precisando. A moça se sentiu muito aliviada depois de ver tudo isso, e deduziu que morar ali não seria tão r**m quanto dizia sua intuição. Ayla foi até a cozinha para ajudar, já que não tinha nada para fazer em seu quarto. Maria ficou urpresa ao vê-la ali, porque havia escutado que o senhor Brian havia se casado com uma mulher a*******e e mimada. No entanto, essa senhora ainda não havia mostrado qualquer traço que pudesse coincidir com aquela descrição. Ao perceber que a jovem era especialista em lavar e cortar verduras, Maria perguntou-lhe: -"Senhora Arlene, você sabe cozinhar?" A garota respondeu com um sorriso: - "Nem tudo, mas algumas coisas mais simples, sim." Ela havia aprendido a cozinhar graças aos empregados da família Qin. - "Você gostaria de fazer o almoço para o senhor Brian?", Maria perguntou-lhe, de repente. A mulher que haviam descrito como a senhora Arlene era apenas uma mulher rica e mimada, com um temperamento r**m. Mas, naquele momento, Maria podia ver que ela era muito diferente do que tinha escutado. Ayla parou de lavar os vegetais e se voltou para ela. - "Isso não poderia deixar o senhor Brian zangado?" Ela realmente tinha muito medo. Além disso, não queria perder a oportunidade de ir à faculdade, apenas por cozinhar algo para ele. -"Não, ele não vai se incomodar. O senhor Brian não é de falar muito e pode parecer intimidador, mas, na verdade, não é difícil se dar bem com ele. Além disso, não é muito exigente com comida, ele nem vai notar." Como Maria já trabalhava na mansão havia muitos anos, ela conhecia Brian muito bem e sabia como ele poderia reagir. Ayla considerou as palavras de Maria com bastante cuidado. Maria acabara de dizer que era fácil conviver com Brian. Para Ayla, isso não era tão certo, pois um olhar intimidador dele poderia fazê-la estremecer por completo. Ela tinha certeza de que eles dois nunca se dariam bem. Aquele olhar frio sempre a fazia sentir como se estivesse num mundo de gelo e escuridão. No entanto, desde que ele não tornasse as coisas difíceis para ela de propósito, Ayla cumpriria seu próprio dever e se ocuparia de seus próprios assuntos. Para não incomodá-lo, a moça sempre o escutaria Não importa oque ele dissesse afinal ela era sua esposa aquela que ele havia comprado com seu dinheiro .
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