— Eu entendo você, Chris. Sei o que é sentir dor e querer segurar as dos outros. Mas ainda assim... poderíamos ter compartilhado nossas dores. E podemos compartilhar agora. Eu só não quero que você se destrua para me reconstruir. Isso não é justo. Nós dois sabemos o quanto é difícil segurar o mundo do outro enquanto o nosso próprio mundo cai. Minha voz saiu embargada, carregada de algo que eu não sabia nomear. Talvez fosse dor. Talvez fosse medo. Ou talvez fosse a esperança de que, dessa vez, nós não precisássemos suportar tudo sozinhos. Ele fechou os olhos por um instante, como se minhas palavras fossem um golpe direto em seu peito. Eu vi sua respiração vacilar, vi a forma como seus ombros tremeram ligeiramente antes que ele tentasse disfarçar. Mas era tarde demais, eu já tinha visto.

