Seus lábios se entreabriram, hesitantes, e quando finalmente falou, sua voz veio baixa, honesta, crua: — Foi difícil — disse, sem desviar o olhar da paisagem. — Mas eu sobrevivi. Sorri. Não com leveza, mas com orgulho. Um orgulho tão profundo que quase doía. Estendi minha mão até a dela, puxando-a com cuidado e levando seus dedos aos meus lábios. Pressionei um beijo demorado ali, tentando com esse gesto dizer tudo que meu coração gritava. Que eu a via. Que eu a sentia. Que eu a admirava de forma quase desesperada. — Você fez muito mais do que isso, Evelin — murmurei, a voz cheia de emoção. — Você brilhou. Fez aquele salão inteiro esquecer como se respira. Você calou o mundo com um simples olhar. Ela então virou-se para mim, e quando nossos olhos se encontraram, eu vi. Vi tudo o que el

