Capítulo 01 Marcela

4978 Words
É sexta feira a noite e não tenho nada para fazer, e sem ter para onde ir eu decido dar um passeio no shopping, talvez vou ao cinema para assistir a um filme que a dias estou querendo ver, já estou cansada de ficar em casa sozinha sem ninguém para conversar ou sair, é isso que dá enfiar a cara no trabalho e não ter tempo para fazer novas amizades. Depois do cinema eu paro na praça de alimentação para fazer um lanche pois eu estou faminta, saí de casa sem comer nada e agora estou de estômago vazio, e como diz o ditado "saco vazio não para em pé". Depois do lanche vou embora pra casa me sentindo exausta, chego ao meu prédio e comprimento o Sr. Antônio o porteiro e entro no elevador subindo para o quinto andar, chego no meu apartamento e vou direto para o meu quarto já tirando a minha roupa e vou para o banheiro, pois preciso de um banho relaxante. Dez minutos depois eu saio do banho me secando e visto apenas uma camisola me jogando na cama em seguida, não demora muito e já estou dormindo pois me sinto muito cansada, o dia de hoje foi puxado pra mim além do passeio no shopping. Na manhã seguinte acordo um pouco mais tarde afinal hoje e sábado e eu não trabalho, decido ligar para minha prima Letícia para saber se ela quer sair hoje, já faz muitos dias que não nos falamos . — Alô! — Ela atende no terceiro toque. — Oi Letícia, o que você anda fazendo que não aparece mais por aqui? Estou com saudades prima. — Digo empolgada para vê-la hoje. — Ah oi Marcela, eu também estou com saudades. — Sua voz parece cansada. — Eu ando muito ocupada com meu pai, ele ainda não melhorou e não está nada bem. — Explica desanimada. — Poxa prima que barra essa que você está passando, eu pensei que ele estivesse melhor, eu queria muito poder ajudar de alguma forma mas não sei como. — Falo preocupada. — Tudo bem prima, não tem nada que você possa fazer, ele teve um derrame agora só nos resta cuidar dele. — Diz mais conformada depois do que houve. — Eu sei Letícia mas qualquer coisa precisarem, você e minha tia podem contar comigo está bom? — Afirmo pensativa me lembrando do tempo que passei com os meus tios. — Obrigada Marcela mas você já nos ajudou bastante com os tratamentos do papai... Nós somos muito gratos a você por e por isso te amamos ouviu. — Sua voz meio chorosa me deixa triste por vê-la nessa situação. — Eu também amo vocês prima, se precisarem de qualquer coisa me liga, ok...? eu sempre vou estar aqui pra vocês... Beijos! — Me despeço. — Ok prima obrigada, um beijo pra você também... Eu digo a mamãe que você ligou. — Ela se despede e desligar em seguida. É muito triste ver a minha prima e meus tios nessa situação, eu nem tive coragem de chamá-la pra sair, quem vai querer sair com o pai doente em casa? Meu tio João sofreu um derrame cerebral e precisou fazer uma série de tratamentos, eu ajudei no que eu pude mas eu ando trabalhando tanto que nem estou tendo tempo pra ir vê-los, e sinceramente eu até pensei que ele já estivesse bem melhor. Bom, depois dessa ligação perdi até a vontade de sair hoje a noite. Vou pra cozinha preparar o meu almoço e decido fazer algo rápido e sendo assim, eu preparo um macarrão com frango, presunto, creme de leite e queijo, apronto o meu prato e vou para o sofá, ligo a TV em um canal de culinária e assim o dia vai passando lentamente. Já no final da tarde eu coloco uma roupa de ginástica e vou para minha corrida no calçadão da praia da costa, as praias de Espírito Santo são lindas, adoro correr enquanto admiro a vista da praia, é muito relaxante. Duas horas depois eu vejo que já anoiteceu e decido voltar pra casa porque já passa das 19:30 e eu nem vi a hora passar, mas eu estava mesmo precisando relaxar um pouco e consegui. Estava correndo de volta pra casa quando de repente sinto algo se chocar contra mim e eu vou parar no chão, quando olho para cima pra ver contra o quê ou quem eu me choquei vejo um homem lindo, moreno claro, alto e de olhos castanhos escuros, cabelos preto e barba por fazer, um espetáculo de homem, me perco na sua beleza e nem percebo que ele está gritando comigo. — Presta atenção garota! Vê se olha por onde anda sua desastrada! — Diz ele visivelmente irritado. — Me desculpe. — Peço enquanto me levanto. — É só isso que você tem a dizer? Me desculpe? — Questiona ele praticamente gritando na minha cara. Nossa que grosso! — E você queria que eu dissesse o que? Que a culpa foi minha? Mas também foi culpa sua, você também deveria olhar por onde anda seu grosso! Seus pais não te deram educação não queridinho? — Agora sou eu quem fico irritada, esse cara é um cretino. — Olha aqui garota eu não vou perder o meu tempo discutindo com você, eu tenho coisas mais importantes para fazer. — Diz ainda irritado. Esse cara é mesmo um i*****l! — Vai! Vai mesmo seu e******o você está poluindo a orla dessa praia maravilhosa com toda essa sua arrogância! — Ele me olha incrédulo como se não acreditasse no que acabou de ouvir. — Você é uma garota muito atrevida e petulante sabia? Precisa aprender bons modos. — Ele fala com um sorriso cínico nos lábios me olhando de cima abaixo. — Agora eu vejo que a culpa não foi minha mesmo, porque eu não esbarrei em você e sim na sua arrogância que por sinal é enorme. — Falo já saindo de perto dele o deixando lá parado me olhando ir embora. Depois de alguns minutos chego em casa e me jogo no sofá, assisto qualquer coisa na TV e me bate uma fome depois de tempo na rua, mas antes subo para meu quarto e vou direto para o banheiro, tomo um banho caprichado e depois de quase vinte minutos saio do banheiro enrolada na toalha, visto um blusão e uma calcinha e desço para comer alguma coisa. Depois do jantar subo novamente para o meu quarto e me deito para descansar, mas fiquei pensando naquele homem lindo e m*l educado lá da paria, o que ele tinha de lindo tinha de arrogante "aff" me desligo desses pensamentos e não demora muito já estou dormindo. UMA SEMANA DEPOIS... Na manhã de domingo acordo as 8hs, geralmente eu me levanto as 6hs pois trabalho em um consultório médico aonde sou recepcionista, e tenho que estar lá as 7hs, mas nos finais de semana eu aproveito bastante a minha cama para compensar os dias que eu acordo cedo. Desço e tomo o meu café da manhã e aproveito para colocar algumas roupas na máquina de lavar, dou uma geral na casa e depois de terminar tudo subo para o meu quarto indo tomar um banho, estou colando de tão suada depois de faxina. Depois que termino o meu banho coloco um conjunto de lingerie bastante confortável, um shortinho e uma camiseta além de uma sandália baixinha, faço uma maquiagem leve e saio de casa, vou no Subway fazer um lanche, não estou afim de fazer comida hoje e o lanche de lá é uma delícia além de ser natural. Depois de um tempo lanchando e mexendo no celular eu decido dar umas voltas para fazer uma caminhada por ali mesmo, mas eu estava tão distraída quando atravessei a rua que não percebi que o carro se aproximava de mim, a sorte foi que o carro me pegou de raspão e não me machucou muito, mas fui parar no chão e na queda ganhei uns arranhões em uma perna e em um braço, imediatamente o motorista desce do carro e vem ver se estava bem, ele me ajuda a levantar e me leva até a calçada onde eu me sento, vejo um senhor descer do carro e ele tem um semblante preocupado, ele vem até a mim preocupado. — Você está bem minha filha? Se machucou muito...? Eu vou levar você para o hospital agora mesmo você precisa de cuidados médicos. — Ele parece assustado por ver a minha perna sangrando. — Oh não, não há necessidade de ir a um hospital eu estou bem, apenas arranhei a perna e braço. — Tento sorrir para ele ver que eu estou bem mas fracassei pois minha perna está ardendo muito. — Então me deixe pelo menos te levar até a minha casa para que a Maria possa cuidar desses ferimentos? Não vou deixar você ir embora assim querida. — Ele diz com um sorriso amigável. — Imagina não precisa se incomodar, eu não quero dar trabalho para senhor, afinal eu que estava distraída e não vi o carro se aproximar. — Digo envergonhada pois a culpada de tudo isso sou eu. — Não é trabalho nenhum imagina, e a propósito, meu nome é Matheus! — Ele diz estendendo a mão para mim. — Prazer em conhecê-lo senhor Matheus! Eu me chamo Marcela! — Pego a sua mão com um sorriso no rosto e ele retribui. — Por favor querida, me chame apenas de Matheus, senhor me deixa mais velho do que realmente sou. — Ele sorrir abertamente para mim e eu me sinto bem com o seu carinho. — Tudo bem senh... — Antes de terminar eu mesma me corrijo. — Tudo bem Matheus! — Sorrio ainda envergonhada. — Ótimo, agora vamos! Venha comigo. — Ele me leva até o seu carro e eu não consigo recusar a sua ajuda. Entro no carro do senhor Matheus e ele entra logo em seguida, o motorista dá a partida e depois de alguns poucos minutos o carro para na frente de um portão prateado enorme, o motorista aperta um controle remoto e o portão se abre, em seguida o carro entra e para de frente para uma grande porta branca, eu fico de boca aberta com esse lugar. O motorista abre a porta do carro para mim e para o Sr. Matheus, entramos pela grande porta branca e uau, fiquei de boca aberta, a casa é simplesmente linda e enorme, logo na entrada tem uma grande sala com dois sofás brancos em forma de L, uma mesinha de vidro cumprida no centro e uma TV gigantesca na parede a frente, as paredes na cor marfim com uns quadro lindos pendurados, a esquerda uma entrada que dá para uma sala de estar e a direita uma enorme escadaria que dá acesso para o segundo andar, ao lado da escada tem um escritório e mais uma sala enorme que mais parecia uma sala de cinema com poltronas super confortáveis, além de um telão imenso à frente das poltronas, a casa é imensa e muito linda... Saio do transe quando ouço alguém me chamar. — Marcela essa é a Maria, minha governanta, ela vai cuidar de você... Maria está nessa casa a muitos anos, ela praticamente criou o meu filho, Victor tem a Maria como uma mãe para ele já que ele não conviveu muito com a mãe dele. — Ele fala e vejo a tristeza em seu olhar. — Mas enfim, fique a vontade minha querida. — Sim senh... — Antes que eu termine de falar ele levanta o dedo indicador para mim em sinal de alerta — Quer dizer, Matheus muito obrigada . — O encaro meio sem graça. — Maria! Cuide bem da nossa visita está bem...? Qualquer coisa estarei no escritório. — Diz ele já se retirando. Acompanho Maria até a cozinha aonde ela pega uma maleta de primeiros socorros e logo vem cuidar de mim, depois de Maria limpar os meus ferimentos e fazer os curativos ela me oferece um suco de laranja, e eu aceito, está delicioso. Tomo o suco enquanto converso com Maria, ela é uma senhora de mais ou menos uns 65 anos que por sinal, é tão gentil quanto o seu patrão, simpática e alegre um amor de pessoa. Ela me pergunta sobre minha vida, sobre o meu trabalho e sobre a minha família, automaticamente ela também me fala bastante sobre o Sr. Matheus e seu filho, ela me contou que a mãe do Victor morreu em um acidente de carro quando ele tinha apenas seis anos de idade, e foi nesse período que ela veio trabalhar na casa do senhor Matheus, esse Victor deve ter sofrido bastante quando perdeu a mãe porque para uma criança viver sem a mãe é muito triste, o Sr. Matheus também coitado, pelo que a Maria me contou sobre ele e pelo o que eu vi hoje, ele parece ser uma pessoa de bom coração. — Você não tem medo de morar sozinha Marcela...? Eu acho tão triste uma pessoa morar sozinha sem ninguém para fazer companhia, ou pra conversar. — Pergunta ela me encarando curiosa. — Não Maria, eu já me acostumei, eu moro sozinha desde os meus 19 anos. — Falo despreocupada. — E quantos anos você tem? Você parece ser tão nova. — Pergunta me surpresa. — Tenho 26 anos, não sou assim tão nova. — A encaro com um meio sorriso. — Está nova sim, tem muita estrada pela frente pra você percorrer. — Diz com um sorriso simpático. Estávamos conversando na cozinha quando entra uma mulher, mais ou menos da minha idade ou até mais nova que eu. — Com licença Maria, o senhor Matheus está te chamando lá na sala. — Diz ela me olhando com um sorriso gentil no rosto, eu me aproximo e me apresento a ela. — Olá, sou Marcela tudo bem? — Estendo a mão para ela que pega em seguida. — Olá Marcela, eu sou Lúcia, é um prazer conhecê-la. — Ela se apresenta sorrindo. Fomos todas para sala e encontramos o senhor Matheus conversando com um rapaz, ele está de costas mas dá para ver que é bonito, quando o senhor Matheus nos vê chegar na sala ele abre um largo sorriso. — Filho! Quero que você conheça uma pessoa. — Diz todo entusiasmado. Quando o rapaz se vira para olhar para mim eu gelo na mesma hora e meu sorriso some do meu rosto, não pode ser ele, o cara lindo e arrogante da praia? Ele é o filho do Sr. Matheus? Isso só pode ser brincadeira. Ele me encara surpreso e estende a mão para mim. — Olá, é um prazer conhecê-la, eu me chamo Victor. — Ele diz com um sorriso cínico no rosto, ele se apresenta como se nuca tivéssemos nos visto antes. Que cretino! — Oi, me chamo Marcela. — Digo em um tom seco para ele notar que não fui com a cara dele. — Oi Marcela, meu pai me contou sobre o seu acidente de mais cedo. — Diz se sentando no sofá, Como assim mais cedo? Olho no meu relógio de pulso e me assusto, eu passei a tarde inteira na casa do senhor Matheus e nem percebi. — É, eu estava distraída e não vi o carro se aproximar. — Digo já sem graça por me lembrar do ocorrido na praia. — Ultimamente você anda se distraindo com frequência não é mesmo? Marcela! — Ele diz de novo com aquele sorriso cínico não rosto ai que ódio desse cara! Foi aí que percebi que todos ali na sala nos olhavam confusos. — Como assim meu filho? Vocês já se conheciam? — Pergunta o Sr. Matheus me encarando atento e eu coro de vergonha. — Ah sim papai, eu esbarrei na Marcela outro dia na praia, ela também estava distraída nesse dia e acabamos nos chocando um contra o outro, enquanto eu corria na orla. — Ele se segura para não rir esse cretino. — Bom, eu preciso ir senhor Matheus, eu já passei tempo demais incomodando vocês. — Me despeço ansiosa para sair das vistas desse i****a do filho dele. — Imagina minha querida não é incomodo algum, pelo contrário, eu adorei conhecer você, adorei a sua companhia e digo mais, sempre que quiser apareça para me fazer uma visita, vai ser muito bom ver você outra vez. — Ele me abraça carinhosamente e eu retribuo. Me despeço de todos e o Sr. Matheus manda que o motorista me leve em casa, eu recusei mas ele insistiu tanto que eu acabei aceitando já que minha perna ainda dói um pouco. Antes do motorista sair com o carro da casa do Sr. Matheus, Lúcia aparece correndo e me entrega um bilhete. — Marcela! Esse é o meu número, quando quiser conversar ou sair para uma balada me liga está bom? Eu adorei conhecer você e queria muito que fossemos amigas. — Diz me abraçando. — Com certeza eu te ligarei Lúcia, porque eu também adorei conhecer você... E também quero muito a sua amizade ouviu? — Abraço-a novamente me despedindo mais uma vez dela, e logo em seguida entro no carro. O motorista logo sai da casa do Sr. Matheus e segue rumo ao meu apartamento que não fica muito longe daqui. Em vinte minutos chegamos na portaria do meu prédio e me despeço do Sr. Carlos, o motorista, assim que entro no prédio cumprimento o Sr. Antônio o porteiro e subo para o meu apartamento, entro no mesmo e subo logo para meu quarto e vou direto para banheiro verificando os curativos enquanto retiro-os. Entro no box para tomar banho e sinto a ardência das férias assim que a água bete neles, é horrível... Termino o meu banho, me seco e faço novamente os curativos na perna e no braço, visto um blusão e uma calcinha e desço para preparar algo pra comer, preparo um sanduíche e um copo de suco de laranja e vou para o meu sofá, ligo a TV e coloco em um filme qualquer para assistir, mas do nada me veio a imagem daquele arrogante na mente e me lembrei daquele seu sorriso cínico, a raiva que sinto dele volta a me consumir e tento me controlar para tirá-lo da minha cabeça, mas tenho que admitir, ele é muito lindo, um arrogante mas ainda assim, muito lindo. Depois de algum tempo ali pensando e repensando eu acabo adormecendo ali mesmo no sofá. ♡♡ Na manhã seguinte acordo as 5:30 da manhã com uma terrível dor no corpo por der dormido de m*l jeito no sofá, subo para o meu quarto e vou tomar meu banho, decido me arrumar logo e ficar pronta pra ir trabalhar, desço e faço um achocolatado e tomo com algumas torradas, não gosto muito de café. Quando olho no relógio e já são 6:30 então pego minha bolsa, celular e a chave de casa e desço para o térreo, por sorte moro a 15 minutos de onde trabalho, as vezes vou de táxi e as vezes vou andando mesmo para aproveitar a caminhada, eu gosto de caminhar mas hoje vou de táxi porque minha perna ainda está dolorida. ♡♡ Hoje o consultório está tranquilo com pouco movimento de pacientes, o que eu acho ótimo, a hora vai passando e quando dou por mim já está na hora do almoço. Pego minha bolsa e vou para o restaurante de sempre porque fica perto do consultório, mas no meio do caminho decido ir ao restaurante que tem a duas quadras dali, só fui lá uma vez porque eu sempre saio atrasada para o almoço e por isso tenho que almoçar em um local mais perto, mas a comida dos dois restaurantes são ótimas. Chego no restaurante e o garçom me leva para uma mesa lá no fundo do ambiente, eu até prefiro assim porque posso ficar mais a vontade, faço o meu pedido e decido comer bife acebolado com batatas fritas, peço uma porção pequena mesmo pois não estou com muita fome. Estou distraída comendo quando vejo um homem bastante atraente indo para uma mesa do outro lado do restaurante, quase me engasgo com a batata frita quando percebo de quem se trata. Minha nossa não é possível! Esse cara deve estar me seguindo só pode ser isso! Tento terminar de almoçar sem dar muita importante para a figura daquela mesa e logo vou ao banheiro escovar os dentes, logo após retoco a maquiagem e saio do banheiro indo em direção a saída, mas antes de chegar na porta alguém esbarra em mim me fazendo parar, quando encaro a pessoa vejo nada mais nada menos que o senhor arrogante parado me encarando com aquele sorriso cínico. Ai que ódio! — Olá Srta. Esquentadinha! Vejo que continua distraída como sempre. — Diz com um sorriso largo no rosto. Ah que vontade de quebrar os dentes desse infeliz! — Olá Sr. Arrogante! Para o seu governo eu não estava distraída, foi você quem esbarrou em mim de propósito! — Rebato em um tom de deboche — Até parece que você gosta de esbarrar em mim não é? — Questiono o encarando com um pequeno sorriso e uma sobrancelha erguida. — Você é muito abusada sabia? A sua sorte é que eu adoro garotas abusadas, elas são mais sexy. — Ele colocando o dedo no meu queixo e sinto o meu corpo tenso apenas com esse simples toque. — Fala sério? Vê se te enxerga! — Me afasto dele saindo do restaurante o deixando para traz. — Ei! Espera marrentinha não seja m*l educada! — Ele me segue para fora do restaurante e eu bufei já irritada. — Eu não sou m*l educada! Só não uso minha educação com pessoas iguais a você. — Paro me virando o encarando com deboche. — Como assim pessoas iguais a mim...? Que tipo de pessoa você acha que eu sou? — Pergunta me encarando confuso. — Pessoas arrogantes iguais a você! E eu acho você um i****a. — Sorrio voltando a andar mas ele continua a me seguir. — Uau! Então você me acha um i****a, não é mesmo? — Pergunta sorrindo de lado. Nossa que sorriso lindo! Droga! — Sim! Eu acho você um i****a. — Digo séria evitando o encarar. — Se você me conhecer melhor vai ver que não sou um cara assim tão r**m, é só me dar a chance de te mostrar isso. — Diz ainda com aquele sorriso lindo no rosto. Aff! — E quem falou que eu quero conhecer você melhor? Não vou perder o meu tempo com você, garoto! — Pergunto o encarando séria. — Ah fala sério Marcela? Me deixa mostrar pra você que eu sou um cara legal? — Pede me encarando esperançoso e eu o encaro surpresa. — Não sei não... — Digo desacreditada. — Por favor vai? Vamos tentar ser amigos e se você não gostar da minha amizade eu te deixo em paz, pode ser? — Pergunta me estendendo a mão e eu penso por um tempo até me decidir. — Tá legal! Eu vou te dar só uma chance de sermos amigos, mas se você pisar na bola comigo nunca mais eu olho na sua cara está me ouvindo? — Digo pegando a sua mão, e assim que sinto o seu toque uma vibração forte percorre o meu corpo me deixando mais tensa que o normal, sinceramente eu não sei explicar o que foi isso. Continuamos andando e conversando por mais um tempo até que dá a minha hora de voltar ao consultório, me despeço de Victor que insisti em me deixa no meu trabalho mas recusei a sua carona. Por incrível que pareça o movimento aqui hoje está tranquilo demais para uma segunda feira, passei a tarde inteira marcando consultas e atendendo aos pacientes que chegavam, a tarde passou tão rápido que nem vejo quando o Dr. Maurício chega perto de mim para avisar que eu já estava liberada. Arrumo a minha mesa para deixá-la organizada e pego a minha bolsa, saio do consultório e vou pra casa só pensando na minha cama louca para descansar um pouco. Logo chego em casa e me jogo no sofá pra descansar as pernas pois decidi vir andando, me pego pensando na conversa que tive com Victor mais cedo e ele me disse que o pai dele falou muito sobre mim ontem, e que gostaria muito de me ver de novo, eu também gostei muito dele por ser uma pessoa tão simpática, por me tratar com tanto carinho e respeito. Depois de tanto pensar me lembrei que prometi ligar para Lúcia e assim eu faço. — Alô! — Lúcia atende no terceiro toque. — Oi Lúcia! Aqui é a Marcela lembra de mim? Eu estive aí na casa do Sr. Matheus ontem. — Digo na esperança dela me reconhecer. — Ah sim! Oi Marcela tudo bem? Eu estava ansiosa pra você me ligar, eu queria mesmo falar com você. — Diz animada. — Estou bem sim Obrigada . — Digo também animada por ela se lembrar de mim. — Eu falei com o Sr. Matheus que você iria me ligar qualquer dia desses, ele me pediu para te dar um recado quando você ligasse, ele falou que adorou conhecer você apesar das circunstâncias e disse que quer muito te ver de novo. — Relata empolgada mas eu não me surpreendo, Victor já havia me falado sobre o pai dele querer me ver de novo. — Eu também adorei conhece-lo e também a você e a Maria, eu ficarei muito feliz se puder continuar com a amizade de vocês, eu não tenho amigos e eu gostei muito de todos vocês. — Falo esperançosa. — Já nos considero grandes amigas Marcela, pode contar com a minha amizade. — Diz toda feliz e eu sorrio satisfeita. — Eu concordo com você, seremos grandes amigas Lúcia! — Afirmo confiante. — Marcela! Amanhã vai ter um jantar aqui na casa do Sr. Matheus e ele quer que você venha, ele só não fez o convite pessoalmente porque não tinha o seu contato, você vai vir não é? — Pergunta esperançosa esperando a minha resposta. — Não sei Lúcia, vou ficar sem graça de chegar aí sozinha. — Falo receosa. — Deixa de besteira Marcela, o Sr. Matheus vai adorar te ver aqui... Por favor diz que vem? — Pede esperançosa e eu respiro fundo. — Eu vou pensar no assunto e qualquer coisa te ligo está bom? — Digo pensativa. — Tudo bem então, mas vou torcer para você vir, agora preciso desligar a Maria está me chamando... Um beijo Marcela, Tchau! — Se despede e desliga em seguida. São 19:30 e eu subo para o meu quarto já tirando a minha roupa para tomar banho, preciso relaxar o corpo um pouco depois de um dia de trabalho. Depois de um tempo no banho saio do banheiro me secando e coloco uma camisola para dormir, estou exausta mas preciso descer e comer alguma coisa, mas estou tão cansada que faço apenas uma vitamina para beber, subo de volta para o meu quarto e me jogo na cama, não demora muito e pego no sono. ♡♡ Na manhã seguinte acordo as 6:00hs da manhã e vou direto para banheiro, faço a minha higiene pessoal e tomo um banho para despertar, em seguida me arrumo e decido colocar um vestido floral tomara que caia, um salto nude e uma maquiagem neutra, deixo meus cabelos castanho soltos e ondulados, ele vai até o meio das costas e eu amo os meus cabelos, estou pronta para sair então pego minha bolsa, celular a chave de casa e uma fruta para ir comendo no caminho. Desço até a portaria do prédio e pego um táxi que me levará até a clínica, assim que chego no trabalho vejo Juliana, ela também é recepcionista aqui na clínica mas ela trabalha com outro médico o Dr. Aurélio. Começo o meu trabalho normalmente e nem vejo o tempo passar, quando dou por mim já são 11:40 e está quase na hora do meu almoço, eu estava fazendo umas anotações quando o meu celular toca mas eu não reconheço esse número, mas mesmo assim resolvo atender. — Alô? — Atendo esperando a pessoa responder. — Oi marrentinha! Tudo bem? — Diz uma voz risonha do outro lado da linha mas no primeiro momento não reconheço essa voz. — Quem está falando? — Pergunto ainda confusa. — Ah! Vai me dizer que não reconhece a minha voz...? Quem mais além de mim te chama de marrentinha? — Diz Victor sorrindo, mas como ele conseguiu o meu número? — Victor! Como você conseguiu o meu número eu posso saber? — Pergunto desacreditada ainda confusa. — Ah não fica brava marrentinha, eu peguei o seu número com a Lúcia hoje de manhã, ela comentou que falou com você então eu praticamente a obriguei a me dar o seu número, mas acho que não tem problema já que somos amigos, não é mesmo? — Fala tranquilamente e eu suspiro fundo antes de responder. — Está tudo bem, mas para de me chamar de marrentinha porque eu não sou! Mas diz para quê você me ligou? — Pergunto curiosa esperando ele se pronunciar. — Tudo bem me desculpa, eu queria te chamar para almoçar comigo pode ser...? Eu tenho um convite pra te fazer. — Diz em um tom um pouco mais sério me deixando ainda mais curiosa. — Está bem eu vou sair daqui a 20 minutos, te espero no mesmo restaurante de ontem ok? — Me dou por vencida e aceito almoçar com ele. — Tudo bem! Me fala onde você trabalha que eu passo aí pra te buscar! — Diz ele me surpreendendo mais uma vez.
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