Trabalhava como vendedora em um shopping, na minha cidade natal. Não ganhava muita coisa, mas conseguia dividir as despesas de casa com a minha irmão mais velha. Nossa mãe morreu, quando éramos pequenas. Se tenho pai, nunca o conheci e a minha avó nos criou junto com os demais netos.
Morávamos na sua casa, mas sabíamos que ali não era a nossa casa. O "nosso quarto" também não era nosso. Estava sempre lotado dos nossos primos e primas. Tudo era partilhado e pertencia à coletividade. Quando a minha irmã completou 18 anos, saiu de casa e me levou para morar com ela: sou dois anos mais nova que ela.
A vida estava sorrindo para nós, pela primeira vez.
Mobiliamos toda a casa alugada com prestações a perder de vista. Eu tinha os meus clientes fiéis e uma habilidade nata para vendas. Estava tudo dando certo e, tenho a certeza, de que a nossa mãe estava nos abençoando e torcendo para a nossa independência e prosperidade.
#soquenao
A minha irmã adoeceu e foi dispensada da função de cuidadora de idosa, sem a mínima cerimônia da família. Como não tinha carteira assinada, não pode receber nenhum benefício do INSS.
A minha irmã foi diagnosticada com câncer de mama. Eu continuei bancando a casa, não pude acompanhá-la nas consultas. Trabalhava bastante. Fazia hora-extra. Vendia pano de prato, bombons. Arrumava a casa e cuidava do nosso cachorrinho, da forma que eu podia. Sabia que não era o suficiente, porém eu tentava e me desdobrava.
Até que a proprietária da loja se separou e a loja ficou por conta do seu marido. Sempre éramos convidadas para remarcarmos as mercadorias no sábado, depois do expediente, e ás vezes, no domingo.
Sempre fui p*u para toda a obra. As minhas colegas de trabalho foram embora e o Sr. Luan me ofereceu um pagamento maior se eu o auxiliasse um pouco mais. Aceitei. Estava com contas atrasadas, principalmente a de luz.
Quando as meninas foram embora, notei a mudança no olhar do Sr. Luan. Os olhos estavam brilhantes, um sorriso tomou conta do seu rosto e ele desabotoou um pouco a camisa, alegando estar com calor. Naquele momento, eu senti que iria ter problemas. Fui para o banheiro. Mandei mensagem para a minha irmã e pedi que ela me ligasse. O Sr. Luan bateu na porta: - Está tudo bem aí? - estou precisando de você aqui fora!
Eu gelei. Queria ficar no banheiro, porém sabia que não seria possível.
Quando saí, notei que o Sr. Luan estava e******o.
Eu disse: - eu não quero nenhum tipo de problema, Sr. Luan.
- Problema? - quem está pensando em problemas, querida Lia! Eu estou te oferecendo a solução. O Sr. Gérson disse que você está com problemas familiares, né? Contas atrasadas. Eu posso te dar um valor maior no serão de hoje e ainda te dar um vale, para você pagar as suas contas. O que você me diz disso? Basta ser uma menina boazinha e fazer tudo o que eu disser. Juro que não vou te machucar. E aí, ele passou a mão no meu rosto e no meu seio. Começou a tirar o cinto. Eu não queria nada daquilo.
Juntei forças onde não tinha e saí correndo. A porta da loja estava quase fechada e o Sr. Luan conseguiu me alcançar. Encostou-me contra a porta e começou a se esfregar em mim. Mordi a sua mão e o chutei. Ele gritou: - VAGABUNDA! - você vai se arrepender - vou acabar com a sua vida.
Fui correndo para a casa. Estava tarde. Não tinha mais ônibus circular, não tinha dinheiro para o táxi. A minha irmã não parava de me ligar e eu só queria chorar e me recompor, para não assustá-la mais. Estava envergonhada e me sentia culpada por ter ficada com o Sr. Luan sozinha. Eu poderia ter ido embora com as outras meninas.
Cheguei em casa. A minha irmã, Ágatha, não tinha forças para brigar comigo: ela sempre me protegeu. Disse: - Para que você pediu para eu te ligar? Para me dar postal?
Comecei a chorar!
Eu desabei!
Ela percebeu que algo sério tinha ocorrido.
Eu era durona e chorei pouquíssimas vezes, na minha vida.
A Ágatha me abraçou e, naquela noite, eu dormi na sua cama. Precisava de amparo, de colo.
No domingo, eu contei para ela sobre o ocorrido. Ela me aconselhou a pedir demissão, a não voltar mais para a loja.
Eu disse que tinha que pegar o meu pagamento.
Ela disse para eu não retornar.
Expliquei que tinha carteira assinada, que as coisas não funcionavam assim.
Na segunda, todos estavam me olhando.
Parecia que eu estava nua.
O supervisor, Sr. Gérson, chamou-me para a sua sala. Estava acompanhado do Sr. Luan e do contador. Nunca iria imaginar do que aquele velho pervertido seria capaz.
E só ouvi a seguinte frase: - Lia, você está sendo demitida. O Sr. Luan ficou muito triste em me contar o ocorrido - surpreendeu-a furtando mercadorias, no sábado, e quando pediu para revistar a sua bolsa, você mordeu a sua mão e deu um chute nele e saiu desnorteada, como as câmeras de vigilância da rua registraram.
Queria ter dito a verdade! Queria tê-lo desmascarado, contudo quem acreditaria em mim? Só havia homens naquela sala e, para o meu desespero, ainda ouvi: - Como se trata de furto, você será demitida por justa causa e não receberá nada.
Disse: - tenho direito ao meu salário!
- Teria, Lia. Mas, você levou 03 conjuntos e uma mochila, o que totalizam o seu salário.
-Você só pode estar brincando! Quero ver a gravação que mostra que eu saí com estas mercadorias. Quero esta prova!
- Lia, quem paga pela filmagem é o Sr. Luan, junto com outros comerciantes desta rua. Você deveria agradecer por ele não ter dado queixa na delegacia e isso só não foi feito, em respeito à sua irmã. Certamente, você furtou os objetos de nossa loja movida pelo desespero e pelas dívidas, contudo Lia, isso não é motivo para se tornar uma ladra. Você poderia ter trabalhado mais e se esforçado mais nas vendas. Se não tirasse as 2 horas de almoço, por exemplo, para ir em casa, almoçar e ver a sua irmã, poderia ter tirado uma comissão muito maior, como a Joana, por exemplo, que almoça aqui na loja e não gasta mais que 15min para esta refeição.
Peguei a minha carteira de trabalho.
Saí daquela loja imunda e quando cheguei na porta, vomitei.
Estava enojada e ferida.
De vítima, transformaram-me em bandida.
Olhei para a ponte.
Para o rio volumoso.
Só queria pular e acabar com aquele pesadelo.
Com aquele tormento.
Até que ouvi uma voz:
- Lia! - é você, menina! - como eu pensei em você, hoje! Está lembrada de mim?
Era Zeca: uma amiga de infância!
O que ela queria?
A minha história terminará agora?
Eu a ouvirei ou pularei?
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