Piloto narrando Saí de casa depois de deixar a Lívia lá, ainda pensando na forma como ela estava abalada. Aquela mulher mexia comigo de um jeito que eu nem sabia explicar. Meu dia ia ser longo, ainda tinha muito corre pra resolver, e eu precisava manter a mente ocupada. Desci pro morro, fui direto pra boca e encontrei o Coelho lá, encostado na moto, com um cigarro entre os dedos e um semblante carregado. Desde que a tia Elisa foi internada, ele não era o mesmo. Passamos horas na correria, conferindo bagulho de carga, resolvendo uns pepinos que estavam pendentes e organizando a segurança da boca. A favela tava quente, e eu precisava garantir que ninguém ia dar mole. Quando me dei conta, o tempo já tinha passado e a fome bateu. Antes de subir pra casa, dei uma passada na padaria. Compr

