Coelho narrando A fumaça do baseado subia lentamente, se misturando com a névoa fraca da noite. Eu tava ali, na laje da boca, observando o movimento lá embaixo, os vapores indo e vindo, as motos cortando o beco, os rádio comunicando a movimentação da carga. Mas minha mente tava longe, bem longe. A Jade… minha madrinha… a Letícia… Minha cabeça não parava, não me dava um segundo de sossego. Peguei o celular, hesitando antes de digitar. Eu não sabia se deveria, mas eu precisava falar com ela. “Leti, como ela tá? Ela acordou? Tem alguma previsão?” A resposta veio rápido. “Não, ela não acordou ainda. A gente tá mantendo a sedação pra controlar a pressão dela por algumas horas, pelo menos. Porque ela não tá bem. Mas… confia, pelo menos, no meu trabalho. Eu sei o que tô fazendo com ela.

