Ângela narrando - continuação
— Ângela… — Ele chamou meu nome baixinho, como se experimentasse a sensação de pronunciá-lo daquele jeito.
— O que foi? — Perguntei, tentando disfarçar o nervosismo.
— Nada. — Ele sorriu de canto. — Só tô te admirando.
Desviei o olhar, sentindo o rosto esquentar.
Ele riu e pegou minha mão sobre a mesa.
— Hoje é só o começo, minha gata. Espero que você esteja preparada.
Eu não sabia se estava. Mas pela primeira vez em muitos anos, eu queria estar.
Nosso jantar foi leve, tranquilo, e ao mesmo tempo, envolvente. Conversamos sobre tantas coisas… a infância dele, as histórias que ele viveu dentro do crime, os desafios que eu passei, os sonhos que eu nem sabia que ainda tinha. O vinho trouxe um calor diferente, uma sensação de liberdade que eu não sentia há
