Angela narrando
Alerta gatilho
Alerta gatilho
A dor já era minha velha conhecida. A humilhação, minha sombra. Eu aprendi a sobreviver no silêncio, a engolir cada lágrima sem deixar escapar nenhum som. Mas naquela noite, depois que ele voltou para casa, eu soube que tudo estava prestes a piorar.
Eu não tive escolha, nunca tive. Mas eu tinha algo que, por mais insignificante que fosse, me dava uma pequena chance: um celular velho, escondido há muito tempo. Pequeno, ultrapassado, mas ainda funcional. Eu o guardei como um último resquício de esperança, mesmo sem saber se um dia teria coragem de usá-lo.
E então, naquela noite, depois dele ter me dado mais uma surra, depois dele ter me jogado no chão e me estuprado como se eu não passasse de um objeto descartável, ele adormeceu. E foi qu
