Kethelyn Nonato
—Te avisei pra tu sair do meu caminho. — ela disse me puxando pelo braço.
—Não começa Ana, é sério. — falei soltando meu braço da mão dela.
—O quê tá pegando Ana? Já avisei tu pra deixa a Keth quieta. — cobra falou entrando na minha frente.
—Eu não acredito nisso Isaque, você me usou e agora que ela chegou vai fica desfilando com ela na minha frente? Tu nunca andou de mãos dadas comigo, tem duas semanas que ela chegou e já tão assim?
—Ih, nem mas um a falou? Tô nem ai se tem duas semanas, pode ter até uma, porém eu tô segurando é a mão dela.
—Eu duvido que o Igor sabe disso. — disse sínica e eu gargalhei.
—E eu duvido que a Giovanna sabe que você fica dando pro meu irmão, ah, com certeza sabe sim né? Vocês vivem juntas. — respondi e fiz cara de debochada.
—Que? É verdade Ana? Não não é verdade. — Giovanna resmunga olhando pra mim confusa. — pode parar de mentir garota, além de tudo é uma mentirosa? — olhou pra Ana que olhava a situação toda assustada.
—É claro que ela é uma menti. — tenta dizer mas eu interrompo.
—É verdade sim, ou existe outra Ana aqui? Por que no dia que eu vim pra cá liguei pro Igor e fiquei aterrorizada quando ele mandou uma mulher ir embora por ter cansado de f***r. Eu achei nojento escutar aquilo do meu próprio irmão. — coloquei a mão no meu peito e fingir uma dor no coração.
—Tu tem razão, não existe outra Ana aqui. — disse e saiu correndo a Ana olhou pra mim com muita raiva e saiu correndo atrás dela, me arrancando gargalhadas.
—c*****o mano, tu é f**a. — disse passando sua mão na minha cintura e me puxando mais para ele — agora tenho mas que certeza que quero você como minha patroa.
—Só por que eu coloquei uma simpática no lugar dela? Menos né Isaque. — falei e quando menos percebi sua boca já havia me agarrado. — eu ainda tô com fome.
Ele agarrou minha mão novamente e voltamos a caminhar. Quase todo mundo, inclusive crianças cumprimentava ele com maior carinho.
—Pô, tinha até esquecido como era bom caminhar no meu morro de vez em quando.
—Você parece ser uma boa pessoa, para todos aqui. — falei e ele sorriu.
Chegamos na lanchonete da tia Rosa, Isaque cumprimentou algumas pessoas e nos sentamos em uma mesa, logo a tia Rosa veio nos atender.
—Boa noite meus queridos, o que vão querer? — ela perguntou sorrindo para nós dóis.
—O mesmo lanche de sempre, tá na hora dessa burguesinha aqui descobrir os verdadeiros prazeres da vida. — ele respondeu me encarando, e eu revirei os olhos sorrindo.
Poxa, tá tudo tão perfeito.
—Os meninos vão descer? Posso trazer a mesma quantidade? Ou é só para os pombinhos?
—Não, é só para nós dois. Pode ser que eles venham mais tarde. — ele falou e ela assentiu saíndo.
—Eu gosto pra c*****o da tua companhia.
—Então aproveita, sabe né? Daqui alguns dias eu vou me mudar e aí já era.
—Tu nem vai, vou te assumir como minha fiel e tu vai ter que ficar aqui, no lugar que tu tinha que tá a mó cota.
—Que tóxico, eu não vou ficar.
—Nem se eu pedir com jeito? — ele agarrou minha boca enquanto sua mão passeava pelo meu corpo.
—Não, nem se você pedir com jeitinho. — sorrir tentando recuperar meu fôlego. — eu ainda tô tentando lutar contra você. — fiz bico e ele me encarou. Antes de dizer qualquer coisa tia Rosa voltou.
—Toma, eu vou pra cozinha, qualquer coisa me chamem viu. — ela disse e saiu novamente. Isaque e eu comemos em silêncio e depois subimos.
Já em casa estava tudo escuro e não tinha mais ninguém aqui, para minha alegria.
—Pega o notebook e vamos lá pro meu quarto. — disse me beijando.
—Tá, mas eu vou tomar um banho primeiro, estou cheia de sal. — respondo saindo dos seus braços. — faz brigadeiro, se não não aceito tua companhia. — brinquei, deixei um beijo sua bochecha e subir pro quarto correndo.
Fui para o banheiro, depois que eu tomei meu banho vestir um pijama, sequei meu cabelo com o secador e prendi.
Coloquei meu celular pra carregar, peguei o meu notebook e fui direto para o quarto do Isaque. Bati na porta antes de entrar e ver que estava vazio.
—Pode entrar, a porta tá aberta. — ouvir o Isaque dizer, porém já estava dentro. O quarto dele é bem arrumado. — já tô saindo já. — continua e eu resumir que ele estava no banheiro.
Me sentei na cama e coloquei o notebook do meu lado, vi encima da mesinha uma vasilha com brigadeiro e na hora meu coração aqueceu, caramba ele fez mesmo.
—Pode por a série pra rolar, que hoje eu to mó afim de ver o bagulho contigo. — diz saindo do banheiro, (como sempre sem camisa) e se jogando encima de mim.
—Obrigada pelo brigadeiro, na verdade eu estava brincando, estou cheia até agora. — disse passando minhas mãos por de trás da sua nuca e puxando ele para uma beijo.
—O que tu não me pede que eu não faço né? Mesmo que seja na brincadeira. — eu gargalhei e revirei os olhos.
—Tá bom viu. — sair de baixo dele e ligando o notebook. Ele se deitou do meu lado e me puxou para seu peito, permaneci assim até quase cinco horas da manhã.
—Eu vou dormir, estou cansada. — disse dando um selinho nele.
—Também vou, boa noite meu trenzão, fica na fé ai. — disse colocando o notebook na cabeceira.
—Ficar aonde? — perguntei confusa e ele gargalhou.
—Deixa para lá. — disse sorrindo, estava sonolenta, só lembro dele me puxando para ele me virei de costa e assim que me abraçou peguei no sono.
Acordei com o barulho do radinho dele tocando, desejei tacar aquilo longe, balancei ele pra ele acordar e me virei de novo.
—O que é p***a? tava dormindo c*****o, bom falar rápido, ainda mais por tá me ligando sete horas da manhã.
—Pô patrão, foi m*l tá tendo b.o aqui os noia tão tudo querendo droga fiado, tão fazendo manifestação na boca.
—Ih, toma no cu, seu arrombado me ligando por causa disso? Mete tiro ai quero ver essas p***a mete louco.
—Beleza, foi m*l chefe. Fica na fé ai.
—Fé. — ele disse e tacou o radinho pro lado me virei pro lado dele abraçando sua cintura, voltando a dormir.
Novamente fui acordada só que agora é por barulho de alguém batendo com o martelo em algum lugar da casa, olhei pro lado e o Isaque já estava acordado.
—Bom dia burguesinha. — disse me dando um beijo na testa.
—Bom dia, que horas são? — perguntei me espreguiçando.
—Vai da uma hora da tarde. — revela e eu levanto quase que num pulo.
—Meu Deus, meu irmão deve está me procurando, desde ontem a noite que eu estou sumida. — disse indo pra porta.
—E o meu beijo pô? Jura que não vai me da nenhum beijo? — fala segurando meu braço eu sorrio negando.
—Eca, nem escovamos os dentes. — falo e o mesmo revira os olhos.
Ele me jogou na cama e direcionou beijos por toda minha barriga até chegar perto o suficiente da minha virilha.
Suas mãos desceu pela as laterais do meu corpo e parou na barra do meu short. Ali eu já estava totalmente entregue a ele.
E ele sabia muito bem, e também sabia como deixar uma mulher louca.
—Ai meu Deus não queria atrapalhar. — olhei para a porta aberta e a Bia estava lá, mais vermelha que seu cabelo.
—Não atrapalhou Bia, eu já estava de saída. — disse saindo debaixo do Isaque que estava emburrado.
—Seu irmão pensa que você está dormindo no quarto da Larissa, eu sei que você estava aqui até mesmo por que eu dormir sozinha, estou tentando enrolar ele, mas ele está ao ponto de vim te chamar, acho melhor você descer lá, e mais uma vez, me desculpa.
—Desculpa pelo o quê? Obrigado por ter me ajudado. — disse indo direto para a sala, já estava todo o pessoal aqui, e pelo visto dormiram aqui.
—Até que fim em Kethelyn, onde tu e o Isaque estava ontem?
—Não enche Igor, ficamos lá fora, depois gente desceu la na tia Rosa pra comer e por fim ele foi por quarto dele dormir e eu fui assistir série.
—Da próxima vez avisa, e nada de fica dormindo tarde vendo série viu?
—Tá, sim senhor. — falei saindo pra não ouvir mais nada.
Estava na cozinha tomando meu café da manhã quando a Larissa entrou afobada.
—Tu tá na página de fofoca do morro. — ela diz e meus olhos automaticamente se abriram.
—Que página é essa? E o que eu tô fazendo lá?
—Agarrando meu irmão né? — ele me encarou e por um segundo achei que ela fosse ficar com raiva de mim, porém ela começou a rir.
—Para de rir Larissa e me ajuda, deixa eu ver a foto. — pedi e ela me mostrou uma foto minha e do Isaque quando estávamos na lanchonete.
—p**a merda, se meu irmão vê isso eu tô morta.
—Vou pedir o Isaque pra mandarem apaga, fica sussa.
—A essa altura todo mundo já tá falando disso. — respondi desesperada.
—É, basicamente isso já que a metade da Rocinha curtiu isso aqui. — continuou e eu quase dei um treco.
—Merda, até perdi a fome.
—Vem, vamos sentar lá na sala, e só tenta manter a postura. — ela diz me puxando para fora da cozinha.
—Ô Keth, preciso conversar contigo. — Isaque se levanta e botou a arma dele nas costa, vindo em minha direção.
—Comigo? p**a merda, não fiz nada.
—Ih que isso cobra? Cheio de segredinho com a minha irmã?
—Viaja não mano ela ta jogando idéia numa mina ai pra mim. — ele disse, e mesmo sabendo que é mentira, sentir uma pontada de ciúmes. Todo mundo que estava na sala, encarou a Bia e o Isaque antes de ficar mó climão.
Ele passou indo lá pra fora e eu acompanhei e me sentando no mesmo lugar de ontem, logo ele tirou a arma e se sentou do meu lado.
—Você sabe que tem uma foto nosso circulando no tal i********: de fofoca do morro né? — perguntei, e ele concordou.
—Então pô, não quero mais ficar contigo escondido. — falou olhando pra sua mão, todo envergonhado. — mó medo de tu falar que eu sou emocionado. — ele falou e eu gargalhei.
—E por quê eu falaria isso?
—Porque eu quero namorar contigo e tem duas semanas que a gente se conhece?
—Uau, você tá falando sério?
—Ih ala, eu não disse?
—Ai garoto, cala boca eu nem falei nada. — eu sorrir revirando os olhos. — e quem sabe quando você me pedir em namoro eu não aceite?
—E se eu pedisse agora?
—Então? Experimenta. — falei e ele agarrou minhas mãos. Antes dele falar o que ele preparou para dizer, escutamos um estrondo alto e logo vários foguetes.
—Vai pro quarto com as meninas e entrem pro esconderijo. Alguém ta invadindo o morro. — ele diz se levantando e pronto para descer mais eu agarrei ele.
—Não vai, por favor, fica aqui comigo, e se você se machucar? — perguntei desesperada e ele me olhou cheio de preocupação.
—Fica tranquila, faço isso mais do que você imagina, e eu vou voltar pra terminar o que eu comecei. — ele falou e eu sorrir. — agora entra e se esconde com as meninas. — ele gritou e saiu correndo.
Meu irmão saiu com os meninos e ele veio na minha direção.
—Você também tem que ir Igor? — perguntei sentindo minhas vistas embaçada.
—Eu vou ficar bem mana, agora vem. — ele saiu me puxando para dentro da casa e abriu uma porta, era o quarto que eu ficaria.
Entramos no closet e ele abriu uma porta escondida é me enfiou lá dentro. As meninas já estavam lá todas assustadas.
—Aqui tu tá segura tá? — ele falou me dando um beijo na testa.
—Fica aqui comigo, por favor, não quero te perder.
—Keth, eu vou ficar bem, te juro. — dessa vez ele não esperou resposta e fechou a porta.
Me sentei no chão sentindo minha barriga revira. O barulho era alto, mas não tão alto quanto eu estava lá fora. Eu já estava soluçando de tanto chorar.
Imaginar meu irmão ou o Isaque, ou qualquer um dos meninos lá fora, correndo perigo, já era o suficiente para meu coração doer.
Estávamos todas abraçada em um tipo de proteção e assim ficamos, até os barulhos de tiros que durou bastante acabar.
O morro ficou em silêncio e não se ouvia nada, eu queria sair é ir atrás do meu irmão, mas Larissa disse que era melhor esperar alguém nos tirar daqui, já que era perigoso os tiros começarem de novo.