Entrevista

868 Words
Na manhã seguinte Clarice acordou bem cedo e foi direto para o banheiro. Tomou um banho frio e se vestiu, depois voltou para o seu quarto. Penteou seus longos cabelos negros. Como ia para uma entrevista, Clarice vestiu uma calça preta e uma blusa social branca de mangas. Depois colocou uma sapatilha preta que havia sido fruto das doações que chegam no orfanato. Por fim , ela pegou seu broche aquele que para ela era a única representação de sua mãe e colocou em sua blusa. Pegou o endereço da entrevista e saiu de casa sem se importar com o café da manhã. Nas ruas de Salvador, Clarice pegou três ônibus até chegar a empresa onde passaria pela entrevista. Assim que chegou foi até a recepção onde a recepcionista muito simpática e educada, explicou que ela deveria entrar no elevador e ir até o décimo segundo andar. Lá já havia várias garotas aguardando o momento da entrevista também. Assim que aquela jovem chegou, as garotas que esperavam o momento da entrevista, olharam para ela dos pés ao alto da sua cabeça a analisando. Clarice não estava coberta por roupas de marca e sapatos de salto fino e alto como elas, não estava maquiada como elas, mas tinha uma beleza singular que dispensava qualquer tipo de retoque. Sua pele pálida se tornou mais pálida ao observar o perfil daquelas mulheres, elas falavam sobre moda , sobre seus estudos em grandes escolas. Escolas que a Clarice sonhou em estudar a vida inteira. Clarice sentou em uma cadeira afastada, parecendo um animal acuado por seus predadores. Seu coração estava sem esperança, já que as outras mulheres se destacavam em vários aspectos. Alguns minutos depois e, logo uma a uma era chamada para entrevista. Quando Clarice ouviu seu nome sendo chamado por uma voz masculina que saia da sala, seu coração estremeceu. Suas pernas pareciam como gelatinas e parecia que ela não ia chegar até a sala. Clarice respirou e lembrou dos conselhos que as cuidadores lhe deram. Tentou parecer confiante e entrou na sala. De pé e em frente para um homem maduro com cabelos grisalhos, Clarice respondeu todas as perguntas feita por ele. Os livros lidos por Clarice a ajudou na oratória. Ela demostrou conhecimentos e desenvoltura que as outras entrevistadas não tiveram e por isso foi contratada. Ao receber a grande notícia pelo gerente do departamento de recursos humanos, seus olhos brilharam e ela ofereceu um sorriso simpático para aquele homem tentando se conter para não pular de alegria. - Daqui a dois dias, a Senhorita deverá vim para seu primeiro dia portando esses documentos ( disse o homem entregando um papel com a lista de documentos necessários) Clarice se despediu e entrou no elevador. Ela m*l podia acreditar no que aconteceu. Ela nem precisaria comparecer a outra entrevista que estava agendada. Olhando para aquele papel, onde se encontrava a lista de documentos que ela levaria, nem percebeu que o elevador havia parado no nono andar e que as portas haviam se abrido. - Bom dia! (Disse o homem entrando no elevador). Os olhos de Clarice finalmente saíram do papel para encontrar o olhar daquele homem, que já estava a encarando com um olhar curioso. - B...Bom dia (respondeu ela ainda impressionada com a beleza daquele jovem) Para Clarice aquele homem parecia ter saído de um filme de Hollywood. Olhos azuis dele não deixaram o dela até ele entrar e se posicionar ao seu lado. O silêncio tomou conta do ambiente mais uma vez, mas logo foram interrompidos por um grande barulho. Sim, o elevador havia dado um pequeno probleminha e por isso parou imediatamente. Clarice tentou se equilibrar com grande balanço do elevador, mas não conseguiu. Ela sentiu que seu corpo havia sido lançado para frente, fechou os olhos e aguardou pelo impacto que não aconteceu. Ao abrir os olhos ela percebeu que estava envolta por braços fortes que a segurava. - Você está bem? ( perguntou aquele homem tentado a estabilizar novamente) - Sim, Senhor. Peço desculpas e agradeço também. ( respondeu ela um pouco sem jeito e tentando arrumar sua roupa e cabelo ) - Acho que vamos precisar esperar um pouco. ( falou ele olhando diretamente para os olhos dela) Melhor sentar para não se machucar. ( falou aquele homem já retirando o paletó e estendendo no chão) Aqui, sente-se também. Ele retirou o paletó e o estendeu no chão convidando a Clarice para sentar ao seu lado. Ela exitou por um tempo, mas ele continuou insistindo até que ela cedeu e sentou também. O silêncio se instaurou novamente até que o estômago da Clarice resolveu lembrar que ela não havia tomado o café da manhã. Aquele barulho do seu estômago fez a Clarice ficar extremamente envergonhada. Ao ouvir o barulho aquele homem apenas tirou duas barrinhas de cereal da sua pasta e entregou uma para ela dizendo: - Também pulei o café da manhã. - Obrigada (disse ela envergonhada). Para sorte da Clarice seu constrangimento não demorou muito, pois logo o elevador voltou a funcionar. Ela foi a primeira a se levantar e saiu rapidamente, parecendo que estava fugindo. Em sua pressa para fugir da situação a Helena deixou para trás algo muito importante.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD