Lisa Hernandes Entro em casa e noto a ausência da Louise. Nenhum som, nenhum grito, nenhuma música alta. Estranho. Subo direto pro meu quarto, arranco a roupa e vou pro banho. Preciso me livrar do cheiro do Arthur, que grudou em mim feito lembrança que não quero mais carregar. A água quente escorre pelo meu corpo, mas não leva embora a sensação da boca dele na minha. Do toque dele. De tudo que eu queria esquecer. Saio do banho, visto meu pijama e penteio o cabelo, tentando ignorar o turbilhão aqui dentro. Caminho até a janela e fico ali, observando as luzes de São Paulo. Essa cidade nunca dorme. E parece que minha cabeça também não. Tô tão perdida nos meus próprios pensamentos que quase tenho um treco quando ouço a porta se abrir. Me viro na hora, e lá está ela: Louise. Plantada na port

