– você realmente é baixinha_ ele fala assim que me aproximo dele.
– eu não sou baixinha, você que é alto demais_ retruco e o encaro cruzando os braços_ me deixe adivinhar, você é mais um dos empregados do chefe do velho irritante?_ arqueio a sobrancelha para o moreno de olhos verdes brilhantes que de certeza arrasta uma multidão de garotas por onde passa, de tão gato que é.
Ele sorri de canto, e diga-se de passagem, que sorriso hein_ eu sou o chefe do velho irritante_ declara, me deixando por instantes boquiaberta.
– ah, então você é o sem escrúpulos que aceita pessoas como pagamento_ declaro com desgosto após me recompor.
– e o que eu deveria fazer, matar seu pai por uma dívida que ele tentou pagar?_ dessa vez ele é quem arquiou a sobrancelha_ o Henrik foi gentil com ele, você deveria agradecer que a vida do seu pai foi poupada.
– e que eu praticamente virei sua escrava? Hey que felicidade_ finjo empolgação.
– você não está presa a nenhum contrato por enquanto, você pode desistir e minha ordem inicial para matar seu pai será cumprida, tal como eu queria_ dá de ombros.
– só ele pagará?_ pergunto por via das dúvidas.
Ele começa a rir, me deixando brava_ eu nunca vi uma filha odiar tanto o próprio pai, mas não, você acha mesmo que só a vida dele vai servir para me tirar a raiva que ele me causa com essa dívida?_ ele abana a cabeça negando.
– pra que você quer um ser humano como pagamento? Certeza que já deve ter vários_ reclamo.
– na verdade não, as pessoas me pagam de várias formas mas essa é a primeira vez que o fazem com uma garota, pode ser divertido, uma garota obediente e totalmente a minha disposição, tem pagamento melhor?_ me olha de baixo a cima_ mas sabe Gabie, você precisa me convencer a perdoar a dívida da sua família, ou não teremos acordo.
– para você é Gabriela, e outra, minha família não tem uma dívida a ser perdoada, meu pai tem_ falo brava, mas calma para não chamar atenção_ e já que você quer tanto uma escrava que te convença a perdoar a família, está bem, você terá, mas no fim, você vai ser mais escravo que eu, porque eu vou fazer você morrer de amores por mim, e eu vou fazer isso pela minha família_ assim que termino, saio de perto dele e vou até minha sala.
No local consigo finalmente respirar e me recompor, vejo uma mensagem de Elena me avisando que ela já havia comprado tudo e que já estava começando a cozinhar, então me troco rapidamente e sigo para fora do hospital com intenção de pegar um táxi, mas sou impedida por uma figura maior que eu na minha frente.
– o que você faz aqui ainda?_ levanto o rosto para olhar para a cara dele.
– você saiu tão rápido que não assinou nosso contrato_ tirou de seu bolso um papel que desdobrou e me mostrou.
Eu pego o papel de suas mãos e começo a ler.
– leia em voz alta, para que eu saiba que você está lendo correctamente_ ele praticamente manda, fazendo eu olhar com irritação para ele, mas em resposta ele apenas aponta para o papel.
– eu sei ler_ retruco.
– e eu quero ouvir_ insiste.
Reviro novamente os olhos_ "contrato de pertença, eu Gabriela James Summer, declaro que de livre e espontânea vontade desejo me tornar propriedade exclusiva e total de Lorenzo Diego Sanders, para obedecer e cumprir com todos seus desejos, tanto do dia-a-dia quanto sexuais"_ termino de ler e o olho indignada_ você é demente? Não é possível_ devolvo bruscamente o papel para ele e o dou as costas.
Antes que eu desse um passo sequer, ele segura meu braço_ tá indo aonde?
– você tem problemas para conquistar mulheres? Se é isso, existem caras que podem te ajudar com esse problema, ou pague alguém para te satisfazer, mas eu não vou virar sua escrava s****l_ falo irritada.
– na verdade eu não tenho nenhum problema em lidar com mulheres, isso é bem fácil para mim, mas por que me dar ao trabalho de conquistar uma, se posso ter uma sob meu domínio sem esforço algum?_ arqueia a sobrancelha_ afinal não é você que me faria cair de amores e virar seu cachorrinho? Não faria isso pela sua família? Que foi? Desistiu assim tão fácil?_ provoca.
– eu não vou virar sua escrava, principalmente se for s****l_ repito.
– você nem terminou de ler, eu não sou um monstro, eu deixei você ficar com seu livre arbítrio, você decide o que quer e o que não quer, mas não deixa de me pertencer_ dá de ombros.
– e onde tem vantagem nisso?
Como ele ainda segurava meu braço, com facilidade me puxou até si, próximo o suficiente para ele poder falar ao meu ouvido, e eu conseguir inalar o cheiro doce e amadeirado de seu perfume.
– a vantagem está no facto de que, se eu e você formos brincar, você pode escolher com que brinquedo quer e não quer que eu brinque em você_ ele sussurra ao pé do meu ouvido, o que involuntariamente me faz arrepiar, a saliva custa a passar por minha garganta, o ar parece ter ficado mais quente e meu corpo parece ter dado sinal de despertar_ você ficou excitada com a ideia não foi?_ ele sorri convencido.
– você é um i****a_ me solto de seus braços_ vai se ferrar_ volto a dar as costas, mas dessa vez sigo caminhando.
– eu até iria, mas você está acabando com minha paciência_ fala alto o suficiente para eu ouvir_ o Ayler não vai gostar de saber disso_ quando ele menciona meu irmão eu me viro assustada e caminho de volta até ele_ linda menina.
– como você sabe dele?
– de quem, do seu irmão mais velho que está na prisão?_ fala fingindo demência_ ah Gabie, eu acho que você ainda não percebeu uma coisa_ fala em tom sério_ eu sou o capô da p***a da máfia, e eu acho que cansei de falar como se você tivesse tanta escolha assim, inicialmente era só por pura diversão, mas agora é pra tirar essa sua marra de garota certinha e independente, então, você pode assinar essa droga de contrato agora, ou eu acabo com tudo nesse mesmo instante_ estende o papel e uma caneta.
– você é desprezível_ arranco a caneta de suas mãos e o papel também.
– eu sou um mafioso, achava que eu seria um príncipe encantado?_ debocha enquanto eu me agachava e usava minha bolsa de apoio para assinar a merda do contrato.
– toma_ estendo o papel para ele assim que termino.
– obrigado, agora vamos, minha primeira vontade é te levar para casa, eu preciso conhecer um dos motivos que fez você assinar esse contrato_ fala seguindo na frente mas eu permaneço parada ali, o olhando com raiva_ hey, não fica com raiva de mim, seu pai é o culpado, não eu, vamos logo, com sorte você ainda vai poder descontar essa raiva toda nele_ sorri enquanto a minha irritação só aumenta, mas decido obedecer, desse demente posso esperar tudo.