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581 Words
« Nova Orleans, 1018 Tirei os calçados e corri sobre a relva molhada, me sentindo livre e com o mundo em minhas mãos. O ar em meus pulmões era puro em plena floresta iluminada pela luz do crepúsculo como se fosse encantada. Ergui a bainha do vestido e corri ainda mais rápido, sentindo o vento frio em meu rosto. Era final de outono e as folhas se arrastavam à medida que eu corria, fazendo o característico ruído das folhas secas ao se quebrarem. — Ah — arfei com dor, sentando no chão e examinando o pé que sangrava, manchando a grama verde de uma cor escarlate. Nada que magia não possa resolver, pensei com um sorriso. Ser bruxa, definitivamente, era a melhor parte de ser da família Stuart. Com um movimento de mão, fiz um simples feitiço de regeneração, e logo o corte se fechou, como se nunca houvesse existido, deixando apenas o rastro de sangue aonde antes estava a ferida aberta. — Não deveria correr descalça. — Ouvi uma voz que fez meu coração acelerar em vários ritmos diferentes. Um sorriso involuntário se formou em meus lábios. Me virei e vi Klaus sorrindo de lado. — Klaus — sorri para ele —, o que faz aqui? — Eu vi uma certa bruxinha correndo pela mata e vim me certificar de que estava bem. — Se ajoelhou ao meu lado e passou a mão pelo meu cabelo, alinhando os fios desgrenhados pelo vento. — Sabe que eu não preciso de p******o. — Deixei seu toque quente avançar pelo meu rosto. — E você sabe que eu sempre vou lhe proteger. — Ainda é cedo para dizer que vou vomitar ou vocês querem fazer algo mais meloso? — Rebekah andou até nós, revirando os olhos. — Irmã, só porque você não encontrou o amor verdadeiro, não significa que eu não possa encontrar o meu — Klaus respondeu. — Nenhum homem te aguenta, você sabe. Rebekah examinou as unhas com desinteresse e deu de ombros. — Quem disse que eu preciso de um homem para ser feliz? Estou muito bem assim. — Sorriu de lado. — Quer dizer que eu sou seu amor verdadeiro? — Questionei a Klaus. — Quero dizer exatamente isso. — Não se iluda, bruxinha. Meu irmão tem uma ótima tática de persuasão. — O que mesmo ainda está fazendo aqui, Rebekah? — Klaus lançou um olhar mortal a ela. — Nossa mãe está chamando. Ela tentou evitar esconder o desconforto com aquilo, mas eu sabia que Esther Mikaelson nunca gostou de mim, e muito menos me queria perto de seus filhos. Assim como a maioria, bruxos e vampiros não se misturam, e certamente, não podem nem sequer nutrir sentimentos um pelo outro. Comigo e Klaus foi diferente. Ele me ajudou no meu momento mais sombrio, quando eu tive um ataque de raiva e a magia ameaçou me consumir. Ele acalmou a minha raiva, e a partir daí ficamos próximos, em segredo, que ocasionalmente foi descoberto por todos na aldeia em que vivemos. — Eu vou — Klaus beijou minha bochecha, avançando para a boca —, mas volto. Suspirei vendo os dois seguirem de volta para sua casa, sabendo que levariam bronca por estarem comigo. O desejo de poder ser livre e amar quem eu escolhesse crescia a cada dia. Um futuro assim com Klaus era inimaginável, eu sabia, mas lutaria para ficar com ele e eu sei que ele faria isso por mim com a mesma intensidade.
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