Continuação Sofia narrando Voltamos juntos pra casa, mas o silêncio no caminho foi mais alto que qualquer música. Ele tava estranho. Quieto demais, o olhar distante, a mão no volante firme demais. Tinha algo queimando dentro dele… mas ele não dizia nada. Quando chegamos, ele foi direto pra varanda. Pegou um cigarro, acendeu e ficou lá, olhando pro nada. Eu me sentia invisível. Tomei meu banho em silêncio, esperando que ele entrasse no quarto, que me puxasse pra perto como sempre fazia… Mas não veio. Deitei sozinha. Virei pro lado da parede e, sem perceber, acabei dormindo com o coração pesado. A ausência dele me abraçou a noite inteira. Quando acordei, o sol já batia no quarto e ele não tava ali. Levantei meio zonza, tomei outro banho tentando afastar a angústia que grudou em mim

