A voz masculina veio da esquerda. Ela virou devagar. Um homem, talvez um pouco mais velho, parado com o mesmo ar entediado. Ele segurava um copo de vinho tinto e observava a festa como se estivesse analisando uma peça de teatro cujos atores improvisavam demais. — Não muito — ela respondeu. — Eu também não — ele disse, levantando o copo como num brinde cúmplice. — Mas às vezes é o único jeito de parecer acessível. Donna ergueu uma sobrancelha, o observou com mais atenção. Ele tinha um rosto forte, mandíbula marcada, olhos cinzentos e atentos, o cabelo castanho um pouco desalinhado como se tivesse passado os dedos nervosamente nele algumas vezes. — Você quer parecer acessível? — Quero parecer tudo o que me afaste da imagem de "advogado filho da p**a", pelo menos nos primeiros dias. Don

