FAZENDEIRO SOLITÁRIO

CAPÍTULO DEGUSTAÇÃO (VANESSA)*

Minha vida virou de cabeça para baixo, literalmente nada dá certo onde chego, sou olhada dos pés a cabeça como se a errada fosse eu.

Eu que fui traída e abandonada no dia do casamento, mas todos os que diziam ser meus amigos me viraram as costas, já não tem mais clientes no meu espaço de estética e beleza, está impossível recomeçar a vida aqui nesse lugar.

Meu pai me aconselhou a ir procurar o tal do Laerte que me ofertou uns dias na fazenda para descansar.

Enquanto criava coragem para ir, meu pai foi embora se despedindo de mim, e só me restou me desfazer de tudo o que consegui até aqui. Inclusive o meu carro de luxo e ir morar no apartamento que Leonardo me deu de presente.

Arrumei as minhas malas e quando chego no meu mais novo lar, choro ao lembrar do dia em que fui presenteada com esse apartamento quando completamos um ano de namoro. Desabei de tristeza, como ele pode fazer isso comigo, enxuguei as lágrimas, tentei descansar.

No dia seguinte devolvi o meu carro porque não conseguirei mais pagá-lo, fiz tanto sacrifício para me enquadrar num lugar que não era meu e perdi tudo.

Entrei num táxi e fui até a empresa do Laerte, e quando nos encontramos tivemos uma discussão começada por mim, não me reconheço mais, estou extremamente agressiva e zero paciência.

Durante a nossa discussão ele afirma ser um homem que cumpre o que promete e que me levará com ele, me senti segura por um momento.

Laerte me acompanha até o meu apartamento que até então pensava ser meu recebo uma ordem de despejo, naquele momento comecei a me sentir muito m*l e trêmula Laerte me explicou que o canalha do Leonardo me fez assinar uns papéis que segundo ele era passando o apartamento para mim e dias antes do casamento assinei outros documentos como fui burra, tonta e mais uma vez fui enganada, roubada, tudo o que ele diz ter me dado ele tomou de volta.

A raiva e o ódio era tão grande que desmaiei, acordei com o Laerte me amparando naquele momento crítico da minha vida, literalmente, no fim do túnel.

Naquele momento arranquei forças de onde não tinha mais, e segui Laerte, que me deixa hospedada em um hotel.

Laerte vendo tudo o que está acontecendo comigo, às vezes com um olhar de pena, outras vezes com frieza ficou ao meu lado me levando embora daquele lugar com ele, hoje sou como uma folha seca que vai onde o vento quer.

Laerte me deixou num hotel e não quis me levar até a sua casa, disse que viria em breve para irmos juntos a viagem fico com a cabeça cheia coisas.

Não tenho nada a perder mesmo, só quero esquecer nem que seja por um momento toda maldade que fizeram a mim.

Acabei dormindo e quando acordo Laerte está sentado numa poltrona a minha frente me observando e quando abro os olhos.

— Que susto. — Falo colocando a mão no peito.

— Vamos estava só esperando você acordar.

— Como entrou aqui?

— Esse hotel é meu, agora vamos se levante, está quase na hora.

Esse homem às vezes é tão frio, será que estou fazendo a coisa certa em ir com ele, como será a minha vida a partir de agora.

Ele sai me deixando sozinha e me aguarda na recepção e em minutos embarcamos um sentado longe um do outro, um cansaço e sono excessivo toma conta de mim, dormir durante o voo.

Laerte me acorda perguntando se estou me sentindo bem.

— Garota acorde, está tudo bem?

Ele me olha com um olhar de preocupado, eu, olho de um lado para o outro, verifico as horas no relógio.

— Estou bem, vai demorar muito para chegarmos?

— Em algumas horas.

Chegamos por volta do anoitecer, e quando descemos do avião particular um rapaz toda de bota e chapéu bem caipira, creio que seja o capataz. Esse homem ao me ver coloca a mão na boca demonstrando tamanha surpresa.

— Nico busque as nossas malas, preciso ir para a fazenda descansar. — Laerte fala grosso com o homem.

— Sim, senhor Laerte.

Ele nos guia numa estrada de terra e chegando no casarão enorme uma senhora de idade e outras mulheres ali aguardando Laerte e quando descemos juntos do carro, todas elas ficaram com a cara de surpresa e naquele meio tem uma garota que não gostou de me ver ao lado do Laerte e a tia Lurdes como ele a chama o abraçou imediatamente, olho a imensidão que é esse lugar me pergunto se estou tão horrorosa, pois elas me olham da cabeça aos pés.

Tia Lurdes vem na minha direção…

— Me chamo Lurdes, seja bem-vinda minha querida.

— Obrigada — Me chamo Vanessa prazer.

Depois do abraço e acolhimento da mesma, uma moça muito m*l-educada se aproxima de nós.

— Laerte, essa dai é a sua namorada? Hoje entendo o porquê nunca quis ficar comigo, que sempre rastejei, uma mulher do campo, que te conhece a anos, conhece a nossa tradição, costumes.

A fala dela tem muito ódio, e ainda me colocou no meio dessa situação m*l resolvida entre eles.

— Cala a boca, Rose, nunca me interessei por mulher nenhuma desse lugar e muito menos por você, me respeite e respeite Vanessa, que é minha convidada.

— Não respeitarei coisa nenhuma, essa dai é uma impostora que veio acabar com você, ela não irá se acostumar aqui em breve irá embora, você não é mulher para ele.

Naquele momento perdi a minha paciência com ela.

— Cala a boca, você não me conhece, eu não tenho culpa se ele não te ama, sou mulher, sim, para ele. — Falo alto.

Por um momento pensei em revelar que entre mim e Laerte não existe nada, mas só pela arrogância da tal da Rose e os seus insultos, e ciúmes, não revelei o que de fato somos.

— Calada às duas vai embora Rose, faça um favor suma da minha fazenda, não quero saber de confusão aqui.

Ele fala alto dando um fim naquele bate boca diante de todos que estão a nossa volta, e a sua tia me fala.

— Perdão filha pela falta de educação da (Rose) ela sempre nutriu uma paixão por Laerte, mas agora que ele está com você ela irá se afastar.

Quando ia abrindo a boca para falar que não temos nada um com outro, Laerte me olha, tia Lurdes corre para deixar tudo impecável para mim, pois chegamos sem avisar, entendo o porquê dele querer viver aqui é um lugar de paz.

Laerte é um homem livre e desimpedido e pelo que vejo cobiçado por todas as mulheres dessa fazenda, olho para os portas retratos na sala, a tia Lurdes chega avisando que o quarto está pronto, só não imaginava que ela me acomodaria no quarto do Laerte.