Capítulo 5

2435 Words
– Espero que me entregam o resumo na semana que vem. Vejo a professora de literatura sair da sala e penso várias formas de xingamentos na minha mente e direciono tudo na direção dela. Mal a conheci e ela já me fez odia-la, incrível essa capacidade dela. Pego o meu celular em baixo da carteira e o desbloqueio, entro na câmera e olho pro lado. Do nada a sala ficou em silêncio. O grupinho da Paloma não estava aqui, burlaram as primeiras aulas. Espertinhos esses, eu teria pego o b***e se soubesse que a professora era tão chata. Aponto a câmera do meu celular em direção ao quadro e tiro uma foto. Apago a tela do celular e o sinto vibrar logo em seguida. Olho pro painel e era notificação de noticia. – Novata – Escuto alguém dizer atrás te mim e logo rolo meus olhos ao reconhecer a voz melosa. – Devo me lembrar que não nos apresentamos ainda né. Fecho meus olhos e os mantenho assim, mesmo sabendo que a Tal Wendy se sentou na minha mesa. Agora entendi o motivo do silêncio, pelo visto quase ninguém gosta dela. – Meu Nome é Wendy Medeiros, Sim a sobrinha do diretor – A garota deve ter se vangloriado jogando os seus cabelos loiros falsos pra trás, tiro a conclusão que foi isso, pois alguns fios acabam encostando na minha cara. – A não precisa me dizer que está surpresa e que quer ser a minha amiga. Continuo de olhos fechado e me proíbo de pensar em dormir. Vai que essa garota resolve me m***r. – Sério? Não vai dizer nada. Seu nome? Nada? – pelo tom de voz dessa Wendy, ela deve estar irritadiça comigo. Sobrinha do diretor, Idaí eu sou a filha do meu pai. – Você ta me escutando? Sinto uma mão no meu ombro e logo depois tenho um solavanco pra frente. Mas que m***a. Abro os meus olhos e dou um t**a fraco – eu devia ter maneirado na força – na mão da Wendy. – Aii – ela retira a mão de meu ombro e pela expressão dela, o t**a deve ter doído. – por que bateu? Ela praticamente gritou e logo já vejo vários olhos na nossa direção. – Você parece uma selvagem. – ela grita e eu escuto algumas risadas. – Abaixa o tom de voz, que não tem ninguém gritando aqui, querida. – digo e pego a meu celular, vendo as horas. Pelo visto o professor não vai vir. – E se eu for selvagem? Que que você vai fazer? Ela estava em pé, e isso fazia ela me olhar de cima. E oque mais me incomoda é isso, as pessoas me olharem de cima, como se fossem superiores a mim. Oque muitas vezes é, mas isso não vem ao caso. – Se toca garota, m*l chegou na escola. Não tem nem amigos, tô fazendo uma caridade com você de se juntar a mim. – A garota diz e aproxima o rosto do meu e diz mesmo assim – se eu quiser, você sai dessa escola. É só eu falar com meu tio. Reviro meus olhos e parece que a garota vai soltar fogo pelos ouvidos de tanto que seus olhos demostram raiva. Ou até mesmo pela boca. Aí o dragão vai estar completo, só não vai poder incendiar o colégio. – Deixa eu te perguntar, Madalena. – Começo a usar o sarcasmo e me levanto, fazendo ela dar alguns passos pra trás. – Idaí que eu não tenho amigos? Nunca precisei. Melhor ficar sem, do que ser cercada por pessoas falsas que nem você. Inclino a cabeça um pouco pra baixo, vendo ela pálida e insignificante Wendy. Por ela ser baixa, agora quem está a olhando de cima sou eu e isso pelo visto a incomoda também. Pinscher viralata. – E que tal, enfiar, essa sua caridade lá no seu... – Sou interrompida por alguém que entra gritando na sala. Me impedindo de xingar. Mas mesmo assim contínuo falando, – E pro seu tio me desmatricular daqui, ele vai ter que pagar um belo de um processo para o meu pai. Digo oque não é mentira, escola particular era uma grande porcaria quando queria. E o meu pai fez o favor de vir pra cá antes e assinar um contrato com o diretor. Meu pai veio a pedido da minha mãe mesmo, já que ela não entende muito sobre nada de contratos. – Escuta aqui sua tola... – tola é a sua mãe. – dou mais um passo na direção dela e vejo ela ficar Pálida. – Presta atenção nas palavras que você diz pra mim. Se não, eu faço você se arrepender de tê-las usado. Ela evitou olhar nos meus olhos, mas noto eles brilhantes, mostrando que a qualquer momento ela pode começar a chorar. Palhaça, quer por pressão nos outros, mas quando é voltado pra ela a mesma quer começar a chorar. Idiota. – Espero não ter nenhum problema com você, Wendy. – Digo e me afasto dela, me sento novamente na minha carreira. Me encosto na parede, e tento achar a paz que estava em mim antes. Fecho os meus olhos e ao sentir alguém encostar novamente no meu ombro. Nem me importo em ver quem é, eu sabia que não era a Wendy, a mão dela era muito delicada e nem um pouco grande igual essa. Eu bato na mão, com bem mais força que eu bati na mão da mimadinha. – c****e garota. – Abro um olho só e tenho o vislumbre de ver o Yago na minha frente, balançando a mão. – tenho dó do seu namorado. Não contenho o sorriso que se formou em meus lábios com a frase que esse garoto solta. Pelo visto ele diz tudo que vem na mente. Não era ele que a Paloma diz que luta boxer também. Tá reclamando do meu t**a, sendo que é ele que leva um monte de soco. Uma coisa que eu estranhei, não era ele que vivia seguindo a Paloma pra cima e pra baixo, pra ela não entrar em confusão? Por que só tá ele aqui? – Flor do meu jardim. – Escuto a voz de Paloma e vejo que ela já estava ali. – Meu Raio de sol. Por que ela diz essas coisas? Eu não sei. Na verdade eu não sei praticamente nada do pequeno g***o deles. Nem o nome de todos eles eu sei. Sei que tem um tal de Adrian que eu nunca vi, tem a Esther, a Paloma, o Tayler, o Yago e o garoto que eu nunca escutei a voz – e esse é o único que eu não conheço. – Então, quer dizer que você intimida as garotinhas mimadas? – ela se joga, na minha mesa e logo após ela se ajeita, se sentando elegantemente, pra não dizer ao contrário. – Gostei. Volto a me recostar na parede e olho pra Esther que digitava algo no celular de forma rápida. Olho ao meu redor e vejo que no pequeno g***o, tinha mais um garoto, deve ser o tal do Adrian. Tayler conversava com o garoto que eu não sei o nome. – Então, Jogadora. – Esther começa a a dizer, e só percebo que ela tá falando comigo quando ela se aproxima e me entrega o celular. Por que Jogadora? – se prepara para ser alvo de brincadeiras da Wendy e suas tão magníficas seguidoras. Eu juro, te garanto, lhe digo, que assim que as palavras saíram da boca da Esther, eu quase tenho um infarto. Gente que voz é essa? Parece que a Madalena vai ficar me enchendo o saco. Olho pro celular da morena e vejo um vídeo. Clico nele e começo a ver. meu Jesus amado, gravaram o meu bom papo com a garota. Gente, ela deve tá p**a da vida comigo kkk Rir não Nathallie, você tá mais que fudida. Mas eu tô tão plena na discussão. – Pode rir. – Paloma diz e eu olho pra ela. Mas logo desvio os olhos, – eu sei que você quer rir. E logo solto um mísero sorriso de lado. Até que a discussão nesse ângulo, tinha ficado legal. Olho pra porta da sala e vejo a garota passando por lá, e em seguida o tio dela. O diretor. Mas que garota fofoqueira. É uma c****a mesmo. – Senhorita Nathallie? – Deslizo na cadeira. E já acho que a discussão não foi legal não. Segundo dia de aula e já vou levar sermão. Pego o meu celular e começo a desbloquear ele. E envio o vídeo que estava no celular da Esther pro meu. Claro que eu não vou mostrar pra ele, já que eu estava praticamente ameaçando ela. Era só pra comprovar que foi ela quem começou a baderna. – Pode ir Diretor, daqui a pouco ela chega lá. – Escuto a voz do Tayler e pelo canto de olho vejo o diretor saindo da sala. Ao ver que o vídeo foi enviado entrego o celular da Esther para a mesma. Me levanto da cadeira e olho para a porta, pensando em mil possibilidade de fugir. E se eu pular a janela? – depois eu falo com vocês. – guardo o meu celular no bolso da minha calça. Saio de perto do pequeno g***o, e quando é ia passando perto da Wendy. Olho dentro de seus olhos. Mando o dedo médio pra ela e saio da sala, vendo alguns alunos circulando por aquele corredor. E começo a orar mentalmente, para que eles não soubessem da pequena discussão. Odeio ter que dar explicações para as pessoas. E agora, eu odeio a princesinha mimada da Wendy. Ando em direção a diretoria, e de longe vejo o diretor andando calmamente pelo corredor. Tem medo de ser assaltado não, tio? Será que dá tempo de me virar e sair correndo? E Fugir da escola? Pegar um bote e atravessar o oceano remando? Parar numa ilha deserta e passar todos os meus anos lá? É, é isso que eu vou fazer. Só tenho que descobrir como remar. [...] – E pensar que seu pai tinha me garantido que você não ia arranjar nenhuma encrenca. Mantenho os meus olhos num quadro que tinha atrás da mesa do diretor. Esse cara tá a mais de 10 minutos, dizendo o quanto o meu pai disse a ele que eu era uma garota calma. – Agora, bater na sobrinha do diretor. Foi muito não acha? Arqueio uma sobrancelha ao ouvir o verbo bater na frase dele. Quando que eu bati nela? Ah sim, o leve tadinha que eu dei nela. Gente, tô vivendo uma novela e não sei? – Ela chegou aqui com o braço totalmente vermelho, senhorita Nathallie. Olho para o rosto dele e vejo, um leve e discreto sorriso em seus lábios. Outro que não sabe ser discreto. – Eu não bati nela. – pego o meu celular e vou diretamente para a conversa do me pai no Aplicativo de mensagens. – Qual é o nome do dono daqui, senhor diretor? Aperto no botão de gravar áudio. Meu pai sempre me disse, que se alguém começasse a me ameaçar, era pra mim gravar e enviar pra ele que ele resolvia. – O nome dele? Bom é o Senhor Daniel. – Ele diz e começa a escrever algo em seu computador. – irei lhe entregar uma suspensão, então terá que trazê-la assinada, na sexta feira. Eu não digo nada. Do que adiantaria, era a palavra da sobrinha dele contra a minha. E uma das únicas coisas que a minha mãe me disse, é: confiar naqueles que tem o seu sangue, mesmo que possa ser mentira. Mesmo eu não confiando na maioria dos meus primos, na verdade nenhum deles. – Bater na Wendy, não foi uma boa decisão feita por você. – enquanto ele escrevia na filha de suspensão eu o olhava com a minha cara de sempre. – Agora assina aqui pra mim, por favor. Olho pra ele e o vejo me estendendo uma caneta, e o papel. Pego a suspensão e pego outra caneta que estava jogada naquela mesa. Caneta azul. E ele estava me oferecendo uma preta , e eu não gosto de escrever de caneta preta. – agora a leve pra casa, e peça para a sua mãe assinar. Me levanto da cadeira e saio da sala. Esse diretor vai sair da m***a da direção dessa escola. Tiozin nem pra olhar nas câmeras. Ele deveria conferir primeiro, antes de sair por aí dando suspensão para as pessoas. Nem pra me perguntar se eu fiz mesmo. É pra vir na sexta né? Tô nem aí, vou vir amanhã. Ando pelos corredores da escola, e leio o que o diretor escreveu, e franzo o cenho ao ver que ele colocou uma coisa nada haver com o fato de eu ter batido em uma aluna. Por que diabos eu ia bater em um professor? Nem fudendo a minha mãe vai assinar isso. O Daniel é o dono né? Meu pai deve conhecer ele. [...] Assim que ponho o meu pé direito dentro do ginásio de vôlei, sinto a raiva me dominar. O diretor é um grande i****a. Vontade de xingar a mãe dele. Mas como eu não conheço ela... – Quer começar direto nos treinos, ou precisa ter alguma orientação? Escuto a voz do treinador no meu lado. O que eu preciso agora é fugir um pouco dos meus problemas, Tô nem aí se eu sair me machucando. Só quero tirar a história da minha cabeça. – irei me trocar. Digo e saio de perto dele, e vou diretamente para os vestiários femininos, entro lá e troco de roupa. Pondo uma que ja estava na minha mochila. Dobro a anterior que eu estava, e a coloco dentro na mochila. Pego um elástico e prendo o meu cabelo em um r**o de cavalo. Prendo alguns equipamentos no meu corpo. Nos cotovelos e nos joelhos. Me sento em um dos bancos e começo a estalar os dedos da minha mão. Acho que mais de duas semanas sem jogar, me fez ficar nervosa agora. Me levanto do banco e me aproximo do enorme espelho que tinha ali. Um short preto colado que ia até um pouco acima do meio da minha coxa. Uma blusa larga vermelha com algumas estampas de caveira. Um tênis de esporte nos pés, também preto. – se você não for agora Nathallie, é provável que você não tenha mais uma oportunidade dessa. – Digo olhando dentro dos meus olhos. Levo a minha mão para o pingente do meu cordão. É agora ou nunca...

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