My Perdition

C02

[...]

Um som ensurdecedor é ouvido pelo quarto todo, e me controlo para não jogar o aparelho na parede. – afinal, ele foi caro.

Me sento na cama e olho pros lados ainda atordoada.

Olho pro despertador dos infernos e vejo que eram 6 em ponto.

Tava embriagada de sono, queria dormir até tarde. Mas me lembro que hoje era o primeiro dia de aula, pra mim.

Me levanto da cama e calço o chinelo, e sem me importar com a situação do meu cabelo eu ando até o banheiro.

Me apoio na pia e me olho no espelho, minha cara tava toda marcada.

Pego a minha escova de dente e o creme dental e escovo meus dentes.

Me dispo e ponho a minha roupa no cesto de roupa suja.

Entro no chuveiro e fico embaixo dele, tomando coragem para girar o registro e deixar a água cair sobre mim.

Fecho os olho e giro o registro pro lado direito e sinto o jato de água morna sobre a minha cabeça e isso me desperta, meu corpo ficou todo arrepiado.

Agora eu não durmo mais

A água aos poucos fica quente e eu passo a mão no meu rosto e logo depois no meu cabelo que ficou pesado por causa da água.

Ensaboo meu corpo com o sabão e depois retiro o excesso o mesmo.

Desligo o registro e puxo a toalha do gancho e me seco.

Me enrolo na toalha, e fico na frente na do espelho e pego o pente e penteio o meu cabelo e divido ele em mechas e passo o creme no mesmo

Me olho e bagunço um pouco o cabelo.

Saio do banheiro e vou até o closet, pego uma calça jeans preta rasgada e uma camisa com o emblema do colégio e me visto.

Calço meu all star preto e procuro um casaco para poder levar.

Saio do closet e pego o celular em cima da escrivaninha e o ponho no bolso da calça.

Pego a mochila no sofá e ponho o casaco dobrado dentro dele.

Ponho a mochila novamente no sofá e arrumei a minha cama, prefiro arrumar e não dar trabalho para as funcionárias.

E de novo eu pego a mochila e saio do quarto, passo pelo corredor e desço as escadas.

Ao chegar na sala vejo Marco e minha mãe conversando.

– bom dia filha.

Aceno com a cabeça e coloco a mochila no sofá, e me dirijo para a cozinha vejo que não tem ninguém ali. Então pego duas maçãs e como elas.

– Nathalie – Dani começa a me gritar e eu levanto do banquinho que eu tinha sentado.

Me viro e pego um copo no armário e encho de água e bebo um pouco e me viro de frente pra entrada que dá pra sala.

Escuto minha mãe me gritar e eu termino de beber a água e lavo o copo.

Sai da cozinha e ponho as mãos no bolso da calça.

Ao chegar na sala eu vejo a minha mãe e o meu padrasto ainda do mesmo jeito que estavam quando eu tinha passado.

A única diferença é que tinha dois garotos da minha idade junto a eles.

E que minha mãe estava claramente irritada comigo por não ter respondido a mesma.

– Se importa de ir para a escola com eles hoje?

Minha mãe diz, mas eu apenas olho pra ela e depois pros meninos.

Que nem fizeram questão de olhar pra mim e nem de falar comigo, ótimo também não quero.

– Você vai e volta com eles. – Marco diz

Respiro fundo e passo pelo filho do meu padrasto – eu acho – e do amigo dele.

Pego a minha mochila sem dizer uma palavra sequer. Passo pela minha mãe e começo a caminhar em direção a porta.

– Certeza que não vai me respondeu, Blanz – minha mãe diz e eu sou obrigada a parar e lhe responder, porque quando ela me chama pelo sobrenome do meu pai é porque ela Tá Putassa comigo.

– Eu vou a pé, Daniella. – a chamo pelo seu nome só pra ela perceber que o seu tom de voz não havia me incomodado. – Mas mesmo assim valeu.

E sem esperar que ela me responda – porque eu sei que ela vai me xingar – eu abro a porta da mansão e sinto o vento gelado bater no meu rosto, parece que estava na espera de quando eu ia sair, pra me dar as boas vindas a rua.

Começo a andar na direção do colégio.

Pelo que eu me lembre ele não era tão longe assim, começo a regular a alça da mochila e começo a andar rápido.

Bom que com isso eu já começo a me exercitar, mantenho meus passos rápidos.

Um Tempo depois eu chego no colégio, porém paro um pouco antes e me encosto no muro e acalmo a minha respiração que estava acelerada.

Com certeza irei sentir uma dor dos inferno na perna depois.

Me desencosto do muro e ando em passos calmos até o enorme portão de ferro do colégio e passo pelo porteiro, que devia tá jogando um jogo no celular.

Me dirijo até a sala do diretor sem me importar com os olhares que são jogados em mim.

Bato na porta de madeira e espero alguém me dar a ordem de entrada, mas isso não acontece. Então eu bato novamente porém dessa vez mais forte e aí eu escuto o bendito entre.

– desculpe não ter lhe atendido antes, estava ocupado.

Ah jura? Nem notei.

– não importa. Só vim pegar meus horários e a chave do meu armário.

E nisso o diretor me entrega os horários e pega uma chave com uma numeração, que indica o número do meu armário.

Agradeço e saio da sala dele.

Olho pros lados e volto pela direção que eu tinha vindo antes, e fico olhando a numeração dos armários e ao estar de frente pro meu eu vejo uma garota encostada no mesmo.

Me aproximo e peço

– poderia me dar licença?

Pergunto e vejo a garota loira me olhar de cima abaixo, e faço o mesmo com ela.

Pela postura dela, ela deve praticar algum estilo de luta ou ela é marrenta mesmo.

Ela se afasta um pouco do armário e lhe agradeço.

– É nova aqui né? – ela pergunta e eu apenas assinto e destranco o armário e pego os livros que utilizaria hoje.

– me chamo Paloma

Sorrio com o nome dela e logo penso na garota do comentário.

– A garota do comentário? – digo e ao ver a confusão em seu rosto eu jogo a mochila nas minhas costas e falo enquanto tranco o meu armário – Meu nome é Nathallie.

E aí eu vejo ela sorri, deve ter lembrado do meu nome.

Por que pelo que eu vi, a garota curtiu todas as minhas fotos do feed.

– você é mais bonita pessoalmente – arqueio uma sobrancelha, me questionando qual é a sexualidade da garota. Primeira ela me chama de gostosa e ainda marca seus amigos eu acho. – Eu não sou Lésbica, se é isso que está pensando. Sou apenas realista.

Assinto e começo a andar na direção da minha sala.

E pelo visto a garota, sacou que não quero mais papo, pois ela seguiu uma direção ao contrária da minha.

Ao perceber que eu não sabia onde que era a sala do 2° ano.

eu, olho ao redor e ao avistar um dos funcionários da escola eu me aproximo.

– com licença. – falo e chamo a atenção do homem, que me olha com um ponto de interrogação na cabeça – poderia me dizer aonde é a sala 2001?

– é logo ali, vai ter uma placa em cima da porta indicando a sala. – ele diz e volta a olhar para os quadros.

Agradeço e sigo por onde ele explicou e ao avistar a placa eu entro na sala, sem me importar em bater na porta. Afinal, não havia batido o sinal pra anunciar o começo das aulas ainda.

Tinha alguns alunos ali, passo meus olhos por ali e logo avisto a tal Paloma, nas últimas carteiras conversando com com mais quatro pessoas. Noto o filho de Marco ali no meio e reviro meus olhos.

Ando até a última carteira do lado da parede e coloco a minha mochila na mesa e me sento na cadeira.

Sinto as minhas pernas agradecerem por isso.

Os nervos da minha coxa, reclamaram dos movimentos que eu fiz.

Pego a chave do meu armário e pego o meu chaveiro que estava com a chave do meu quarto, e da porta da casa de Marco. E prendo a chave do armário ali e a prendo na presilha da minha calça.

Meu celular vibra, então eu o pego do bolso da calça e vejo a notificação de mensagem nele.

Desbloqueio o aparelho e entro no Aplicativo e entro na primeira conversa, tendo em mente que é a do g***o da turma.

Desconhecido ~ Yago

Se preparem para ter mais

Uma gata estudando Com nós

D ~ Paloma

– Real galera, a mina é gostosa pra karalho – áudio

Sorrio ao escutar a garota que conversou comigo, falando alto o suficiente pra mim escutar sem ter que abrir o áudio.

– Oh Nathallie – olho pro lado e vejo a Paloma me olhando, balanço a cabeça, incentivando ela a falar – Me segue de volta aí, pow.

Nego com a cabeça, contento o meio sorriso nos meus lábios.

Volto a minha atenção para meu celular e saio do aplicativo de mensagens, entrando no meu ** e vou no comentário mais recente da minha foto e clico no perfil da garota e percebo que ela já tava me seguindo, então eu sigo ela de volta e de quebra faço a mesma coisa que ela fez comigo, curto tudo que tinha no feed dela.

Ao acabar, eu ponho meu celular em baixo da carteira. Começo a mexer no meu pingente e olho lado, na direção do pequeno g***o.

Sei lá, tive a leve impressão que tinha alguém me olhando e era isso.

A garota me olhava em completo espanto.

Não julgo, ela devve ter pensado que eu não ia fazer oque ela pediu.

Simpatizei com ela.

Não tem cara de fresca.

Então apenas lhe dei um sorriso mínimo e voltei a prestar a atenção no meu pingente.

[...]

Sempre odiei o barulho do sinal das escolas.

Treco chato, só sabe fazer barulho e é capaz de deixar os outros surdos.

Pego o celular embaixo da carteira e o coloco no cós da calça e espero pacientemente a professora de biologia sair da sala. E espero todos saírem da sala e em seguida saio da sala.

E fico olhando pros lados.

Odeio ser nova nos colégios, eu nunca sei pra onde ir.

Claro que o colégio em si não ajuda, por que ele tem que ser tão grande? Não era mais fácil ter apenas umas cinco salas de aula?

– Ora se não é a novata? – Escuto uma voz enjoativa e respiro fundo. – Até que é bonitinha.

Olho na direção da voz e encontro uma garota baixinha, loira, olhos azuis e trajava uma mini saia e a blusa de uniforme estava amarrada em um nó, deixando a mostra sua cintura.

Noto que alguns param de andar pra ver oque iria acontecer.

E a garota estava com mais três garotas.

Então eu apenas giro o meu corpo e começo a andar.

Não tenho paciência pra isso não

– Não me Deixa falando SOZINHA

E assim ela grita comigo e puxa o meu braço.

Fecho meu olhos e conto até o três mesmo.

Não é bom arrumar confusão no primeiro dia de aula.

– Não ouse dar as costas para mim – a garota parecia tá p**a da vida, e ainda me fez virar de frente pra ela. – você e ninguém é digno disso.

– te conheço garota? – puxo o meu braço bruscamente e vejo ele vermelho. Aah se meu braço doer por culpa dessa c****a – se me der licença, tenho mais oque fazer.

E assim eu viro as costas de novo pra ela e sinto ela tentar encostar em mim de novo.

– Notava! – Escuto a voz da Paloma e com isso sinto a garota se afastar de mim. E nisso eu olho pra ela, que já estava virando a curva do corredor. i****a – te achei. Pensei que tinha se perdido.

Olho pra ela, que como na sala estava acompanhada pelas quatro pessoas.

Eles não se desgrudam não? Ih eu em

Aproveito que ela tá aqui e pergunto a mesma.

– aonde fica o refeitório?

– É logo ali. – ela aponta pela direção que ela tinha vindo antes – a gente vai pra lá. Se quiser pegar o b***e, pode vir.

Arqueio uma sobrancelha e olho pros outros que acompanhavam ela.

Só tinha uma garota – duas com ela – e três garotos.

O filho de Marco, assentiu com a cabeça, confirmando que eles iriam pra lá.

Mesmo assim eu digo apenas um;

– tá. – e observo quando eles começam a andar, o meu celular vibra então eu o pego e vejo que a minha mãe estava ligando.

Apago a tela dele e o coloco no cós da calça.

Ela sempre ligava, mais se fosse algo importante ela mandava mensagens. Ela sabia que eu nunca atendida chamadas.

Começo a seguir o g***o de amigos um pouco distante deles.

Coloco a mão no meu cabelo, confiro se ele está baixo.

Noto alguns professores passando no corredor e alguns alunos olhando pra eles com descaso. Com raiva.

Os entendo, mas ainda irei ver se os professores daqui são Gente boa o suficiente para terem o meu descaso.

Paro de andar, quando chego no refeitório.

Agradeço o g***o de amigos e procuro algum lugar vazio, mas não tinha nenhum lugar vazio.

Entro na fila da cantina e compro duas maçãs e dou o dinheiro para a moça.

Dou uma mordida na fruta e me encosto na parede perto da porta e nisso alguns olhares veem na minha direção.

Será que eles não tem nada de importante para fazerem não?

– Oh novata! – e novamente escuto a Paloma me chamar. E nisso eu respiro fundo.

Essa menina deve me amar, mano. Tanto que ela me chama – Chega mais pow.

Olho na direção da sua voz e vejo ela sentada na mesa e seus amigos nas cadeiras. Arqueio a sobrancelha e me pergunto, o porque dela tá querendo conversar comigo.

– Por que deveria? – falo me aproximando dela e jogo o miolo da maçã na lata de lixo enquanto passava por ela e paro na frente da mesa deles – quero saber o por que quer se aproximar de mim.

E nisso vejo ela ficar séria.

– Sei lá. Tu é gente boa

Dou uma mordida na outra maçã que eu havia pego e sorrio pra ela.

– tá certo.

Me encosto na parede e olho pra todos eles ali.

Até que a garota – sem ser a Paloma – de cabelos lisos e olhos escuros.

– Eu sou a Esther – e assim ela estende a mão pra mim e noto que ela se estica um pouco, então me aproximo e aperto a sua mão.

– Nathallie

E nisso me encosto novamente na parede e ao acabar de comer a maçã, jogo o miolo no lixo. Certo que este tava longe, mas consegui acertar.

– Você tem quantos anos? – Escuto a Esther falando e olho pra ela. Ela também parecia gente boa e me olhava com uma animação contagiante. – Eu tenho 17, vou fazer no caso.

Sou a caçula do g***o.

– eu tenho 17. – e nisso vejo ela bufa. Acredito que não gosta de ser a mais nova do g***o, mas pelo seu porte físico da pra saber que ela é realmente a mais nova.

– Por que todo mundo que entra no g***o tem que ser mais velho que eu?

A minha v*****e de dizer que não sou do g***o veio, mas eu fico quieta.

Apenas desvio o olho do g***o e olho para a entrada do refeitório, vendo ali a garota que me importunou a minutos antes.

– Você já faz parte do g***o. – Escuto a voz de uns dos garotos e olho pra um loiro de olhos claros. Ele abraçou a Esther por trás.

Parece que ele tinha escutado os meus pensamentos – A Paloma fez o favor de pedir isso, e acredite: ela nunca faz isso.

Assinto e mantenho meus olhos naquela garota, até ela olhar pra mim e sorri com deboche na minha direção.

E eu? Bom apenas continuo com a cara fechada olhando ora ela.

– Já deu pra ver que não foi com a cara da Wendy. – olho pra a Paloma e ela aponta para a garota com a voz enjoativa. – ninguém gosta dela.

Eu ia dizer algo, mas o sinal bate e me contenho pra não fazer uma careta.

Eu definitivamente odeio esse sino.

Bem mais do que odiei o do Brasil.