Sofia acorda com um sorriso no rosto, animada para o seu primeiro dia na faculdade. A expectativa era grande sobre o que poderia acontecer durante o dia. Ela corre para o banheiro e, após um banho revigorante, escolhe um terninho branco com calças da mesma cor. Coloca sandálias cor creme e as joias que Yuri lhe dera. Após fazer uma maquiagem leve, ela sorri para sua aparência. Estava pronta.
Ao descer, encontra Nora esperando por ela na cozinha com o seu café da manhã.
— Você está radiante hoje, senhorita — diz a governanta com um sorriso no rosto.
— Obrigada, Nora. Você é sempre um amor. Estou apenas animada para o meu primeiro dia. Eu sei que será apenas uma semana, mas quero aproveitar bem esse período. — O que Sofia queria era se aprofundar no que havia aprendido, e o professor que ela tanto admirava estaria lá na faculdade.
— Faz bem, senhorita. Sempre temos algo a aprender — responde Nora enquanto servia Sofia.
Sofia toma o seu café da manhã sem pressa. Quando termina, pega a sua bolsa e sai. O seu motorista já a esperava, e partem em direção à universidade. Quando estavam quase chegando, Sofia recebe uma mensagem de Yuri lhe desejando sorte no seu primeiro dia. Ela sorri ao ler aquilo. O russo podia parecer uma rocha por fora, mas Sofia estava descobrindo um lado bem caloroso dele.
Assim que desce, os seus seguranças a acompanham para dentro da universidade. Aquilo não era negociável, e Ricardo só concordara com a sua ida quando ela cedeu e aceitou a presença dos seguranças. Sofia ignorava os olhares curiosos das pessoas à sua volta, todos tentando entender por que os seguranças a acompanhavam a cada passo.
— Olá, bom dia — diz Sofia à secretária do reitor da universidade.
— Olá, senhorita. Em que posso ajudar? — pergunta a secretária, observando os seguranças ao redor de Sofia.
— Sou a nova substituta da senhorita Adams — diz Sofia, de forma polida. A secretária a olha com atenção, e o seu rosto se ilumina.
— Claro, havia me esquecido — diz um pouco sem graça. Ela se levanta e bate na porta do reitor antes de entrar. — Senhor, a senhorita Sofia está aqui.
— Chegou cedo, Sofia — responde o reitor com um sorriso. Ele era um homem bonito. Já não era jovem, mas mantinha traços de uma beleza que o tempo ainda não apagara por completo.
— Gosto de resolver as minhas coisas de forma rápida, senhor — diz ela, apertando a sua mão.
— Isso é bom. Gosto de pessoas pontuais — responde ele. — Venha comigo, vou mostrar a turma com quem você trabalhará esta semana.
Sofia o segue para fora e o vê parar à porta da sala.
— Ainda com seguranças? — pergunta ele, arqueando a sobrancelha.
— Sim, o meu irmão é muito protetor — responde ela com um pequeno sorriso. Aquela não era a primeira vez que o reitor via os seguranças. Na verdade, ele já tinha conhecido o irmão de Sofia e preferia evitar repetir a visita que ele lhe fizera. Assim, ignora os seguranças e segue para a sala onde Sofia iria trabalhar.
— Aqui, senhorita — diz a secretária, encontrando-os na porta. Ela ia entregar o material a Sofia, mas um dos seguranças pega primeiro, conferindo se tudo estava certo. Em seguida, devolve à secretária, que passa o material a Sofia. — Estes são os conteúdos com os quais estavam trabalhando.
Sofia observa a secretária se afastar rapidamente, às vezes olhando por cima do ombro. Ela entendia aquilo, mas não estava na suas mãos impedir os seguranças. Compreendia bem a proteção do seu irmão, especialmente depois de tudo o que acontecera com Estela e Mel.
— Bem, fique à vontade para trabalhar da melhor forma possível. Se precisar de algo, basta pedir — diz o reitor.
— Ficarei bem, mas obrigada — responde ela. Ele assente e se retira em silêncio.
Um dos seguranças pega o material dos braços de Sofia, e ela o olha arqueando a sobrancelha. Por mais que ela soubesse que não deveria discutir, sempre achava absurdo aquele comportamento deles, quando eles sabiam que ela poderia fazer aquilo sem problemas.
— Sabe que posso fazer isso, certo? — diz ela.
— Sei, senhorita, mas temos ordens a cumprir — responde ele sem olhar diretamente para ela. Já sofrera a sua cota de ameaças e não queria arriscar mais o seu pescoço.
— E de quem são essas ordens, Nolan? Do meu irmão ou de Yuri? — Sofia conhecia bem o irmão e estava descobrindo que o seu noivo era muito parecido com ele.
— Dos dois, senhorita — responde ele, ainda evitando olhá-la.
Sofia apenas o ignora enquanto entra na sala. Os alunos já a aguardavam, conversando uns com os outros. Nolan coloca o material sobre a mesa e se posiciona em um canto próximo a ela. Os alunos olham curiosos para o segurança dentro da sala.
Sofia nunca imaginou que dar aula pudesse ser tão difícil. Agora, estando na pele dos seus professores, entendia as frustrações deles em algumas situações. A maioria dos alunos colaborava, mas sempre havia aqueles determinados a atrapalhar. Contudo, ela era uma Algustini. Antes que Nolan pudesse intervir, ela mesma resolveu a situação, e a pessoa envolvida passou a encará-la com fúria do fundo da sala.
Quando a aula termina, Sofia sorri, satisfeita. Apesar das dificuldades, gostou da experiência. É claro que não desejava ser professora, mas aproveitaria aquela semana. Nolan recolhe o material e a acompanha até a sala dos professores. Lá, ela encontra o seu armário e guarda os materiais. Nolan se retira, dando-lhe privacidade, enquanto ela caminha até uma mesa para pegar café.
— Uma professora escoltada por seguranças não é algo que se vê todo dia — diz um homem parando à sua frente. Quando Sofia levanta o rosto, um sorriso se forma nos seus lábios. Era ele, o professor que ela tanto desejava conhecer.