Capítulo 46

987 Words
Yuri estava cuidando dos seus afazeres quando recebeu uma mensagem de Felipe. Ele sabia que era o segurança por causa do toque diferenciado que havia configurado para ele. Ao ler o conteúdo da mensagem, os seus olhos se arregalaram e ele paralisou por um segundo. Voltando a si, rapidamente ligou para Sofia, mas não conseguiu falar com ela. Após tentar mais duas vezes, desistiu e ligou para Felipe. — Cadê ela? — perguntou, sem dar tempo para o outro o cumprimentar. — Está falando com o senhor Ricardo, Dom — respondeu Felipe. Aquilo deixou Yuri um pouco mais tranquilo, mas ele ainda precisava ouvir a voz de Sofia para ter certeza de que ela estava bem. — Me explique o que houve — pediu ele. Rapidamente, Felipe fez um resumo do que havia acontecido, e Yuri não gostou nada das informações. — Quero mais seguranças ao redor dela, Felipe. Se algo acontecer com Sofia, eu arranco a sua cabeça. — Vou cuidar disso agora mesmo, Dom. A senhorita estará segura comigo — respondeu ele rapidamente, tentando amenizar a raiva do chefe. — E a investigação que eu pedi? — Está em andamento. Acredito que até amanhã teremos algo — disse Felipe. O sistema de investigação deles era eficiente, mas levava um certo tempo, algo que Yuri não tinha. Ele gostava de rapidez, mas se recusava a incomodar Ricardo por informações. — Ótimo. Tenho pressa com isso — disse ele de forma ríspida. — Vou passar o telefone para a senhorita Sofia — disse Felipe apressado. — Estou bem, Yuri — disse Sofia rapidamente. — Não sabe como fico aliviado por ouvir a sua voz, Sofia — disse ele, soltando um suspiro audível. — Não foi nada. O que houve foi apenas um incidente. Você e Ricardo estão exagerando — disse ela, tentando manter a calma ao falar com o russo. — Em breve saberei se foi mesmo um fato isolado, Sofia. Mas você não ficará sozinha mais essa semana — disse ele, em tom decidido. — O que quer dizer? — perguntou ela. — Estou indo para aí. Devo chegar até o final do dia — respondeu ele tranquilamente. Sofia arfou com as palavras dele, já temendo a sua presença. — Sem chance, Yuri! Você não vai vir aqui por causa disso — disse ela, com raiva. Os seguranças olhavam para Sofia desconfortáveis, percebendo que o seu rosto estava levemente avermelhado de irritação enquanto falava com o russo. — Não vou te deixar sozinha correndo risco, Sofia. Vou falar com o seu irmão e estarei indo — disse ele, sem margem para dúvidas. Diferente de Ricardo, que Sofia conseguia manipular, Yuri era bem mais inflexível, especialmente quando se tratava da segurança dela. — Yuri, já é complicado explicar às pessoas os seguranças que vivem ao meu redor. Como acha que vão reagir quando te virem? — perguntou Sofia, sentindo a sua frustração aumentar. — Não ligo para o que os outros pensam, só me importo com você. Não vai conseguir me fazer mudar de ideia, Sofia. Desista — disse ele. Era como se Yuri pudesse ouvir os xingamentos silenciosos de Sofia. Mas não importava se ela não gostava; ele precisava mantê-la segura e faria isso, mesmo contra a sua vontade. — Yuri... — Deixa a porta aberta, amor. Chego para jantar com você — disse ele, com uma voz doce que desconcertou Sofia. — Você... — Não vai fugir de mim, Sofia. Vamos conversar quando eu chegar — disse ele, desligando o celular. — Yuri? Yuri? — Sofia olhou para o telefone e percebeu que ele tinha desligado. — Filho da mãe! Os seguranças olharam um para o outro, arregalados. Nunca tinham visto Sofia tão fora de si e xingando. Ela sempre mantinha a compostura, mesmo nos momentos mais críticos. — Isso é tudo culpa de vocês dois! — disse ela, apontando o dedo para eles. — É necessário, senhorita. Queremos que esteja segura — respondeu Nolan. — Esses dois vão me sufocar! — disse ela, desesperada. — Se eles me atrapalharem, eu mato vocês dois. O sorriso que curvou os lábios de Sofia fez todos os pelos do corpo dos seguranças se arrepiarem. Eles se entreolharam, surpresos com aquele comportamento. Sem esperar resposta, Sofia voltou para a sala de aula, deixando-os no corredor. — Isso foi sinistro — disse Felipe, ainda com os olhos arregalados. — Já viu o irmão dela? — perguntou Nolan. — Não, só ouvi algumas histórias — respondeu Felipe. — Então acabou de conhecer — disse Nolan, com um sorriso de canto. — Aquele olhar... — Sim, é o mesmo de Ricardo — disse Nolan, antes de entrar na sala para acompanhar Sofia. A faculdade virou um alvoroço quando a notícia da morte de uma aluna se espalhou. Os alunos estavam assustados, e os professores tentavam conter a inquietação geral. Quando Sofia entrou na sala dos professores, a conversa continuava girando em torno do assunto. Ela pegou um pouco de café e sentou-se no sofá, observando os outros conversarem. — Que tragédia — disse o professor Nilton, sentando-se ao lado dela, com olhos tristes. — Ela era uma menina tão dedicada aos estudos. — Realmente foi uma grande perda, professor. Espero que encontrem o culpado por isso — disse Sofia, tentando tranquilizá-lo. — Eu também, Sofia. Ela merece justiça — disse ele, com a voz embargada. Sofia olhou para o professor com pesar. Sabia o quanto ele se apegava aos alunos, e perder um deles estava sendo difícil para ele. A rotina da faculdade havia se tornado familiar para Sofia, assim como as conversas com o professor à sua frente. Tudo o que ela desejava era que ele ficasse bem. Todos estavam abalados. Era a primeira vez que algo assim acontecia na universidade, e o fato de ninguém saber exatamente o que tinha ocorrido tornava tudo ainda pior. Havia um assassino à solta, e eles só estariam seguros quando ele fosse encontrado.
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