Capítulo 47

1004 Words
O sangue de Yuri fervia com as palavras de Sofia. Como alguém tão pequena poderia ser tão teimosa quanto ela era? Mas ele estaria com ela dentro de algumas horas e a ensinaria uma lição por não querer que ele a ajudasse. Ele resmungava enquanto fazia a sua mala às pressas. O piloto já o esperava na sua pista particular, e ele tinha pressa para partir, só ficaria tranquilo quando tivesse Sofia nos seus braços e examinasse cada pequena parte do seu corpo. — Recebi a sua mensagem — disse Dimitri, entrando rapidamente no quarto de Yuri. — Então sabe que só retornarei quando souber que ela realmente está segura — respondeu ele, pegando a sua mala e saindo do quarto, Dimitri o segue em silêncio. — Sei. Cuidarei de tudo por aqui; não precisa se preocupar, Don — disse Dimitri. — Eu sei, Dimitri, e agradeço aos céus por ter você como o meu braço direito — respondeu Yuri, entrando no carro. — Voltarei a tempo para o seu casamento. — Vou esperá-lo, Don — respondeu Dimitri com um sorriso. Queria que o seu Don estivesse lá. Ele era sua família, e a sua presença era importante para Dimitri. O carro cortava as ruas da cidade em alta velocidade até a pista de pouso. Yuri tinha pressa. Assim que entrou no jato, o piloto ligou os motores enquanto Yuri afivelava o cinto. Conhecia a impaciência do chefe e não desejava deixá-lo irritado. Pensar em Sofia em perigo roubava o ar de Yuri. Ele só queria pôr os olhos nela, prendê-la nos seus braços e sentir o seu cheiro doce. O seu coração só se acalmaria de verdade depois de vê-la. O voo foi mais rápido do que Yuri esperava, e, antes que imaginasse, já estava pousando em uma das suas pistas particulares. Felipe o esperava no carro. Assim que desceu, Yuri pegou a sua bagagem e entrou no veículo. — Vamos, Felipe. Quero ter certeza de que ela está bem — disse ele com olhos sombrios. — Sim, Don — respondeu Felipe, acelerando pelas estradas até o bairro nobre onde Sofia morava, ele percebia o quanto Yuri estava tenso com o que tinha acontecido e pisa um pouco mais no acelerador. Quando chegaram, os seguranças apenas se afastaram. Conheciam bem Yuri e tinham ordens de Ricardo para não impedir a sua entrada. Depois de falar com Sofia, Yuri ligou para Ricardo e explicou o que havia acontecido. O seu amigo ficou mais calmo ao saber que Yuri passaria o restante da semana com a sua irmã. É claro que houve a velha e boa ameaça de sempre, mas, no estado em que Yuri estava, nada o manteria afastado de sua Sofia. Yuri não tocou a campainha. Pegou a cópia das suas chaves, entrou e deixou a sua mala na porta. Ele observou o espanto da mulher à sua frente ao vê-lo. — Don Yuri — disse ela, engolindo em seco diante dos olhos sombrios dele. — Onde ela está? — perguntou, com a voz firme e olhos sombrios, fazendo a mulher diante dele tremer. — No escritório, Don — respondeu ela rapidamente, apontando para a pequena porta. Yuri estava com raiva. Ódio. A mais pura fúria corria por suas veias como lava de um vulcão. Aquilo era resultado da teimosia de Sofia em não se afastar da faculdade quando ele pediu. A sua raiva era reflexo do medo que o cercava, que fazia o seu peito se apertar só de pensar na possibilidade de perder aquela que dominava os seus pensamentos há tanto tempo. Ele marchou em direção ao escritório, ignorando a senhora chocada à sua frente. Só queria pôr as mãos em Sofia, esganá-la por sua teimosia, apertá-la contra si e beijá-la até perder o fôlego. Os seus sentimentos eram uma mistura caótica, algo nada bom naquele momento. Ao abrir a porta do escritório, ele travou com o que viu. Sofia estava debruçada sobre a mesa, com um óculos m*l ajustado no rosto. Nos pés, ela usava pantufas de coelhos que fizeram um sorriso surgir no rosto dele. Ela vestia um pijama de cetim cor de vinho, que destacava ainda mais a sua pele. Diante daquela visão, toda a raiva que Yuri sentia evaporou instantaneamente. Ele estava diante da criatura mais bela que cruzara o seu caminho e sabia que não conseguiria cumprir nenhuma das suas ameaças. Com um suspiro, deu um passo para trás, saindo do escritório. Olhou para a mulher na sala e caminhou até ela. — Ela já jantou? — perguntou, preocupado com a possibilidade de Sofia estar trabalhando demais. — Comeu um pouco, Don. Estava com pressa para terminar um trabalho — explicou Nora. — Trabalho? — perguntou, surpreso. Yuri não sabia que Sofia fazia outros trabalhos. — Sim. A senhorita gosta de comprar presentes para os sobrinhos, mas não gosta de usar o dinheiro do senhor Ricardo. Por isso, sempre faz alguns trabalhos de tradução — disse Nora. As palavras de Nora encheram o peito de Yuri de orgulho. Ele ainda achava besteira Sofia fazer aquilo, mas entendia o motivo. — Vou levá-la para o quarto. Ela dormiu trabalhando — disse ele, com um suspiro. — Às vezes acontece — respondeu Nora. — Com que frequência? — perguntou, curioso. — Na maioria das vezes. Mas, quando isso acontece, peço ao Nolan ou ao Felipe para levá-la para o quarto — m*l as palavras de Nora saíram dos seus lábios, um arrepio percorreu o seu corpo diante dos olhos sombrios de Yuri. Yuri sentiu o sangue ferver ao pensar que os seguranças haviam tocado a sua mulher. Pelo visto, precisaria ter uma conversinha com os dois. Caminhou até o escritório e, com cuidado, retirou os óculos de Sofia. Pegando-a nos braços, viu-a se aninhar, o que o agradou. Aquele era o lugar dela, ao lado dele, onde ninguém poderia lhe fazer m*l. Assim que Nora viu Yuri com Sofia nos braços, correu para abrir a porta do quarto. Quando ele entrou, Nora fechou a porta, deixando-os a sós.
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