Encurralada

1674 Words
Helena Entrei naquele avião deixando meus pesadelos para trás, não iria mais pensar no que aconteceu, precisava recomeçar. Aprendi ser forte nesses quatro anos que morei em Amsterdã. Não dava para ficar chorando e lamentar pelo o que aconteceu. Precisava dar a volta por cima, queria dar a volta por cima e era isso que vai acontecer, mesmo que levasse algum tempo. Faltava alguns minutos para o avião aterrissar, estava ansiosa em reencontrar minha família. Passarei um tempo na casa da minha irmã até poder conseguir um emprego que me sustente. Com a ajuda do meu pai, eu já consegui uma entrevista na empresa que ele trabalha, irei poder pôr em prática meus conhecimentos em advocacia. Levantei da minha poltrona indo em direção dos banheiros, tinha tomado muito refrigerante durante o voo, minha bexiga estava quase estourando, precisava muito fazer xixi. Entrei na primeira porta que estava destravada, foi quando me deparei... p**a merda! Não acredito no que estou vendo... Um casal estava transando no banheiro, ou melhor, uma aeromoça e um passageiro. O cara olhou para mim, me secando de cima a baixo sem parar de f***r aeromoça que gemia com vontade. Ela parecia não ter percebido a minha presença no primeiro momento e assim que me percebeu, tentou parar o que estava fazendo, no entanto, o rapaz, que me parecia ser um pouco mais velho que eu, não deixou. Imediatamente, lembrei do Oliver como sua personalidade sádica que gostava de ser assistido na hora do sexo. Graças a Deus, nunca passei por esse constrangimento, mas uma pessoa próxima a mim se suicidou por causa daquele i****a e precisava conseguir as provas para levar aquele filho da p**a à justiça. Despertei do meu transe quando ouvi um gemido alto, o cara que estava comendo a aeromoça gozou, depois olhou para mim elogiando os meus sapatos. Quanto tempo eu fiquei ali diante deles presa nos meus pensamentos? Só sei que ao ouvir sua voz fechei a porta com tudo e entrei no próximo banheiro, me certificando se não tinha mais ninguém transando. Onde já se viu elogiar os meus sapatos! Não que ele seja feio. Não, não era isso. Meus sapatos era de grife, muito caro. Presente que eu dei a mim mesma, como presente de formatura. Contudo, não era esse o motivo por eu ter ficado com raiva daquele cara ter elogiado os meus sapatos, mas sim, era que o cara estava transando e pelo visto nem um pouco constrangido por eu estar vendo. Era por causa desse tipo de homem que eu lutava para levar a justiça, homens como ele que fazem mulheres como a Melissa cometer suicídio por estar apaixonada e ser levada a fazer o que eles querem. Depois a descartava como lixo, sem dó nem piedade. Era por causa desse tipo de homem, se era que se podia falar assim, que eu era tão motivada a fazer justiça. Abri a torneira e me arrependi amargamente, o barulho da água fazia a minha vontade de fazer xixi vir com mais força. Ainda bem que eu estava de vestido, era só abaixar a calcinha e... Ah! Como era bom se aliviar quando estava com vontade de alguma coisa como: xixi, cocô ou sexo. A pessoa se sentia mais leve, dava até a sensação de felicidade, principalmente, quando era o sexo que estava com vontade. Sequei minha i********e com o papel higiênico e coloquei a calcinha no lugar. Nem precisei abri a torneira, pois ela já estava aberta. Lavei as mãos e passei sabonete, depois enxaguei. Não lavei meu rosto para não ter que estragar a maquiagem, queria estar impecável quando me encontrasse com a minha família. Depois de secar minhas mãos no papel toalha, jogando-o no lixo logo em seguida e abri a porta do banheiro, sendo logo surpreendida. Aquilo foi tão rápido que não deu tempo para o meu cérebro processar o que estava acontecendo. De repente, me vi imprensada na parede do banheiro, sendo imobilizada por um corpo másculo, forte e minha boca sendo tampada com uma mão poderosa. O pior era que aquela mão pegava um pouco do meu nariz e desesperada como estava perderia o fôlego rapidinho. — Olha, eu vou soltar minha mão, mas você vai ter que me prometer que não vai fazer escândalo. A pessoa que estava falando comigo era o cara que estava comendo a aeromoça. Senti meu corpo tremer de pavor, o que ele faria comigo naquele banheiro? Como ele disse que iria me soltar, e que meu fôlego já estava quase no fim por causa do meu pânico, balancei a cabeça concordando. Ele tirou a mão do meu rosto e se afastou. Respirei apressadamente, tentando recuperar o ar que tinha saído dos meus pulmões. Quando, enfim, consegui voltar ao normal, olhei para o cara que estava na minha frente me olhando com atenção. O sangue correu pelas minhas veias e a raiva subiu à minha cabeça. Lhe acertei um tapa em cheio na cara daquele homem. Ele virou o rosto com o impacto da minha mão nele, depois voltou a olhar para mim com fúria. Sentia minha mão arder por causa do tapa que lhe dei, se minha mão estava assim, imagine a cara dele. Ele avançou sobre mim, possuindo meus lábios com furor. Não tive tempo de desvencilhar do seu ataque, nem de me debater. Só conseguia me ver correspondendo aquele beijo. Sim, eu sei! Nem eu mesmo estava acreditando no que estava acontecendo. Me senti rendida nos braços daquele desconhecido, meu corpo não correspondia aos comandos do meu cérebro e me senti flutuar. Sentia uma corrente elétrica passar por mim e podia jurar que via arco-íris. Que merda estava acontecendo comigo? O cara beijava bem? Sim beijava! Mas por que estava sentindo tudo aquilo? Não fazia a mínima ideia. Senti suas mãos se fecharem em meus braços com um pouco de pressão, seu corpo estava colado no meu, mas ele não se esfregava em mim e nem sua mão avançava o sinal, só seus lábios estavam fazendo o seu trabalho. E que trabalho! Mesmo assim, conseguia senti sua ereção no meu ventre. p***a! O cara acabou de t*****r e já estava e******o? Eu estava paralisada, imóvel. Nem conseguia me concentrar onde minhas mãos estavam, meu cérebro não estava funcionando direito, eu só correspondia aquele beijo. Ainda tentava entender o que estava acontecendo comigo. No primeiro momento, senti seu corpo tenso, seu beijo era selvagem como se quisesse me dar um corretivo, mas depois ele relaxou e seu beijo parecia uma carícia deliciosa, como se tivesse me saboreando. Fomos interrompidos com uma batida na porta, olhamos ao mesmo tempo na direção do som. Meu coração deu um salto em alerta, com medo que alguém entrasse e me visse fazendo coisas inapropriadas dentro daquele lugar minúsculo. Como eu tinha acabado de fazer o mesmo, com aquele mesmo cara que ainda me segurava em suas mãos. — Vamos aterrissar em cinco minutos — disse uma voz feminina, provavelmente de uma aeromoça, talvez até da aeromoça que ele comeu. Encaramo-nos um ao outro e vi que ele parecia perdido da mesma forma como eu estava. Será que ele sentiu o mesmo que eu senti? Ele deu dois passos para trás se afastando de mim. Levou sua mão na cabeça passando no cabelo, fazendo daquele simples gesto o momento mais sensual entre nós. Perdi o foco e tive que balançar a cabeça para me recompor. Nossos olhares se cruzaram e me vi mergulhando naqueles olhos azuis. Ele tinha o cabelo liso, castanho claro quase loiro, que caía um pouco no seu rosto, uma barba perfeitamente desenhada e a pele branca comparada com a cor da minha pele. Vestia calça jeans, tênis, camisa polo e por cima um casaco parecido com um palitó. Acho que fiquei um tempo o encarando, pois percebi que ele detalhava meu corpo também. Fiquei com raiva de mim mesmo por ter permitido que ele me beijasse e mais raiva ainda por ter gostado daquele beijo. Com sangue nos olhos de tanta raiva que eu estava e lhe acertei outro tapa na cara. Antes que ele tivesse tempo de reagir, saí do banheiro o mais rápido que pude, voltando para o meu acento. Ele ainda me seguia, mas a aeromoça que ele comeu, pediu que ele sentasse. Ela estava toda melosa sorrindo para ele. Revirei os olhos por causa da cena patética. Quem não sabia o que aconteceu agora pouco, podia jura que a aeromoça só estava sendo atenciosa, mas eu bem sabia que toda aquela alegria, era porque foi bem fodia. Era por causa de mulheres como elas que existia homens como ele. Aff! Por que eu estava criticando? Acabei de beijar o cara, se ele for tão bom no sexo como era beijando... O que deu em você Helena? Foco! Você odeia esse tipo de homem, por isso estava se odiando agora, por deixar um cretino como ele pôr a mão em você. Com sorte, nunca mais verei aquele i****a. Assim que as portas do avião se abriram, eu saí arrastando minha mala de mão o mais rápido possível e fui para o banheiro. Não queria dar chances daquele cara me surpreender novamente. Lavei meu rosto e retoquei a maquiagem. O banheiro estava começando a encher, mas fiquei até que estivesse vazio outra vez, para ter certeza que não esbarraria com aquele homem. As sensações que senti no banheiro do avião, não conseguiam me deixar, toquei na minha boca materializando na minha mente a textura dos seus lábios, nunca tinha sentido nada igual na minha vida. Sorri sem querer, nunca fui beijada daquele jeito e olha que fiz coisas que não poderia colocar nem em um livro erótico, seria totalmente obsceno. Foi quando percebi através do espelho que estava com cara de i****a. Balancei a cabeça para me recompor. Eu não tinha voltado para o Brasil, para cair nas garras desse tipo de homem, não mesmo. Endireitei a postura e saí do banheiro preparada para a guerra que logo eu teria que enfrentar e que não seria nada fácil.
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