O policial - parte I

2653 Words
Apertei mais uma vez a droga do botão, mas o elevador não vinha. Pior coisa do mundo é você estar cansada e ter que esperar a droga do elevador e pior ainda era ter que subir pela escada. Bufei irritada e voltei até a portaria. - Marvin o elevador está quebrado? – perguntei ao senhor que ficava na portaria naquela porcaria de prédio. - Não! – ele respondeu franzindo as sobrancelhas – Ha cinco minutos atrás ele estava normal. - Tudo bem. Eu vou pela escada, já que não tem outro jeito – reclamei, vendo-o prender a risada – Pode rir Marvin isso só acontece comigo – disse antes de andar até a porta que dava para a escada. Subi degrau por degrau, os cadernos e a bolsa estavam pesando como pedras. Encarei os degraus desanimada, era covardia isso comigo, depois do dia de cão que passei na faculdade e no trabalho, ainda tem isso. Ah, mas quem quer que estivesse segurando a merda do elevador iria me ouvir, pelo o que pude ver no painel o elevador estava parado no meu andar que graças a minha digníssima mãe era no quinto. Quando me mudei para Boston para poder estudar foi ela quem alugou o apartamento pra mim, no começo eu amei, fiquei tão feliz, mas agora eu só queria matar alguém. Com muito esforço subi os degraus, abri a porta eu queria matar a pessoa que tinha me feito subir tudo aquilo, mas no momento eu precisava de um copo de água e bem gelado. Arrastei-me até a minha porta, com os olhos brilhando com certeza e com uma felicidade crescendo dentro de mim, mas antes que eu concluísse meu caminho uma voz rouca, firme e alta o suficiente para me fazer parar entrou em meus ouvidos. - Olá senhorita. Bufei e me virei ficando completamente hipnotizada. Meu. Deus. Do. Céu! Meu queixo caiu literalmente. Eu só podia estar delirando de cansaço e começando a ver coisas. Porque não tem condições de um homem daquele ser real. A pele clara, os olhos azuis os lábios cheios e rosados, os cabelos que deviam ser castanho claro estava bem baixo, o nariz mediano, os ombros largos destacados pela camiseta preta que ele usava destacando também seu peito musculoso. Jesus tenha misericórdia de mim, é muita coisa para uma pessoa pequena como eu. - Ah... Sim... – gaguejei quando percebi que estava olhando demais – Você tem alguém conhecido que mora aqui? – perguntei. - Ah não – respondeu – Eu acabei de me mudar, hoje na verdade – contou sorrindo de lado. - Então era você que estava segurando o elevador? – murmurei. - Eu estava tirando as minhas malas. Desculpe – ele disse. Fitei-o descaradamente. - Tudo bem. Só não faça de novo – sorri. - Certo – ele continuou me encarando, enfiou as mãos nos bolsos da calça, um sorriso descarado moldava seus maravilhosos lábios – A propósito eu sou o Chris – disse. - Jessica – estendi a mão livre em sua direção que logo foi coberta pela dele. - É um prazer conhece-la, Jessica. Eu adorei como meu nome brincou em sua boca gostosa. - Igualmente, Chris. Eu preciso ir agora, nos vemos por ai – falei ainda de frente para ele, puxei minha mão pra mim, mão que ele ainda segurava. - Claro. Nós nos veremos muito, senhorita – concordou. Eu juro que senti um arrepiou gostoso em meu corpo quando ele disse aquilo. Era uma promessa? Porque se fosse eu iria cobrar. ... Passei o resto da noite estudando depois de tomar um longo e relaxante banho. As provas do bimestre começariam na próxima semana, estudar Física não era nada fácil, mas eu amava. Então cada esforço que eu fazia, cada noite m*l dormida tudo valia a pena. E no final eu teria o meu tão sonhado diploma. Eu não sei como aquela mesinha velha que eu tinha desde criança ainda aguentava tantos livros e cadernos e o meu peso de quando eu me curvava algumas vezes para descansar. Acordei assustada com o som alto do meu celular, eu tinha dormido sobre os livros. Ah Deus. Procurei pelo celular no meu daquela bagunça, mas finalmente o encontrei eram seis e dez. Certo, vamos começar de novo. Tomei um banho rápido, coloquei uma calça jeans de lavagem clara e uma blusa de mangas longas preta, prendi meu cabelo num r**o de cavalo não tão alto, calcei minha sapatilha preta, ajeitei meus cadernos e livros na mochila. Preparei meu café da rapidamente e o tomei logo. Meu celular voltou a tocar assim que segurei á maçaneta da porta. O nome de Sally junto com uma foto da minha prima sorridente. - Sally! – falei animada, abrindo á porta. - Prima. Como você está? – perguntou animada. Era incrível como Sally era animada 24 horas por dia, e era isso que gostava nela, não tinha momento r**m com ela. - Bem estou saindo de casa agora – falei fechando á porta por fora com a chave – E você como está? – perguntei. Ajeitei a alça da mochila no ombro e andei devagar até o elevador. - Ótima na verdade. Sabe eu estava pensando em ir até a sua casa hoje á noite, para fofocarmos, beber, falar sobre homens, comer, falar sobre homens, beber, rir e... Falar sobre homens – disse ela me fazendo rir. Segunda coisa sobre a minha prima ela era meio obcecada por homens. - Vai ser ótimo Sally, mas não garanto te dar muita atenção, por que estou estudando para caramba e hoje eu trabalho até ás seis – avisei. Apertei o botão do elevador duas vezes, mas ele estava décimo quinto andar. - Graças á Deus eu já terminei e só trabalho até as três – murmurou – Mas tudo bem, eu vou mesmo assim, estou com saudades de você – eu podia imaginá-la fazendo um biquinho fofo. - Eu também. Então nós nos vemos á noite – disse. - Ok, até ás oito. - Tchau – me despedi dela, á noite seria bem divertida. - Bom dia senhorita – eu reconheci a voz dele na mesma hora. Puxei o ar devagar, antes de me virar e... Meu Deus do céu! Aquele homem não podia ser real. E ainda por cima vestido daquele jeito, aquilo era pedir para ser lambido inteirinho. E olhando-o vestido assim me fez chegar a uma conclusão: eu adoro homens de farda. Chris estava vestindo um uniforme preto, a roupa marcava os lugares certos do seu corpo: braços, peito e pernas. Gente aquele homem devia ser proibido ainda mais vestido de policial, p**a que pariu. Esse homem é gostoso. - Bom dia Chris – sorri olhando de cima á baixo, até parar meus olhos nos seus – Então quer dizer que você é policial? - Pois é – assentiu sorrindo. - Me sinto até mais segura agora – murmurei sorrindo. As portas do elevador se abriram e nós entramos, apertei o botão da garagem e ficamos lado á lado. - Para aonde está indo senhorita? – ele perguntou, enfiou as mãos nos bolsos da calça e virou-se de lado para me olhar direito e eu fiz o mesmo olhando-o fixamente nos olhos azuis. - Faculdade – contei. - O que você estuda? - Física – mordi o lábio inferior – Você é policial há muito tempo? – perguntei. Chris me observava como um falcão. E eu me sentia maravilhosa sob o olhar daquele homem. - Há três anos, fui transferido de Chicago – explicou. Chris encostou as costas na parede do elevador, tirou as mãos dos bolsos e cruzou os braços, marcando ainda mais os músculos dos braços. - Então você é de Chicago? O imitei encostando-me também na parede do elevador. - Não. – respondeu. Encarei-o confusa – Eu sou daqui mesmo de Boston, eu fui trabalhar em Chicago depois que terminei a faculdade – continuou. - Entendi. Um barulho do elevador indicando que já havíamos chegado ao estacionamento me despertou, as portas do elevador se abriram, Chris me deixou sair primeiro, além de gostoso ele era cavalheiro. Ótimo senhor Chris. - Tenha um bom dia policial Chris – desejei sorrindo fechado. - Igualmente senhorita – ele desejou também, e então ele se aproximou. Fiquei parada só observando seus movimentos, senti sua respiração em meu rosto aos poucos, até que ele encostou seus lábios em minha bochecha. Jesus! O beijo foi na bochecha, mas a formicação foi no corpo inteiro principalmente a minha v****a. Ah! Isso seria divertido. ... - Então quer dizer que você tem um vizinho novo. Que além de tudo é gostoso, policial e cavalheiro? – Sally listou nos dedos enquanto falava. Nós duas tínhamos acabado de chegar ao apartamento, acabei pegando trânsito no caminho de volta e a encontrei na portaria do prédio e então eu contei á ela sobre Chris, e a minha prima ficou ansiosa para conhecê-lo. - Isso – assenti – Vou pedir pizza tudo bem? – perguntei alcançando meu celular na bolsa e discando o número da pizzaria que eu adorava, ela ficava a cinco minutos do prédio, mas a coragem de ir até lá me faltava. - Maravilha já faz uma década que não sei nem como é gosto – respondeu ela animada enquanto mexia nas minhas coisas na cozinha. Eu ri. Liguei para a pizzaria pedi duas pizzas diferentes. - Sally eu vou tomar um banho rápido, se a pizza chegar tem dinheiro naquele pote em cima da geladeira – avisei enquanto seguia para o meu quarto. Escutei um 'ok' em resposta. Entrei no banheiro, despi-me e entrei em baixo do jato quente e relaxante d'agua, aproveitei e lavei meus cabelos. - Jessica eu vou comprar algo para bebermos no mercadinho aqui perto e volto logo – Sally gritou e eu me assustei um pouco. - Ok – respondi, mas acho que ela não escutou, escutei a porta bater, Sally e a sua mania de querer grudar a porta, ri sozinha. Sai do banheiro minutos depois que ela saiu, e no mesmo instante o interfone tocou, corri até a sala com os pés descalços, enrolada numa toalha e com os cabelos molhados. - Pronto – eu disse assim que atendi, segurando a toalha com a mão livre. Era o Marvin – Ah peça a ele que espere um pouquinho já estou descendo – pedi. Era o cara da pizza, droga! Mas tinha que ser agora. O jeito era descer, voltei para o quarto tirei do guarda-roupa a primeira peça que vi: um pijama, short curto azul e uma blusinha de alças finas e colada. Não tinha outro jeito, vesti a roupa depois de colocar a calcinha. Tirei um pouco da água do cabelo com a toalha deixando a mesma em cima da cama, tirei a carteira da bolsa e sai do quarto ao mesmo tempo em que tentava calçar a sandália. As portas do elevador se abriram e logo avistei o rapaz, caminhei até ele rapidamente. - Me desculpe a demora, mas é que eu tinha acabado de sair do banho – expliquei. Os olhos castanhos do rapaz passearam por meu corpo, parando em minhas pernas descobertas – Ei será que você pode, por favor, olhar aqui pra cima – resmunguei. Tudo bem que a culpa era minha por sair de casa com uma roupa dessas, mas ele não precisava ficar encarando também. - Foi m*l – murmurou ele envergonhado – Aqui a sua pizza – ele estendeu-me as duas caixas de pizza e eu ás peguei, colocando-as em cima do balcão ao meu lado, tirei o dinheiro para pagá-lo – Obrigado e boa noite – ele disse antes de ir embora. - Homens – disse baixo. Suspirei e peguei as caixas do balcão – Você não vai pra casa, Marvin? – perguntei. - Daqui á pouco Jessica – respondeu ele tranquilo sorrindo divertido. - Tá certo – ri – Boa noite, Martin – desejei antes me virar e caminhar até o elevador, apertei o botão e esperei. - Nossa que recepção – uma voz rouca e conhecida soou atrás de mim. Senti meu corpo inteiro se arrepiar. Mordi o sorriso malicioso antes de me virar para Chris. - Ah! Boa noite Sr. Policial – falei fingindo inocência. - Ótima noite – garantiu – Precisa de ajuda? – perguntou referindo-se as caixas de pizzas depois de dar uma olhada nada discreta para as minhas pernas. - O senhor é muito gentil, mas não precisa estão leves eu consigo levar – respondi olhando-o nos olhos. Chris sorriu abertamente pra mim, ele iria dizer alguma coisa quando as portas do elevador se abriram, entrei com Chris em meu encalço. Ele apertou o botão do nosso andar e as portas se fecharam. - Preguiça de cozinhar? – Chris perguntou. - Em parte – respondi. O policial enrugou ás sobrancelhas confuso – Minha amiga veio me visitar e como tenho muito o que estudar... – expliquei olhando-o com um sorriso. - Entendi – ele coçou o queixo e ajeitou a mochila que trazia no ombro que ela estava – Sabe eu sei cozinhar muito bem modéstia á parte – disse – Quando quiser posso cozinhar pra você. Passei a língua nos lábios, enquanto ele sorria de um jeito tão safado que... Nossa. - Sério? - Com certeza – garantiu. Chris se aproximou o bastante para encostar seus lábios em meu ouvido, sua respiração quente tocou minha pele e fez com que minha amiguinha lá embaixo se alegrasse – É só chamar linda, e eu cozinho pra você. Chris mordiscou meu lóbulo de um jeito lento e gostoso, e eu só não gemi porque o barulhinho indicando que já havíamos chegado ao nosso andar soou e as portas se abriram. Chris se afastou, mas não antes de deixar um beijinho tentador no meu maxilar e no queixo bem pertinho da minha boca. - Tenha um ótimo fim de noite Jessy – desejou antes de sair e me deixar sozinha. Que homem é esse? Jesus. Sai do elevador também e entrei as pressas no meu apartamento, meu corpo inteiro formigando, minhas pernas pareciam gelatina. Oh Deus que homem é esse? Respirei fundo e voltei para o quarto depois de me recuperar, eu precisar urgentemente t*****r com aquele homem. Um tempinho depois Sally voltou com as bebidas e então começamos a nossa noite de fofocas, e eu resolvi não contar nada sobre o ocorrido no elevador com o meu policial gostoso. Sim ele agora é meu. Passar um tempo com Sally sempre foi ótimo e dessa vez não tinha sido diferente, ela me contou as novidades sobre seu trabalho e de como ela estava animada com seu novo chefe, que segundo ela era totalmente maravilhoso e fazia o tipo dela. E como não era de se estranhar eles estavam se pegando como ela mesma disse. Eu ri tanto das bobagens da minha prima que quase fiz xixi na roupa. Sally acabou dormindo comigo aquela noite e na manhã seguinte saímos juntas, cada uma para a sua obrigação. As provas começaram naquela mesma semana, e eu não tinha tempo para nada, não consegui nem ir a festinha que Sally me convidou. Eu saia cedo demais de casa dormia tarde tentando revisar tudo, eu precisava tirar uma nota boa se quisesse passar. Eu devia isso aos meus pais, eu pedi tanto para que eles me deixassem vir para Boston que cheguei a prometer que não faria algumas coisas que eu gostava, como por exemplo, ir para festas. Mas eu sei que no fim tudo valeria a pena. Encontrei Chris duas vezes naquela semana, uma vez no corredor e a outra no elevador e em todas ás vezes ele insinuava algo ou dizia coisas com duplo sentido e sempre que nos despedíamos ele me dava um beijo no canto da boca. A única coisa que eu podia fazer era respirar fundo e ir para a faculdade, mesmo com as pernas bambas.
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