Arcanjos - Um botão.

2448 Words
CAPÍTULO 2 Isabelli Costa Saio da faculdade apressada. Sou estudante de jornalismo e acabo de entregar meu trabalho de conclusão do curso. Agora teremos só mais algumas aulas e estarei formada. Me esforcei muito para me formar e meu pai para pagar meus estudos. Sou uma jovem de 21 anos cheia de sonhos. E um deles é de trabalhar como jornalista investigativa. Meu pai, Giussepe, se arrepia todas as vezes que escuta-me dizer isso. Ele me criou sozinho. Minha mãe faleceu quando eu ainda era uma adolescente. Ela teve um infarte fulminante. Sempre fui obediente e tentei dar orgulho ao meu pai. Por isso me dediquei apenas a estudar e cuidar dele. Ele tem um restaurante simples, mas muito frequentado. De lá ele sempre tirou nosso sustento. É o negócio da família. Ele herdou do meu avô. Agora que praticamente concluir meus estudos, vou me permitir viver mais. Hoje mesmo irei com as minhas colegas de curso comemorar em uma boate em outra cidade. Elas são o mais próximo que tenho de amigas. Cibele conseguiu entradas para nós, o primo dela é gerente do lugar. Meu namorado adorou a ideia. Eu estou namorando com ele a três meses. Nos conhecemos na faculdade e nosso namoro começou depois dele insistir pelos últimos meses. Ele é filho de um rico empresário da cidade e costuma sair para se divertir quase todos os dias. O que eu não faço. Logo, nos vemos basicamente na faculdade ou em encontros rápidos e casuais. Meu pai aceitou nosso namoro, porque diz que não quer que eu fique sozinha na vida. Que uma hora ele vai partir e quer me deixar com alguém que cuide de mim. Não é um relacionamento de novela. Mas sou muito apaixonada por ele. Tomy me trata super bem e é lindo. Muitas garotas da faculdade suspiram por ele. Agora que estamos nos formando ele diz que não terei desculpas para não o acompanhar em todos os lugares. Chego no salão em cima do horário marcado. Como é minha primeira vez em uma boate seguir os conselhos das meninas e resolvi me produzir. Até comprei um vestido novo. Depois de horas estou pronta. Maquiagem perfeita, cabelos lisos e brilhosos muito bem escovados e unhas pintadas. Saio do salão e sigo para o restaurante do meu pai. Eu sempre o ajudo na hora do jantar. — Mia figlia è bellissima! Tomy è un uomo fortunato. Non indossare un vestito troppo corto. — Gargalho, ele sabe que nunca uso roupas curtas. — Promessa? (Minha filha está linda! Tomy é um homem de sorte. Nada de usar um vestido muito curto. Promete?) Seguimos para cozinha e o ajudo a montar os pratos. — Pai, tenho que ir me arrumar ou perderei minha carona com a Cibele. Já são 21 horas. — Ele beija minha testa. — Tenha cuidado Isa. Qualquer coisa me ligue. Sei que não é mais criança. Mas não é acostumada com essas festas e lugares. — Vou ficar bem. — Sorrio e beijo sua bochecha. Saio e me despeço de todos no caminho. Pego um taxi e sigo para casa. Moramos perto do restaurante, menos de 10 minutos de carro. Chego em casa e tomo um banho rápido. Coloco o vestido, o sapato e o perfume. E estou pronta. Confiro a minha bolsa e está tudo organizado. Sento em minha cama e mando mensagens para Cibele no nosso grupo de amigas. — Não acredito que ela vai passar aqui tão tarde, 23 horas e ainda disse que é o horário que todos costumam sair. Troco mensagens com o Tomy e mando uma foto minha deitada na cama. Ele me liga e atendo sorrindo. — Está querendo me provocar Isa? Sabe que sou louco por você. — Sorrio. — Desejo dormir nessa cama com você desde que aceitou me namorar. — Gargalho. — Sabe que meu pai o mataria?! — Só se ele descobrisse. — Ele pisca para mim e gargalha. — Sabe que não escondo nada do meu pai. — Falo séria. — Calma Isa. Estava só brincando. E você sabe. Gosto do seu pai e ele me adora. Cibele vai lhe pegar que horas? Quero chegar próximo ao horário que vocês vão chegar. Ele muda de assunto. — 23 horas. Acredita? E eu já estou pronta. — Quer ir comigo? Passo para te pegar em 20 minutos. — Não lindo. Já combinei com ela. Vou desligar acho que meu pai já chegou, ouvi um barulho. — Beijos Isa. Estou ansioso por nossa noite. Percebo um tom diferente quando ele fala “nossa noite”. Mas deixo pra lá. Desço a escada chamando pelo meu pai e percebo que não é ele. Deve ser os gatos da vizinhança que alimentamos. Assisto TV até ouvir a buzina do carro da Cibele. Já estava quase dormindo. — Oi amiga! — Ela fala empolgada e abre a porta da frente para eu entrar. Ela me abraça e diz que estou linda. Falo com as outras 4 meninas e seguimos para Óstia. Uma cidade bem próxima de Roma. Seguimos viagem cantando as músicas que toca no rádio. — Isa! Vai aproveitar para passar a noite com o Tomy? — Que? Não pensei nisso. Meu plano é voltar com você Cibele. Não invente de me deixar lá. Por favor! — Ela sorri. Chegamos e já passa da meia noite. O estacionamento está lotado. Cibele deu algumas voltas até achar onde estacionar. Ficamos no carro enquanto ela liga para o primo gerente do lugar. Meia hora depois ele atende e diz que já liberou as nossas entradas. Seis acessos vips. Tomy me avisa que está chegando, mas pede para eu entrar. Andamos em direção a entrada conversando animadas e sorrindo. Elas estão cheias de planos para a noite. Eu só quero me divertir. De preferência sem álcool. Não gosto de beber. Cibele começa a falar dos homens que estão chegando ao lugar e olhamos para um que ela diz que será seu alvo. — Quero ele! Quero muito mesmo. — Cibele diz mordendo o lábio e gargalho. Ela é muito atirada, mas é boa pessoa. Sinto minha bolsa prender em algo. Paro e tento puxar minha bolsa. Ela não solta e viro de frente para ver. —Droga! Ela está presa em um braço musculoso. Mas especificamente nos botões do casaco branco que o veste. Vejo os saltos de uma mulher ao lado do homem e me abaixo mais sem graça. Se ela for ciumenta estarei em apuros. Sinto o homem tentar puxar o braço e a mulher pergunta o que houve. Me desespero e puxo com força a minha bolsa. Minhas colegas me chamam sem parar. Puxo com mais força e consigo soltar minha bolsa. Saio quase correndo de perto do homem. Nem tive coragem de olhar para ele. Agradeci ele ser alto, nem vi seu rosto. — Isa, você conhecia aquele gatão? — Cibele me pergunta e olho para ela espantada. — Não! Nem o vi direito. Nem sei se era ou não bonito. Não vi nada além do braço dele porque minha bolsa prendeu no casaco dele. Passo a mão na bolsa e sinto algo. Olho e é um botão. “Não acredito. Arranquei o botão do casaco do homem.” — Isa! Está ouvindo a gente? — Monica me chama. — Vamos logo! Não ligue para Cibele. Todas vimos que o homem estava acompanhado por uma mulher. — Assenti enquanto segurava o botão em minha mão. Por algum motivo que não sei ainda, guardei o botão em minha bolsa. Entramos e o lugar é enorme e muito bonito. Está cheio de pessoas dançando e bebendo. Assim que chegamos na pista de dança as meninas começam a dançar e pegam algumas bebidas eu decido apenas beber uma água. Dançamos por alguns minutos e sinto meu celular vibrar dentro da minha bolsa, me afasto das meninas e vou até o bar onde a claridade é melhor. E como pensei é uma mensagem do Tomy, ele acabou de entrar e está perguntando onde eu estou, respondo que estou no bar e alguns segundos depois já vejo ele andando em minha direção. Abro um sorriso e sinto um certo nervosismo afinal de contas essa é a primeira vez que saímos para uma boate. Ele envolve minha cintura com as duas mãos assim que se aproxima e me beija de um jeito mais intenso que o normal, não é r**m só é diferente, ele olha para garrafa no balcão e pergunta. — O que está bebendo? Isso? — Ele aponta sorrindo. — Sim. — Quem bebe água na balada? — Na verdade, eu. E apenas água. Você sabe que não gosto de beber, não tenho costume e realmente não tenho interesse em consumir bebida alcoólica tão longe de casa. — Ele sorri e diz. — Mas agora está comigo! Sou seu namorado não confia em mim? — Hesito alguns segundos antes de responder. — Confio em você, mas isso não me fará mudar as minhas concepções. Não gosto de beber, é algo que tenho muito bem resolvido comigo mesma. — Tudo bem, apesar que eu acho que você tenha na real mesmo, medo do que a bebida pode fazer com você... Ele coloca meu cabelo para trás dos meus ombros e diz. — Medo de repente te deixar mais soltinha. Tomy diz beijando meu pescoço e sinto sua respiração quente em minha pele. — Acho melhor irmos para pista de dança. As meninas ainda estão lá. Vamos dançar? — Olho para ele que sorri e assentiu. Segurando em minha mão ele me guia de volta para pista de dança. Após ele cumprimentar minhas amigas começamos a dançar e a todo momento sinto as mãos dele percorrendo o meu corpo. Estou com um vestido justo, mas é comportado. Ele é ombro a ombro, sem decote, até os meus joelhos e preto brilhoso. O tempo passa e as meninas continuam bebendo, alguns rapazes se aproximam, dançam com elas, mas elas não se afastam de nós. Tomy me avisa que vai ao bar buscar algumas bebidas e as meninas me chamam para ir ao banheiro. Exceto a Cibele que prefere continuar dançando, ou melhor se agarrando com um rapaz que está com ela há mais de 30 minutos. Quando volto do banheiro, meu namorado me entrega uma bebida garantindo que é apenas um coquetel de frutas com pouco álcool ou quase nenhum. Recuso e digo para ele que não gosto realmente de bebidas alcoólicas. Ele parece zangado, então diz. — Poderia ao menos experimentar. Tento te agradar Isa, mas é difícil. — Ele bebe o drink que trouxe para mim. Depois de alguns minutos Tomy me avisa. — Não quero mais ficar, acho melhor irmos embora. Você vem comigo ou vai esperar a sua amiga? Ela não parece que vai terminar de se pegar com esse cara agora. Quando ele termina de falar tudo isso próximo ao meu ouvido olho para ele e sorrio. — Quero ir embora também, já estou cansada. Só para saber. Se aceitasse beber continuaríamos aqui? — Não Isa. Apesar que acho que podia experimentar. Só isso. E realmente já quero ir e se você quiser eu te deixo em casa. Assim nós liberamos a Cibele para curtir a noite como ela desejar. Ele olha para minha amiga e sigo o seu olhar, vejo que ela realmente está curtindo muito. Assenti para ele e me aproximei de Cibele. Toco seu ombro e ela me olha sorrindo, falo em seu ouvido e aviso que vou com o Tomy para que ela possa se divertir um pouco mais. — Amanhã nos falamos! — Ela beija minha bochecha e pisca para mim. Saio da boate após me despedir das outras meninas e Tomy me abraça por trás, cheira os meus cabelos e fala. — Estava ansioso para ficar sozinho com você por alguns minutos. Ele me vira e começa a me beijar. De início já é muito bom. Logo sinto ele me pressionar contra seu carro e se esfregar em mim. Sou virgem, mas não sou i****a. Sei bem que ele está e******o. E gosto da sensação, mas me lembro onde estamos. — É melhor irmos. Está frio aqui fora. — Olhando para ele. — Eu estou quente Isa. Muito quente. — Sorrio de canto, depois o encaro e ele levanta as mãos em rendição. Tomy abre a porta do carro para mim sorrindo. — Você é linda Isa. Seus olhos são expressivos demais. — Obrigada! Agora vamos. Durante o trajeto para minha casa, conversamos sobre a faculdade, o trabalho dele, o que pretendo fazer nas próximas semanas e ele por vezes deslizou a mão do meu joelho até a minha coxa por baixo do meu vestido. Assim que nos aproximamos da frente da minha casa olho para ele sorrindo, dou apenas um selinho nele e começo a me despedir. — Boa noite Tomy. Obrigada por me trazer. — Ele segura em meu braço. — Onde vai com tanta pressa? Se despede direito do seu namorado. — Claro. Desculpe! — Ele segura forte em minha nuca e começa a me beijar. Sua outra mão desliza entre minhas coxas e provoca sensações diferentes em mim. Ele afasta um pouco minhas pernas sem interromper nosso beijo e começo a ficar excitada. Enrijeço o corpo quando sinto seus dedos próximos ao tecido da minha calcinha. Nunca fui tocada intimamente, até quero, mas dentro do carro e na porta da minha casa, não sei se é o certo. — Eu quero tanto você Isa! Estou ficando louco de desejo. Seguro sua mão e tento afastar, mas ele é mais forte. — Você não me quer? — Não é isso, Tomy. Sabe que sou virgem. E... — Eu serei carinhoso. Prometo. — Ele beija meu pescoço. — Mas vamos fazer isso aqui? Assim? — Pergunto confusa. E quando ele tenta tocar-me intimamente meu pai abre a porta e chama por mim. — Isa? É você? — Respiro fundo e afasto o Tomy. Ele respira frustrado e abaixa o vidro do carro para que responda ao meu pai. — Sou eu, pai. Já vou entrar. — Dou um selinho no Tomy e desço do carro. Ele buzina e arranca com o carro indo embora. Meu pai me olha desconfiado. — Está tudo bem Isa? — Está pai! Boa noite. Beijo seu rosto e sigo direto para meu quarto. Após um banho e colocar um pijama confortável pego minha bolsa para guardar meu documento e colocar o celular para carregar. Vejo o botão, o seguro em minha mão e sorrio. "Espero que ele não tenha ficado chateado por estragar o casaco dele. Mas se ficou o problema é dele. Nunca mais vamos nos encontrar mesmo."
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