O que você foi, eu era

3160 Words
"As you are, I was; as I am, so you shall also be". "Como você é, eu era; como eu sou, então você também deve ser". Silent Hill 3 Cerimônia de Ascensão? Não era bem o que esperava quando Rain havia me chamado para falar com todos os habitantes da ilha. Depois do estranho e constrangedor momento entre ocorrido há umas poucas horas atrás, me preparei para a pequena recepção, mas nunca imaginaria que seria algo maior e mais complexo. Achei que fosse um encontro somente para agradecer o apoio de todos. E realmente gostaria de saber quando foi que mudaram o rumo das coisas — que até agora estava claras e certas. Segundo Orion, com o meu retorno do Submundo — que seria, aparentemente uma provação espiritual — eu tinha que ascender como regente da ilha e a ultima descendente de Unchant das dimensões. E dessa forma, manter o equilíbrio entre o bem e o m*l e todas essas coisas repetitivas e clichês. Como uma espécie de reconhecimento, para que todos possam saber quem eu era — duvido que alguém na ilha não saiba. Indo por partes, a cerimônia como me explicaram era que o Paladino — equivalente a um bispo no catolicismo — me reconhecesse como a verdadeira reencarnação da deusa — que no caso é a Arya, para todos da ilha ela é uma deusa — e que feito isso, eu possa tomar meu lugar como guardiã e protetora não só da ilha como do véu dimensional e os mundos (Eu seria a única que poderia fazê-lo). Era um processo bastante complicado, pois não sabia ao certo se estava preparada para tamanha responsabilidade. Eu tenho apenas dezoito anos, por Deus. De qualquer maneira, não podia fugir e nem o faria apesar do medo e da insegurança. Poderia eu, proteger algo tão importante? Tantas perguntas rodeavam minha mente. Algumas delas nem saberia se um dia encontraria as respostas. Depois varias coisas acontecendo ao mesmo tempo, já começava a acreditar que ficaria um longo tempo nesse mundo. E isso tudo por jogar Devil May Cry 4. Não vou dizer que me arrependo de tê-lo feito, pois nunca me arrependeria, a questão é que me jogaram cargas em cima de mim que não consigo carregar. Pelo menos, não sozinha. Dante deu um leve toque no meu ombro para me tranquilizar. Talvez ele entendesse meu receio. Uma coisa boa de tudo isso foi ter conhecido pessoas incríveis que me ensinaram muita coisa, principalmente Dante que se tornou meu pilar. Meu protetor e amante. Com ele podia suportar qualquer coisas, faria qualquer coisa e todas as dificuldades sumiam. Eu tinha que ter sempre em mente, como sendo a ultima do clã e ainda a renascida líder, tinha minhas obrigações. Levantei um pouco o vestido que Rain pediu — mais insistiu — que usasse. Era bem diferente de todos os vestidos que me deram de presente quando cheguei; branco de caimento leve, a parte do b***o era banhando em ouro como couraças de hoplitas, havias algumas formas emoldurando-o. Em outras palavras, parecia uma daquelas imagens de vaso de guerreiras da antiga Grécia. Era um longo caminho do casarão até o templo. Atravessamos as ruas sob olhares atentos a cada passo que dávamos. Nunca me acostumaria com esse tipo de coisa. As pessoas estavam alvoroçadas, e dava para entender tanto animo. Não é todo dia que uma cerimônia dessa magnitude acontecia. Fomos cercados assim que chegamos ao templo. Todos abriram caminho para Orion, ele mantinha uma expressão pacifica e afetuosa. Sua túnica era branca com detalhes dourados e com pequenos desenhos em prata. Os olhos inteligentes me analisaram e um meio sorriso se formou em seu rosto. Orion fez sinal para que me aproximasse. Engoli em seco, e olhei Dante por cima dos ombros como uma permissão muda. Ele assentiu e piscou. Caminhamos para o centro do grande aglomerado. — Neste glorioso dia, nossa deusa — Orion aponta para mim, instintivamente me encolhi — se eleva entre nós. Depois de quase trezentos anos, ela regressa para nosso meio junto com o descendente do grandioso Cavaleiro n***o Sparda. Dante fingiu um bocejo de desinteresse. — Agora seja bem vinda, — Orion pôs uma mão sob o peito se ajoelhou e todos imitaram seus gestos — nossa deusa! Ouvi gritos de euforia que me deixaram ainda mais desconfortável. Um jovem rapaz entregou uma espada para Orion, e ele a estendeu para mim. Era uma katana especial com sulcos que se ramificavam por toda lâmina. — Pode não ser tão poderosa quanto o Santo Graal. Mas será de grande ajuda — peguei insegura — Ela possui esses detalhes para se adaptar ao seu sangue. Essas ranhuras foram especialmente concebidas para que o sangue possa fluir para base e distribuído por toda lâmina. Fiquei admirando o desenho da espada. Podia não ser nenhuma especialista, mas tinha algo de belo e útil nela que me fazia sentir um tremer de adrenalina correr por todo meu corpo. Poderia mesmo usa-la para me ajudar? — Talvez queira ver se não é de seu gosto — enunciou calmamente. — A melhor maneira é testando — ouvi uma voz familiar se opor. Virei-me e perplexa, vi que era ninguém menos que Vincent — no campo de batalha. Vincent rapidamente sacou a espada, andando até mim deliberadamente riscando a lâmina no chão. Ele parecia pronto para cortar qualquer pessoa que atravessasse seu caminho. Podia ver a frieza em seus olhos. Estava acostumada a inexpressividade e o olhar vazio e sem brilho, mas naquele momento era muito diferente. Como se na minha frente, estivesse outra pessoa. — Em outras palavras quer lutar comigo? — Isso mesmo — confirmou, posicionando-se — é melhor que todos se afastem. Todos obedeceram sem questionar, Dante, porém fico no mesmo lugar. Fiquei feliz que ele não tenha interferido a meu socorro. Eu não queria que ninguém impedisse, pois a meu ver seria uma luta não apenas para testar o poder destrutivo da katana, mas saber e medir minha força. Dante pareceu entender bem isso, e essa era uma das vantagens da nossa conexão, ela permitia nos comunicar não só através de palavras. Estendi a espada em direção de Vincent. Estávamos em uma curta distância um do outro. Dei impulso e saltei para trás. Não era uma boa ideia lutar com vestido, parecia que dificultava meus movimentos. Por sorte eu tinha treinado com Dante o manuseio de uma espada, mas ainda possuía algumas diferenças entre uma criada por energia e um real. Podia sentir o leve peso da lâmina e sua frieza sob minhas mãos. Obviamente, Vincent devia ter muito mais experiência no campo de batalha do que eu. Podia perceber no modo que seu corpo demonstrava relaxamento e compenetração. Mal pisquei meus olhos quando vi um mero borrão n***o avançando rapidamente contra mim. Tive tempo somente para usar a katana para me defender do ataque repentino. Agora estávamos cara a cara, e nossas lâminas soltaram faíscas quando se tocaram. Ele exercia muita força e me arrastava para trás. Meus pés tentaram encontrar algo para se apoiar e me travar em uma única posição. Com esforço, usei a lâmina para empurrá-lo para longe. E novamente, sem perder tempo Vincent desferiu uma sequencia de golpes. Ágeis e dolorosos, eles cortaram e rasgaram minha pele e o vestido, deixando-o com manchas vermelhas. Mesmo tendo desviado da grande maioria, não consegui evitar recebê-lo. Meus músculos começaram a protestar pela dor e a força que exercia sobre eles. — Muito lenta — ele ralhou indiferente. Então, golpeou meu estômago com a bainha da espada. A súbita perda de ar me pegou desprevenida e deixou-me momentaneamente indefesa. Arfei, tentando me recompor. — Como pode proteger seu povo se m*l consegue proteger a si mesma — a lâmina da espada de Vincent roçou fria e cortante meu rosto. Lancei-lhe um olhar gélido. — Em vez de me olhar assim, concentre seu poder em me atacar. Ações são mais precisas que gestos simples. Se quer que eu pare de te humilhar, faça algo! — seu tom era tão monótono, que me irritou profundamente. Cuspi um pouco de sangue e limpei o canto da boca, sentindo o gosto amargo. Busquei em cada respiração, a calma para aquele momento. Tinha que me concentrar apenas no meu alvo. Passei a mão pela extensão da espada e fiz um corte deixando o sangue fluir pelo vinco para todas as ranhuras. Vincent não seria afetado pelo poder do meu sangue, mas fora uma ação quase que involuntária. Uma chama começou a queimar dentro de mim. Algo estranho ao mesmo tempo, muito familiar. Era uma onda de energia que crescia com força. A adrenalina pulsou e correu pelas minhas veias, e uma emoção inigualável parecia me consumir. Seria o mesmo prazer que Dante sentia numa luta? A resposta veio simples e rápida. Estava experimentando esse prazer. Entendia a razão de Dante gostar tanto de lutar. Era algo indescritível. Lambi os lábios em deleite. Movi-me com tanta agilidade que era como trespassar a velocidade da luz. Nunca imaginaria que pudesse fazer isso. Agora os papeis se inverteram, eu que avançava em direção a Vincent e desferia uma sequência de golpes. Pela primeira vez, vi uma expressão de surpresa em seu rosto e, em seguida, surgiu um sorriso quase imperceptível. Tentei usar minha energia na lâmina e aumentar o poder, ela uniu-se ao sangue e brilhou. A luz era um brilho incomum, o misto de dourado e vermelho. Muito estranho. No entanto, não me parou e continuei a atacar Vincent que conseguia desviar de cada um das investidas sucessivas. Como, de algum modo, ele previsse meus movimentos. Para não atrapalhar, rasguei o vestido. Deixando minhas pernas nuas enquanto o frio batia impiedoso por elas. — Vamos acabar com isso — disse confiante, por um segundo, nem parecia ser minha boca e voz pronunciando aquelas palavras. Em um piscar de olhos e o mais impressionante, eu estava sob Vincent com a espada a poucos centímetros do rosto apático dele. Até mesmo nessa posição, ele não mostrava emoção alguma. Sai de cima dele, espantada com meu desempenho. Estendi minha mão para Vincent e ele a pegou, rapidamente o puxei. Ele, tranquilamente limpou as roupas, por mais incrível que possa parecer — levando em conta a luta que aconteceu anteriormente — suas roupas negras como a noite estavam intactas. Nem um mínimo corte. Havia somente um minúsculo filete de sangue em sua bochecha. Rain apareceu ao lado do irmão, já ajoelhada. — Minha senhora lamento pelo transtorno, mas tinha que te testar — agora tanto Rain quanto Vincent me reverenciavam. Nunca me acostumaria com esse tipo de coisa — Provar o quão digna é! — Que bom que passei no teste — brinquei. — Essa é minha garota — Dante me abraçou por trás, e aos pouco me senti ruborizar — Estou muito orgulhoso, doçura. — Sou boa? — perguntei fazendo charme. — Muito — O suficiente para te fazer comer poeira? — Quem sabe? — dava para saber claramente que ele estava de deboche. — Pena que meu vestido já era — olhei para o estrago — ele era tão bonito. — Se quiser podemos trocar — Rain informou sorrindo. — Não, prefiro ficar com ele assim. É uma maneira de provar a mim mesma o quão forte e guerreira eu sou. Okay, eu não me achava tudo aquilo, mas era muito bom inflar o ego de vez em quando. Levantei a mão que carregava a espada aos céus, voltando minha atenção para a multidão e gritando com coragem e determinação: — Farei o possível para proteger a todos e não permitir que o m*l governe o mundo. Houve gritos e palmas de agradecimento e contemplação. Naquele momento, entendi o motivo da Arya e Sparda proteger esse mundo e os humanos. Quem sabe ainda exista esperança, e vendo a bondade e o animo de pessoas que querem realmente alcançar a paz, e saber que ser humano seria muito mais do que seres imperfeitos que cometem erros. Quem sabe também o mundo tenha salvação... Acho que por isso vale a pena lutar. Fui acolhida por um grande grupo de aldeões. Dante havia sumido e não me preocupei muito comi isso, ele deve estar aproveitando para espairecer um pouco. Pisquei deslumbrada. Um buquê de flores estava pertinentemente estendido na minha frente. Ele estava tremulo, só então percebi que quem segurava o buquê era a mesma garotinha que me abordou quando cheguei à ilha. Seu nervosismo era visível. Toquei as mãos dela quando peguei o buquê. — Obrigada — agachei para ficarmos na mesma altura — Como se chama? — Karen! — ela respondeu. — Você que colheu essas lindas flores para mim, não é? Karen assentiu. — Elas são tão lindas quanto você — Karen soltou uma risadinha animada. Havia muitas flores que quase saltavam aos olhos pela vivacidade e sua beleza. Porém que me chamou mais atenção fora, sem duvida alguma, a rosa azul. Aproximei-a do meu rosto e inspirei profundamente seu cheiro. Era suave e doce. Tirei-a de perto das outras flores e piquei o dedo com os espinhos. — Oh, não! Sinto muito, esqueci-me de tirar os espinhos — Karen murmurou decepcionada, seus lábios tremeram e quase desencadearam um choro nervoso. — Não tem problema, mas não quero que chore, sim? — Uhum, não vou chorar — Karen sorriu e retribui. Karen correu para a mãe dela que estava entre a multidão. Olhei para o pequeno corte, doía bastante para algo quase minúsculo. — O que houve com seu dedo? — Dante perguntou, tombei minha cabeça para trás para poder vê-lo. — Hm, nada! Alias onde estava? — Por aí, — respondeu vagamente — estava aproveitando o ar sem tanta pessoa em cima. — Acho que preciso disso também! Dante pegou minha mão e lambeu meu dedo. A principio fiquei chocada e extremamente envergonhada, mas estava tão hipnotizada que me deixei levar. No momento nem parei para pensar na possibilidade do poder do meu sangue sobre Dante. Afinal ele era um mestiço de demônio e meu sangue aparentemente — assim como de Arya — pode matar demônios. Minha mente focou-se apenas em seu gesto. Senti a língua quente dele deslizar pela ferida. Quando me soltou, percebi que não exista mais corte em sua superfície. Minha pele estava impecável. — Não sabia que podia fazer isso — sussurrei espantada. — São as vantagens de ser um demônio. — Ah, qualé! Você não tinha esse poder. Estreitei os olhos desconfiada. — Depois da nossa volta do Inferno, adquiri umas coisinhas novas. — Serio? Tipo novos poderes? — Não sei bem, mas é o que parece. — Não é algo temporário? — Quem sabe Legal, agora as coisas ficaram mais interessantes, não? — Gostaria de voltar para casa — me espreguicei, mudando repentinamente de assunto — Preciso descansar, esta acontecendo muita coisa e tudo de uma vez só. — Esta ansiosa para voltar para o seu mundo? — Não, quando falei "casa" estava pensando na sua agencia Devil May Cry. Dante sorriu. — Sim, eu também preciso. — Como se você precisasse, você nem faz nada mesmo — brinquei. — Acha pouco cuidar de você? — Cuidar de uma garota é algum problema para você? Ou sou muito para você aguentar? — Com tantas coisas realmente chatas e arriscadas no meu ramo de trabalho vou ter problemas para tomar conta de uma garota? — Não sou qualquer garota. Sou a garota, é muito diferente. — sorri convencida. — Todos querem um pedaço de mim. Sou como uma pizza! Dante mordeu levemente minha bochecha. — Aí! — resmunguei, controlando a vontade de rir. — Como imaginei — O quê? — Esta no ponto para saborear. E para mim uma pizza sempre esta boa! — Seu viciado em pizza! — já nem podia mais controlar o ataque de risos. — E você é minha preferida! Respirei fundo e me acalmei. Ficamos um longo tempo no encarando, sem saber o que fazer ou falar — no meu caso. — Quando vamos voltar? — indaguei, tentando diminuir o clima esquisito no ar. — Hoje mesmo — Já? — Quer ficar aqui? — Não... É que foi rápido. Mas m*l vejo a hora de voltar. *** Ao pôr do sol estavam todos reunidos para nos despedimos. Odiava despedidas, então tentei ser o mais breve possível. Rain e Vincent ficaram e prometeram me visitar quando puderem. Fiquei um pouco triste em deixar a ilha, mas era melhor assim. Ainda tinha muita terra pela frente e queria acabar logo com tudo de uma vez. Quem sabe em outro momento possamos passar um tempo nesse lugar. Por hora me contentaria em ver Eryna e Maya. Fazia um bom tempo que não as via. Peguei as mãos de Dante e foquei minha mente na imagem de Eryna. Deixei o calor se espalhar e nos envolver com a luz. Dessa vez, não houve incidente com meu teletransporte — como na outra vez —, o que foi um grande alivio. — Diva? Feiosos? — olhei para Dante e segurei o riso, ele deixou um suspiro escapar. — Alguém tem que ensinar essa garota boas maneiras... Distante, pude avistar a pequena figura de Lolita vestido branco. — Maya! Aquele momento parecia uma cena de filme, quando os personagens partem para o abraço em Slow Motion. Maya praticamente jogou-se em meus braços e quase cai, Dante me segurou antes que o pior acontecesse. — Diva! Dante! — as lágrimas já transbordavam pelas feições delicadas de Maya. Ela me soltou e abraçou Dante, que ficou sem reação e deu leves batidinhas na cabeça dela. Se perto de Dante eu já era pequena, Maya parecia uma anã. — Estou tão feliz em revê-los! Maya nos guiou para dentro do museu. — Minha irmã ficará contente em vê-la! Ela estava aflita por causa de uma visão. Pensamos que tinha morrido. — Na verdade eu realmente morri — Como? — É uma longa historia, mas no momento quero ver Eryna e conversa com ela, e assim posso explicar tudo. — Claro — concordou — Irmã olha quem está aqui. A primeira coisa que botei os olhos quando cheguei à sala de Eryna, foi a estranha figura mascarada. Era uma mulher, disso tinha toda certeza. E algo me dizia que a conhecia de algum lugar... De onde? A mulher ficou me encarando. Tentei dizer a mim mesma que era ridículo, e que ela não teria motivos para me encarar. No entanto, sabia que ela olhava diretamente — e fixamente — para mim. De um modo curioso, como se visse através da minha alma. Foram os minutos mais estranhos da minha vida. Sem dizer mais nada, ela saiu. Quando ficamos alinhadas momentaneamente, uma sensação de reconhecimento e familiaridade atravessou meu corpo e despertou meus instintos. — Nos veremos de novo, Ivy — ela segredou. Desnorteada, virei para questiona-la, mas ela havia desaparecido. Sumido no ar, era a única explicação coerente. Quem diabos era ela e como sabia meu nome?
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