O vento frio de outono agitava os cabelos de Caliope enquanto ela esperava, encostada na parede de tijolos vermelhos do prédio de Direito. Os estudantes saíam em grupos, rindo, alheios à tensão que fazia seus dedos tamborilarem contra a mochila. Então ele apareceu. Angelo saía com passos largos, a jaqueta de couro aberta revelando a camisa preta colada ao torso. Seus olhos escuros encontraram os dela instantaneamente, e ele parou, os músculos da mandíbula tensionados. — O que você quer? — Sua voz era áspera, mas os olhos percorreram seu corpo como chamas. Caliope engoliu seco. — Precisamos conversar. Em algum lugar... discreto. Podemos ir pro seu apartamento? — No meu apartamento, eu não costumo levar mulheres que não querem nada comigo para lá — Angelo, por favor, e importante! El

