O apartamento de Angelo estava mergulhado em semi-escuridão, iluminado apenas pela luz azulada da televisão desligada. Ele estava sentado na borda do sofá, os cotovelos apoiados nos joelhos, os dedos entrelaçados com força suficiente para deixar as articulações brancas. O celular vibrou pela quarta vez em vinte minutos. "Princesa Teimosa", dizia a identificação. Ele deixou tocar até quase ir para o correio de voz antes de atender, sem dizer uma palavra. — Você vai continuar fazendo esse silêncio dramático ou vamos conversar como adultos? — A voz de Caliope vinha afiada, mas com uma fratura perceptível por baixo da frieza. Angelo levou o copo de whisky aos lábios, deixando o silêncio se prolongar por três segundos calculados antes de responder: — Não tem nada pra conversar. Você deixou

