Acordei cedo naquela manhã como sempre, mas algo estava diferente. Eu sentia meu peito estranho, apertado. Nem sabia explicar. Era como se tivesse uma expectativa me incomodando por dentro. A rotina seguia igual — escovar os dentes, arrumar o cabelo, tomar café. Mas dessa vez minha mãe tava em casa, tomando café comigo e meu pai. Raro isso. — Te levo hoje — ela disse, pegando as chaves do carro. — Preciso ir no banco resolver uns negócios e já passo na escola contigo. Concordei. Até preferia. Andar com a mamãe me deixava mais tranquila, mais protegida. Mesmo eu já quase com dezoito anos, era bom ter ela por perto. No carro, ela falava sobre coisas aleatórias, como sempre. Trabalho, paciente complicado, receita errada da farmácia… Mas minha cabeça tava longe. Só pensava no Herus. E que

