Assim que o Herus pulou a janela, meu coração ainda tava batendo a mil. O moleque tem um efeito em mim que nem sei explicar, parece que bagunça tudo por dentro. Mas quando desci, dei de cara com a fera. E quando digo fera, é minha mãe, tá? A ruiva mais de boa do mundo, mas quando ela se irrita... misericórdia! O olhar dela já dizia tudo, parecia que eu tinha matado alguém. — Sophia, por que eu vi o Herus pulando a janela? — a voz dela veio firme, direta, cortando o ar. Fingi uma naturalidade que eu claramente não sentia, peguei meu tênis no canto da sala como se nada tivesse acontecido e respondi tentando parecer a mais sonsa do planeta: — Herus? — soltei com aquela entonação de "não tô entendendo nada". Ela cruzou os braços, uma sobrancelha arqueada e o olhar atravessando minha alma.

