Voltar pro QG depois e tanto tempo longe era tipo voltar pra casa… mas não a mesma casa de antes. Agora eu entrava pela porta da frente, de peito estufado, cabeça erguida, sendo chamado de “Sub do Falcão”. Não era um vulgo, era uma posição. Um peso. Uma responsa. Logo que eu pisei no portão, já senti o clima diferente. A galera veio cumprimentar, bater no ombro, dar aquele salve, mas nem todo mundo sorria de verdade. Tinha olhar de canto, cochicho disfarçado, teste de energia rolando. No mundo do crime, respeito não se pede, se impõe. — E aí, Cachorrão? — gritou o Zóio, vindo com os braços abertos. — Voltou como patrãozinho, hein? — Tá achando que é mole? — eu ri de leve, mas firme. — Aqui é trabalho, visão, sangue no olho. A galera riu, mas eu percebia nos olhos deles: não era só piad

