Depois daquele dia no hospital, eu não voltei mais lá. Não era por não querer, porque se fosse por mim, eu teria dormido todos os dias ao lado do Herus, mesmo que fosse em uma cadeira desconfortável. Mas eu entendi que, naquele momento, o respeito à tia Maju era o mínimo que eu podia oferecer. Ela me odiava? Talvez. Me culpava? Com certeza. Mas também era a mãe do Herus, e se eu realmente o amava — e eu amava — eu precisava dar esse tempo. Ainda assim, eu e ele... nunca estivemos tão conectados. Conversávamos o dia inteiro. Mensagens de bom dia, piadinhas durante a tarde, desabafos de madrugada. Era como se nossos celulares fossem o fio invisível que mantinha a gente de mãos dadas. A gente se falava tanto que dava pra sentir o cheiro dele pelo celular, ouvir o riso dele nas mensagens de

