Mano... o dia amanheceu estranho. Nublado, abafado, e o clima lá em casa tava mais tenso que final de campeonato. A minha mãe já acordou com o semblante travado, nervosa igual criança em dia de vacina. Eu tava quieto, só observando. Por dentro, meu peito parecia um tambor. Mas por fora, tentei bancar o despreocupado.
No fim da tarde chegou a hora mais esperada da minha vida.
— Tá pronta? — perguntei enquanto ela terminava de amarrar o cabelo ruivo.
— Eu tô, mas preferia não tá indo — ela rebateu com aquele jeito dela que me dá nos nervos e no coração ao mesmo tempo.
Pegamos o ônibus rumo ao laboratório. A cidade parecia parada, mas dentro de mim era um caos. A cada parada, meu pensamento ia longe. E se for meu mesmo? E se não for? E se... sei lá? Tanta pergunta sem resposta, só sei que
