Capítulo 2

1853 Words
ELIZABETH MARIE Eu estava feliz no abrigo esperança? Sim, lá não é r**m, é totalmente diferente do orfanato casa rosa, aliás, esse é um lugar que eu quero esquecer, quero esquecer o lugar e tudo que aconteceu lá dentro. Eu fugi do abrigo esperança porque eu queria conhecer o mundo, conhecer pessoas diferentes e quem sabe, realizar o meu sonho de ser uma grande estilista, eu amo desenhar e sou muito boa nisso, já tenho vários croquis prontos para o meu primeiro desfile, se um dia acontecer. Quando eu cheguei em Las Vegas, a primeira pessoa que conheci foi o Johnny, ele foi o primeiro amigo que fiz aqui e também o cara que me apresentou o mundo dos cassinos. O pai dele trabalha como segurança no Cassino Royale e foi ele que conseguiu o emprego para mim, então desde que eu fugi do orfanato, eu trabalho no Cassino Royale. É um lugar luxuoso e muito animado, do jeitinho que eu gosto. Eu comecei trabalhando na faxina, limpando o cassino para receber os convidados, fazia uma limpeza de manhã, uma à tarde e outra à noite, em troca de um lugar para dormir e um pouco de dinheiro para minhas necessidades básicas. Depois de um tempo eu passei a atender no salão, ganhei uma vaga de atendente na noite mesmo com apenas quinze anos, sempre fui alta, tenho um metro e setenta e seis hoje, então ninguém desconfiou que eu fosse menor de idade na época. Amo esse emprego, eu me divirto muito com os clientes, conheço um monte de gente rica, aliás, rica não, milionária! Eu ganho muitos presentes, recebo convites para viagens, para ser acompanhante de luxo e até proposta para ser modelo já recebi, imagina só, modelo. Aqui eu conheci muitos amigos, pessoas muito legais que aprendi a gostar. Uma dessas pessoas é a Alicia, eu quase matei ela, isso mesmo, eu quase matei a coitada atropelada, foi o primeiro dia que o Johnny me deixou dirigir o carro dele. A Alicia, que no dia deu o nome de Arya estava muito m*l, ela perdeu o bebê e descobriu isso da pior forma possível. Mas no final, viramos amigas e eu a trouxe para trabalhar no cassino, e isso foi só o destino dando uma forcinha para que ela e o amor da vida dela se encontrassem outra vez, foi incrível. O cassino ficou uma loucura depois que foi vendido para um novo dono, o Oliver Moretto, e foi aí que o destino fez sua manobra, pois é justamente com esse Oliver que a Alicia teve uma linda e complicada história no passado, ele era o pai do bebê dela… enfim, essa é uma longa história. Temos clientes bons, aqueles legais que nos tratam muito bem, o Guilhermo Foxy é um deles, ele é dono de uma rede de Shopping center aqui em Las Vegas e também tem muitos outros negócios, ele é bilionário, mas nem parece, trata a mim e a Alicia como filhas. Outro dia ele chegou aqui agindo muito diferente e, infelizmente, por um motivo grave, ele está doente, tem uma doença degenerativa e não vai durar muito, o último desejo dele é encontrar a esposa e o filho. Ele foi um grande cretino no passado, isso é um fato, mas há erros que podem ser perdoados e esse é um deles. Para realizar esse último desejo, a Alicia pediu ajuda aos amigos do seu avô, para encontrar a Sarah e Alex, esses são seus nomes. Os amigos do velho são bons, aliás, eles são mais que bons, pois não demorou muito e já os encontraram, residem em Chicago. Esperamos nossa folga e fomos até lá convencê-los a vir fazer uma surpresa para o Guy. Vai ser tão lindo esse reencontro. — Alicia, tem certeza que esse é o endereço? — perguntei quando paramos em frente a uma casa simples, simples, mas parece ser limpinha. — É aqui mesmo, Liz, anda toca a campainha — confirma depois de olhar o papel em sua mão. Eu toco algumas vezes, mas ninguém vem atender. O sol está quente e eu estou com uma fome monstruosa, só tomei o café da manhã e quando estou com fome, fico sem paciência. — Alicia, você tem certeza que esse povo mora aqui!? Olha essa casa, não é possível que eles moram nesse lugar — falei mostrando o bairro no geral. O Guy tem tanta grana, é difícil de acreditar que sua esposa e filho vivem tão m*l. — O que tem de errado com a nossa casa para ser impossível que ela seja habitada? — Uma voz fria fala atrás de mim, tem um misto de raiva e impaciência no seu tom, que me arrepia sem nem mesmo saber como é o dono. — Não, nada. Minha amiga está com fome e por isso está falando demais — a Alicia respondeu, passando por mim — Você deve ser o Alex, certo? — Dependente de quem está procurando por mim, se for importante sou eu, se não for, eu não estou em casa! — Novamente ele é tão frio quanto um iceberg. Eu finalmente viro-me para olhar o dono da voz e, c*****o! Eu sinto cada célula do meu corpo reagir descontroladamente, o homem é um deus grego, maravilhoso. Ele deve ter uns dois metros de altura, é alto para caramba, ombros largos, músculos marcando na camisa, são tão definidos que parecem ter sido desenhados um por um, tem os cabelos loiros como o Guy e os mesmos olhos azuis profundos. Ele está com os braços cruzados sobre o peito e uma cara de quem chupou limão azedo, mas isso só deixa ele mais gostoso ainda, e aquela boca, Senhor! Eu cheguei no paraíso. — Eu sou a Alicia e essa aqui — aponta para mim — é a minha amiga Liz. É Elizabeth, mas pode chamá-la de Liz. A Alicia estende a mão e ele aperta rapidamente, mas quando vou estender a minha, ele nem olha, eu volto com a mão para junto do meu corpo, extremamente envergonhada e decepcionada, pois eu queria muito saber como é o toque dele, se ele tem um aperto de mão firme. — O que você quer comigo? — Perguntou, dirigindo-se a Alicia, ele nem faz menção de nos convidar para entrar. — Nós precisamos conversar com você e com sua mãe, é um assunto importante, você pode nos receber? — Alicia perguntou e depois encarou-me, diferente de antes, agora ela parece está um pouco insegura se vamos ter sucesso nessa missão. — Minha mãe não tá em casa, mas podem entrar, ela deve está chegando em alguns minutos — finalmente ele abre o portão, mas pela cara fechada, não é o que queria fazer. A simplicidade do lado de fora se estende para dentro da casa, é tudo muito simples, mas também muito bonito e bem decorado. Eu até tento puxar assunto com ele, mas sou vergonhosamente ignorada, ele parece só enxergar a Alicia aqui, só responde as perguntas feitas por ela. A mãe dele realmente não demorou muito para chegar, ela entrou pela porta quinze minutos depois. Não foi nem um pouco r**m esperá-la, já que eu estava com uma bela visão à minha frente. Diferente do filho, a Sarah é a simpatia em pessoa, nos recebeu muito bem e até nos convidou para almoçar, eu claro, aceitei na hora, estava com tanta fome, que acabei repetindo três vezes, a comida da Sarah é deliciosa. Todas as vezes que eu fui até as panelas para encher meu prato, o gostoso ficou me olhando pelo o canto dos olhos. — Muito obrigada, Sarah, você é uma ótima cozinheira — agradeci com o meu melhor sorriso. — É bom saber que minha culinária é tão apreciada. Pode ficar à vontade para comer mais se quiser — olhou-me com os olhinhos brilhando. — Não oferece mais, Sarah, ou ela aceita, não sei para onde vai tanta comida que essa daí come. Ela devora três porções de comida e continua magrela — Alicia falou rindo. — Mentira, Sarah, eu não como tanto quanto comi agora, geralmente é um pouquinho menos, só exagerei porque estava com muita fome, nós nem almoçamos para esperar por vocês. — Eu sinto muito pelo atraso, então — respondeu ainda sorrindo. Ela sorriu, mas o filho dela fechou mais a cara e revirou os olhos. A Sara ficou super emocionada quando falamos o motivo da nossa visita, ela chorou muito e, pela sua reação, já deu para saber que assim como o Guy, ela também continua apaixonada. A nossa missão seria muito fácil se fosse só a Sarah, mas foi muito difícil, o Alex tem um ódio mortal do pai, ele brigou, nos expulsou e até ofendeu, ou melhor, ele me ofendeu, porque parece que com a Alicia, ele é um pouco mais legalzinho. Depois da nossa primeira tentativa frustrada, eu e a Alicia voltamos para o hotel, nós combinamos que eu ficaria encarregada de convencer o filho e a Alicia nem precisou se esforçar, a Sarah topou na hora. — Eu não acredito que você gostou do filho do Guy! — Falou rindo. — Por que não? Você viu o espetáculo que é aquele cara — digo, pensando em cada detalhe daquele homão da p***a que tive o prazer de conhecer. — Eu vi, é claro que eu vi. Só que eu não fiquei comendo ele com os olhos, como você. — Mas como eu posso não olhar aquilo tudo? Que homem lindo… — suspiro — essa genética do Guy é boa viu. Mas para o meu azar o que o homem tem de gostoso, ele tem de frio, m*l educado e grosso. O danado teve a coragem de me jogar para fora da casa dele, ele literalmente me jogou, tanto que eu arranhei meus cotovelos e também fiquei com o bumbum dolorido depois de bater no chão, depois ele ainda ligou para a polícia. Deu vontade de socar aquele i****a. Depois de uma noite na cadeia, eu decidi sair, preciso dançar e beber para esquecer a raiva que eu passei. Eu escolhi ir a um bar chamado Chicago Fire, dizem que é ótimo, o que eu concordei assim que entrei no lugar, é lindo e muito animado. Estou no bar bebendo e imaginando mil formas de me vingar quando vejo o gostoso passando pela porta, é uma coincidência excelente nós dois no mesmo lugar. Eu espero ele se sentar e ouço ele reclamar com o amigo, pelo jeito, ele odeia mesmo o pai, e depois ainda falou m*l de mim. Eu peço outro drink duplo, finjo tropeçar e despejo todo o líquido do copo nas costas largas dele. — Ei gato, foi m*l, eu não quis... — parei de encenar quando ele vira e me olha com raiva. — Você não conhece limites, não é mesmo? — Pergunta entredentes. — Quem tem limite é território, meu caro, e eu, sou só uma morena bonita, não acha? — Falei no seu ouvido. Ele suspira profundamente, apertando as mãos e pela cara de réu, ele queria mesmo é está apertando o meu pescoço. Continua...
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