CAPÍTULO 51 YASMIN NARRANDO: Descemos o morro juntas, o sol ainda morno batendo no cimento rachado, e a brisa da manhã tentando me convencer de que tudo tava normal. Mas não tava. Meu corpo inteiro ainda parecia aceso, como se eu tivesse engolido um raio. Rafa caminhava ao meu lado balançando a chave no dedo como quem se prepara pra uma fofoca. — Então… — ela soltou, cantarolando. — Como foi a noite, professora? — Rafaela, por favor — tentei cortar, mas minha voz saiu mole, meio risonha. Ela abriu um sorrisão vitorioso. — EU SABIA! — Ela me cutucou com o cotovelo. — Vai, desembucha logo. Não vou sobreviver sem detalhes. Suspirei, derrotada. Ela não ia sossegar mesmo. — Foi… — torci a boca, procurando as palavras. — Foi tudo. Foi doido. Foi… não sei. Ele é intenso demais. Ra

