CAPÍTULO 37 RAFA NARRANDO A gente saiu da água pingando, os dois rindo igual dois idiotas, e eu já sentindo a areia grudando na perna. Gringo sacudiu o cabelo, espirrando água em mim de propósito. — Cê é muito infantil, na moral — reclamei, limpando o rosto. — Infantil não, livre — ele respondeu, metendo aquela voz de guru barato. — Aprende. Revirei os olhos. Quando chegamos de volta pras cadeiras, Yasmim tava de pé, segurando a canga e o pote de açaí já vazio. A expressão dela? Fechada. Preocupada. Meio perdida. Igual antes. — Rafa — ela me chamou assim que chegamos. — Bora pra casa? Já cansei daqui. Antes que eu respondesse, Magrão olhou pra ela do lado da cadeira, com o braço cruzado, expressão daquele tipo “tanto faz, mas não é tanto faz”. — Já? — ele resmungou, baixo, mas eu

