CAPÍTULO 49 GRINGO NARRANDO Saí da rua dela devagar, mas não era por querer fazer charme, não. Era porque minhas mãos tavam tremendo. Eu segurava o guidão como se fosse a única coisa mantendo meu corpo no lugar. O motor da moto vibrava de um jeito diferente, como se até ele tivesse percebido o que tinha acabado de acontecer. Eu beijei a Rafa finalmente. Depois de semanas fingindo que não queria. Depois de tanto discutir, provocar, brincar… Eu beijei. E putä que pariu… não tinha sido pouca coisa. Parei a moto um pouco mais embaixo, na primeira rua vazia. Desliguei o motor. A noite tava quente, o morro silencioso, mas dentro de mim parecia que tinha um carnaval inteiro batucando no peito. Passei a mão no rosto, ainda sentindo a boca dela na minha. — Caralhø… — ri sozinho, um riso

