CAPÍTULO 27 GUSTAVO NARRANDO Quando eu abri a porta do apartamento, já entrei falando alto: — Yasmim? Cheguei. Silêncio. Um silêncio que não combinava com ela. Normalmente, quando eu chegava tarde, ela aparecia na porta do quarto, brava, falando que eu sumia demais. Ou vinha me abraçar, ou vinha discutir. Mas vinha. Dessa vez… nada. Deixei a chave em cima do balcão e chamei de novo, mais alto: — Yasmim? O eco da minha própria voz foi a única resposta. Um incômodo subiu no meu peito. Fui até o quarto. A cama tava arrumada demais. O ventilador ligado. A luz apagada. Nada fora do lugar. Nada dela. — Você tá me zoando… — murmurei, passando a mão pelo cabelo. Fui no banheiro. Toalha dela? Sumiu. Necessaire? Sumiu. Perfume? O espaço vazio na prateleira parecia um tapa na minha cara

