📖 CAPÍTULO 6 — CATARINA
O sino das Laudes rompeu a madrugada antes mesmo que o sol ousasse pintar o céu de cinza.
Eram quatro e meia da manhã.
Para o mundo lá fora, ainda era o meio da noite, hora de sonhos ou de insônia. Para nós, entre aquelas paredes de pedra antiga e cal, era a hora do despertar. O "Grande Silêncio" da noite havia terminado, mas a quietude ainda reinava absoluta nos corredores.
Abri os olhos. O teto branco da minha o quarto pequeno e despojado que se tornara meu universo foi a primeira coisa que vi.
Não havia ansiedade no meu peito, o que me surpreendeu. Havia, sim, uma vibração diferente. Uma nota suspensa no ar.
Domingo.
A palavra tinha peso de chumbo e leveza de pena.
Hoje eu não era apenas a Irmã Catarina, a noviça dedicada que dobrava os corporais com pr
