📖 CATARINA Eu não conseguia mover os pés. Permaneci ali, petrificada na porta da nossa casa, observando o lugar vazio onde ele estivera. Não era apenas a ausência de um homem; era como se um vácuo tivesse se instalado ali, sugando não apenas a luz, mas também o som e, principalmente, o ar. O ar não retornou aos meus pulmões. Fiquei retendo a respiração, um reflexo i****a, como se o oxigênio tivesse se tornado contaminado pela presença dele, levado junto com aquele cheiro indescritível de tabaco caro e algo mais... algo pesado e metálico, quase como enxofre disfarçado. Aquela presença, vasta e esmagadora, ainda pairava. Olhei para a minha mão. Ela tremia tanto que parecia sofrer de um espasmo incontrolável. Era a mão que ele segurara. A mão que ele beijara. O terço, que eu apertava com

